Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
 
BATISMO NO ESPÍRITO E NAS ÁGUAS
 
Não há o que duvidar quando se trata de afirmar que não é o batismo nas águas que salva, mas o batismo em Jesus (Rom 6.3; Gál 3.27), que é batismo no Espírito Santo (Mt 3.11).
Não há que duvidar também que o batismo nas águas foi ordenado pelo Senhor para todos os que viessem a crer no Seu nome (Mt 28.19).
Vemos esta ordenança sendo cumprida pela Igreja Primitiva em várias citações do livro de Atos (2.41; 8.12,13; 8.16, 36, 38; 9.18; 10.47,48; 16.15, 33; 18.8; 19.5).
Havia batismo nas águas tanto na circuncisão (judeus) quanto na incircuncisão (gentios).
Quando o evangelho foi pregado pela primeira vez em Samaria, depois da descida do Espírito em Pentecostes, os que haviam crido foram batizados nas águas em nome de Jesus, mas não haviam recebido ainda o Espírito Santo. Pedro e João oraram por eles para que recebessem o Espírito, impondo-lhes as mãos (At 8.14-17).
Eles poderiam ter sido batizados pelo Senhor mesmo sem a presença de Pedro e João, mas isto ocorreu para que eles entendessem que estavam debaixo da autoridade apostólica dos que estavam em Jerusalém.
Os apóstolos de Jerusalém enviaram Pedro e João para Samaria. Tiago, irmão de Jesus, autor da epístola que leva o seu nome, era provavelmente o líder da Igreja de Jerusalém.
Apolo evangelizou Éfeso antes de Paulo, mas ele próprio  não  conhecia  o  batismo  nas águas de Jesus, tendo batizado os que creram nas águas com o batismo de João Batista (At 18.24-26).
Como Paulo era o apóstolo dos gentios, aqueles cristãos também não haviam sido batizados pelo Espírito Santo quando creram.
Paulo então não somente os rebatizou nas águas em nome de Jesus, como posteriormente impôs-lhes as mãos, e eles foram batizados no Espírito Santo, e os dons do Espírito que se manifestaram na ocasião, foram o dom de línguas e o de profecia (At 19.1-6).
Com isto, como se tratava da incircuncisão, que estava sob o apostolado de Paulo, foram colocados sob a autoridade do apóstolo.
Apolo era eloquente, poderoso nas Escrituras, instruído no caminho do Senhor, fervoroso de espírito e falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, mas Paulo era o apóstolo dos gentios e não Apolo (At 18.24,25).
Aquela igreja viria a ficar sob a supervisão do apóstolo Paulo, e o Senhor estava indicando isso com o fato de não ter permitido que recebessem o Espírito Santo com a ministração de Apolo, mas com a de Paulo.
Uma vez colocada ordem na casa, é certo que o batismo no Espírito passou a acontecer independentemente da ministração do apóstolo, pois, já havia sido ensinado pelo Senhor quem havia sido constituído como autoridade sobre eles.
Hoje em dia, se alguém deixa de batizar os que creem no Senhor, nas águas, que o faça por sua própria conta e responsabilidade, mas que tenha o bom senso e respeito pelos que continuam obedecendo à ordenança de Jesus, assim como a Igreja Primitiva o fizera.
Um possível argumento de que o batismo nas águas era uma ordenança cerimonial da lei de Moisés, na tentativa de invalidá-lo, não se sustenta, tendo em vista que o próprio Paulo ordenava que as pessoas que criam, e que eram da incircuncisão, fossem batizadas nas águas. 
Ainda que não seja assunto relativo a este título, o mesmo se aplica à questão da ceia do Senhor e do jejum, que também eram observados pela Igreja Primitiva (At 2.42;, 46; 20.7; 20.11; I Cor 11.23-28; At 13.2,3; 14.23), porque foram ordenadas pelo próprio Jesus.
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 04/02/2013
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