Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
 
A Verdade Sobre a Morte Espiritual
 
De há muito que a polarização teológica entre o Arminianismo e Calvinismo, quanto ao assunto da perda ou não da salvação, propiciou que se fizesse um maior foco na espiritualidade quanto ao seu resultado final, quando que, encontramos na Palavra, uma grande ênfase sobre o modo santo que convém andar com Cristo.
Quando somente afirmamos que uma vez salvo pela graça, sempre se estará salvo, quanto à ida para o céu depois da morte, embora isto seja verdadeiro, contudo, quando não ensinado juntamente com a necessidade de diligência e perseverança, tende a formar cristãos indolentes e carnais.
Por outro lado, quando se afirma que embora salvos pela graça, corremos o risco de perder a salvação, pela falta de boas obras ou por um esfriamento da fé, corremos o risco de viver de modo legalista, sem confiar no poder da graça de Jesus, e no Espírito Santo, como o único agente da nossa santificação.
Todavia, ainda que não se chegue a adotar tal forma de pensamento, permanece verdadeiro, que poderemos esquecer, e até mesmo não aprender, as verdades essenciais reveladas na Palavra, quanto à nossa condição e necessidades reais.
A grande verdade central é que Cristo veio dar vida a pecadores, que estavam mortos.
E esta vida se refere sobretudo à revivificação do nosso espírito que se achava morto em delitos e pecados.
Vida de Deus em nós decorre então da nossa comunhão com o Espírito Santo.
Por isso se ordena que andemos continuamente no Espírito Santo, por permanecermos em comunhão com Cristo, por meio da oração, meditação na Palavra, e tudo o mais que Ele nos ordenou como meios de graça para o nosso aperfeiçoamento e crescimento espiritual.
Quando isto falta na vida de um cristão autêntico, o resultado consequente é que o seu espírito se enfraquecerá e ele retornará à prática das obras da carne, porque entristeceu e apagou o Espírito Santo.
E quando apagamos o Espírito Santo, o nosso espírito também se apaga, e a isto a Bíblia chama de morte espiritual. Não é a morte eterna, no caso do cristão, que significa separação irremediável e para sempre, de Deus.
Mas, há um remédio para o cristão, quando isto sucede (dormência e inatividade do espírito – morte), porque pode ser renovado por meio da fé e arrependimento.
Daí Jesus ter convocado os cristãos das igrejas citadas no livro de Apocalipse, ao arrependimento, inclusive aos da Igreja de Sardes, dos quais disse que tinham fama de estarem vivos, mas estavam na verdade mortos, ou seja, na condição que citamos anteriormente.
Era principalmente a isto que o apóstolo Paulo se referiu no texto de Romanos 8.12,13:
Rom 8:12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne.
Rom 8:13 Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.
     Ele não está falando de um resultado final trágico para os cristãos verdadeiros que viveram segundo a carne, mas sobre o que lhes sucede quando assim procedem, a saber, morre neles a vida que se recebe do Espírito.
 Daí a ordenança de continuarem mortificando os feitos do corpo, ou seja, o pecado, para que se tenha a referida vida espiritual, do nosso espírito sendo continuamente renovado pelo Espírito Santo.
Guardemos então este ponto essencial: o nosso espírito tem o vigor da vida de Cristo quando andamos na comunhão com Ele por meio do Espírito Santo e prática da Palavra de Deus.
Sem isto o nosso espírito fenece, ainda que de tempos em tempos, para o propósito mesmo de aprendermos esta verdade que Deus quer nos ensinar: a de que a vida do nosso espírito depende da ligação permanente em comunhão com o Espírito Santo, que é o agente da nossa vivificação espiritual, tanto que, quando entristecemos o Espírito Santo, cessa em nós, automaticamente, a ação da vida celestial, espiritual e divina que estava operando na nossa nova natureza recebida na conversão.
Assim aprendemos a desconfiar da carne, desse viver carnal tentando fazer a obra e vontade de Deus, e nada disporemos para a carne como se fôssemos devedores a alguma coisa em nós mesmos.
Ao contrário, saberemos que este viver segundo a carne opera a morte da vida espiritual que recebemos do alto.
Mas graças a Deus por Jesus Cristo, e sua longanimidade, graça e amor, porque podemos retornar a viver no Espírito, quando despertamos para necessidade de mortificar os nossos pecados, com vistas à busca de uma santificação verdadeira.  
 
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 12/02/2013
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