Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Interpretação do Prefácio  da Oração do Pai Nosso – Parte 1
 
Tradução e adaptação realizadas pelo Pr Silvio Dutra, do original em inglês, de autoria de Thomas Watson, em domínio público, intitulado A Oração do Senhor.
 
Pai nosso que estás nos céus,”  
Nesta Escritura duas coisas são observáveis: a introdução para a oração, e a própria oração
A introdução para a Oração do Senhor é: ”Portanto vós orareis assim”.   
Nosso Senhor Jesus Cristo, nestas palavras, deu aos seus discípulos e a nós uma diretriz para a oração.
Os dez mandamentos são a regra da nossa vida, o credo é o resumo da nossa fé, e a Oração do Senhor é o padrão de nossa oração.
Como Deus prescreveu a Moisés um padrão do tabernáculo (Êxodo 25.9), assim Jesus prescreveu aqui um padrão de oração para nós: ”Portanto vós orareis assim”.
O significado é, faça disto a regra e o modelo pelo qual você deverá moldar as suas orações.
Calvino dizia que nós devíamos examinar nossas orações por esta regra. Não que nós estejamos amarrados às palavras da Oração do Senhor. Porque Jesus não disse: “com estas palavras”, mas “desta maneira”. E “desta maneira” significa deixar que todos as nossas petições concordem com as coisas contidas na Oração do Senhor.
Tertuliano chamava esta oração padrão de “breviário e compêndio do evangelho”. 
A exatidão desta oração aparece na dignidade do Autor.
A exatidão da oração aparece na excelência do assunto.
É como prata provada num forno, purificada sete vezes - Salmo 12: 6.
Nunca houve uma oração tão admiravelmente composto como esta.
O assunto da oração é admirável, por causa da sua compreensão.
É curto e expressivo, e por sua clareza. É clara e inteligível a todas as capacidades. Clareza é a graça da fala. E finalmente por sua perfeição, porque contém as principais coisas que nós temos que pedir, ou que Deus tenha que dar.
Assim, devemos ter uma grande estima à Oração do Senhor; e deixar que ela seja o modelo e padrão de todas as nossas orações. Há um benefício duplo que surge em moldar nossas petições adequadamente a esta oração.
Por este meio o erro em oração é prevenido.
Não é fácil de escrever injustiça depois deste modelo; nós não podemos errar facilmente quando nós tivermos nosso padrão diante de nós.
Por este meio são obtidas misericórdias pedidas; porque o apóstolo nos assegura que Deus nos ouvirá quando nós orarmos em conformidade com a vontade dEle - 1 João 5.14. E seguramente nós oramos de acordo com a vontade dele quando nós orarmos de acordo com o padrão que ele nos deu.
A oração propriamente dita consiste em três partes. 1. Um Prefácio. 2. Petições. 3. A Conclusão. O Prefácio à oração inclui: “Pai nosso que estás nos céus”. 
I. A primeira parte do Prefácio é “Pai nosso”. A palavra Pai é aplicada às vezes, pessoalmente: “Meu Pai é maior que eu”  (João 14.28); mas Pai no texto é aplicado essencialmente à Divindade total. Este título, Pai, nos ensina que nós temos que nos endereçar em oração somente a Deus.
Em que ordem temos que dirigir nossas orações a Deus? Aqui somente o Pai é nomeado. Mas nós podemos também dirigir nossas orações ao Filho e ao Espírito Santo?
Embora somente o Pai seja nomeado na Oração do Senhor, contudo as outras duas Pessoas não são excluídas. O Pai é mencionado porque ele é o primeiro em ordem; mas são incluídos o Filho e o Espírito Santo porque eles são o mesmo em essência. Como todas as três Pessoas subsistem na Divindade, assim, embora em nossas orações, nomeemos uma Pessoa, nós temos que orar a todas.
No prefácio, em vez de Pai Nosso, Jesus poderia ter usado Deus Altíssimo, Deus Todo Poderoso, Deus Nosso Rei, Deus Nosso Juiz, mas ele usou Pai Nosso por ser uma expressão de amor, de laço familiar, de indicação da filiação efetiva que os cristãos têm com a Divindade, por causa da eleição deles; e também para servir de encorajamento para que seus filhos orem a ele.
Nenhuma pessoa pode dizer “Pai nosso que estás nos céus” além dos que são regenerados e santificados pelo Espírito Santo, porque é destes que se diz que receberam o poder de serem feitos filhos de Deus (João 1.12).     
Deus é o melhor Pai, porque ele é perfeito. Seu Pai que está no céu é perfeito. Ele é perfeitamente bom (Mt 5.48). Pais terrenos estão sujeitos a fraquezas. Elias, embora um profeta, era um homem sujeito a paixões como nós (Tiago 5: 17); mas Deus é perfeitamente bom. Toda a perfeição que nós podemos chegar a ter nesta vida é sinceridade. Nós podemos nos assemelhar um pouco a Deus, mas não igualá-lo; pois ele é infinitamente perfeito.
E é infinitamente perfeito em sabedoria, e isto implica que Ele sempre sabe o que é melhor para nós. E pode fazer com que todas as coisas trabalhem para o bem dos seus filhos (Rom 8.28).  
Ele é também um Pai perfeitamente amoroso (I Jo 4.16).
Ele é um Pai infinitamente rico que fará com que todos os seus filhos entrem na posse de uma riquíssima herança eterna, na condição de co-herdeiros com Cristo, e isto significa que todas as coisas designadas para serem herdadas por Cristo também serão herdadas por eles. Cristo tem um trono? Então eles também terão. Cristo tem uma coroa? Então eles também terão. E assim por diante.
 
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Veja tudo sobre as Escrituras do Velho Testamento no seguinte link:
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 04/02/2013
Alterado em 10/07/2014
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