Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
 
Contemplando a Deus pela Palavra
 
A. W. Tozer nos diz:
 
“Um homem pode dizer com os lábios: “Estas palavras (da Bíblia) foram dirigidas a mim”, e, contudo, em seu coração sentir que não sabe o que elas dizem. É, nesse caso, vítima de um raciocínio errado – pensa que Deus permanece mudo em tudo o mais, e se manifesta apenas em seu livro. Acredito que grande parte de nossa incredulidade se deve a um conceito errôneo a respeito das Escrituras. Deus está silencioso, e, subitamente, começa a falar em um livro. Terminado o livro, cai no silêncio outra vez, e para sempre. Por isso, muitos lêem a Bíblia como se fora o registro do que Deus disse quando estava com vontade de falar. Se pensamos desta forma, como poderemos confiar plenamente? O fato, contudo, é que Deus não está calado, e nunca esteve. Falar faz parte da natureza de Deus. A segunda pessoa da Trindade é chamada de Verbo (logos no grego - Palavra). A Bíblia é o resultado inevitável da contínua manifestação de Deus. É a revelação infalível de sua mente, a nós dirigida, expressa em termos humanos, para que possamos compreendê-la.”
 
Se quisermos conhecer cada vez mais ao Senhor, abramos as Escrituras, confiando em que elas nos falarão. Não pensemos, porém, que a Bíblia seja algo que podemos torcer à vontade, segundo a nossa conveniência, porque ela é mais que uma palavra. É a voz, uma palavra, a Palavra do próprio Deus.
 
Enquanto Deus trabalhava intensamente no período do Velho Testamento, para conduzir os israelitas ao arrependimento e a uma vida verdadeiramente santa, enviando-lhes profetas, os israelitas erravam continuamente o alvo de Deus traçado para eles.
 
Então, não é sem razão que desde o princípio da revelação, que nos tenha sido prometido um Rei, um Senhor, um Salvador, um Profeta, um Sumo Sacerdote, Um Sacrifício, Um Advogado, um Justo, um Redentor, um Autor e Consumador da fé, para que pudéssemos viver para Deus por meio dEle vivendo em nós, a saber nosso Senhor Jesus Cristo, que é a própria vida eterna.         
 
Então, este viver segundo a vontade de Deus é um viver pela fé no Filho de Deus, um constante olhar para Cristo, para que sejamos libertados dos grilhões da alma, e viver no poder do Espírito Santo.
 
É somente assim que os nossos olhos se desprendem de nós mesmos e das fascinações deste mundo, ou até mesmo dos nossos problemas, e se voltam para Cristo, em quem devemos de fato concentrar toda a nossa atenção. Afinal a melhor definição para a fé é olhar para o próprio Cristo, com os olhos espirituais do coração.
 
Ora, se ter fé é contemplar a Deus com o coração, e se essa contemplação é erguer os olhos da alma para se encontrarem com o olhar de Deus que tudo vê, então essa é uma das coisas mais fáceis de serem feitas. É como se Deus tornasse simples a coisa mais importante, colocando-a ao alcance até dos mais fracos e pobres dentre os homens.
 
O olhar para Cristo origina-se no coração e pode ser experimentado por qualquer indivíduo, quer esteja ele de pé, ajoelhado ou mesmo agonizando a mil quilômetros de qualquer congregação evangélica.
 
Então, a melhor maneira de sabermos como está a nossa espiritualidade, como está de fato a nossa comunhão com Deus, é pelo teste da comunhão de uns com os outros na Igreja, em amor.
 
   
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/02/2013
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