A NATUREZA DO AVIVAMENTO – Parte 1
Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, do original em inglês do livro de autoria de William Sprague intitulado Conferências em Avivamentos, em domínio público.
Eu passarei agora ao propósito principal do meu discurso que é o de apresentar a NATUREZA de um avivamento da religião. E para que nós possamos fazer isto inteligentemente, será necessário responder previamente à pergunta, numa única palavra, em que consiste a natureza da religião?
Religião consiste em uma conformidade de coração e vida à vontade de Deus. Consiste num princípio de obediência implantado na alma, e na operação daquele princípio na conduta. Religião é substancialmente o mesmo em todo o mundo; entretanto a religião de um pecador é modificada, em alguns aspectos, pelo seu caráter e condição diferentes, por exemplo em relação à dos anjos.
A dos pecadores tem em comum com a religião dos anjos, o fato de consistir em amar a Deus e a Sua lei, para o governo dele, para o serviço dele; mas difere da dos anjos por consistir também em arrependimento do pecado; fé nos méritos de um Salvador crucificado; paciência debaixo de tentações; oposição aos inimigos espirituais.
Além disso, a religião nos anjos é um princípio inerente; começa com a existência deles; mas no coração humano é algo conduzido pela operação do Espírito de Deus.
Onde quer que exista uma convicção sincera da verdade de Deus, e submissão à Sua vontade pessoal e à Sua autoridade, as graças do coração brilham adiante nas virtudes da vida, e há verdadeira religião; quer se esteja no palácio ou na choupana; se aparece num único indivíduo, ou se está difundido numa comunidade inteira.
Agora se tal é a natureza da religião, você perceberá prontamente em o que consiste um avivamento da religião.
É um avivamento de conhecimento bíblico; de devoção vital; de obediência prática.
Tal estado de coisas pode ser representado vantajosamente debaixo de vários particulares distintos.
1. O primeiro passo normalmente é um aumento do zelo e devoção por parte das pessoas de Deus.
Eles acordam para um senso de obrigações negligenciadas; e determinam voltar ao cumprimento fiel do dever para com Deus.
Eles correm com seriedade aumentada para o trono da graça; confessando as suas transgressões com humildade profunda, e suplicando as ajudas do Espírito de Deus para lhes permitir executarem as resoluções piedosas deles, e a cumprir os seus vários deveres fielmente.
Eles também pedem importunamente a descida do Espírito Santo naqueles ao redor deles; na igreja em que eles estão congregados; nos amigos deles que estão vivendo distante de Deus; em todos que estão fora da arca da segurança.
A conversação deles se torna proporcionalmente mais espiritual e edificante.
Eles empreendem incitar as suas mentes mutuamente pondo um ao outro em memória da aliança deles, e impressionando um ao outro com as suas responsabilidades individuais e mútuas.
Quando eles se encontram no relacionamento comum da vida, mostram na sua conversação que estão no mundo mas o mundo é um assunto subordinado; e que o desejo deles é que Deus possa ser glorificado na salvação de pecadores.
Eles se aplicam a isto não importando o quanto seja difícil ser fiel, apontando as obrigações da religião àqueles que são indiferentes a isto; lhes advertindo do perigo que estão correndo; e lhes pedindo com seriedade de amor cristão a se reconciliarem com Deus.
É um caso de nenhuma ocorrência incomum que numa tal época que o professor de religião, debaixo de um senso profundo da sua própria condição, venha a considerar o próprio caráter cristão dele com desconfiança extrema; e às vezes vaga muitos dias em escuridão, antes das alegrias da salvação serem restabelecidas na sua alma.
Há alguns professores que dormem enquanto estas coisas acontecem, e provavelmente alguns até se unem aos maus, tão longe quanto eles possam ousar, para se oporem ao avivamento; mas muitos estão pelo menos acordados; humildes; ativos; e se propõem a pedir ajuda a Deus por um zelo e força renovados.