Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Santificação não é Justificação
 
A santidade é imanente em Deus porque Ele é santo em si mesmo. Isto é, Ele é santo em Sua própria natureza. A santidade é o estado mesmo da Sua natureza.
Nós dizemos que esta santidade é evangélica porque ela é o resultado da nossa fé no evangelho, e é infundida em nós no trabalho do Espírito Santo tanto na regeneração quanto no processo progressivo da santificação.
Na epístola aos Romanos Paulo discorre no sexto capítulo sobre o dever da santificação, que é um trabalho diferente da justificação e que deve se seguir a ela, e então aqui ele destaca a necessidade das obras juntamente com a fé e o trabalho da graça, para a santificação:
“12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências;
13 nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14 Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
15 Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.
16 Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?
17 Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;
18 e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça.
19 Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da iniquidade para iniquidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação..” (Rom 6.12-19).
Em toda esta passagem ele está falando de santificação e não de justificação, e demonstra claramente que além da justiça de Cristo que nos foi imputada, atribuída para justificação, nós precisamos desta justiça que é infundida, implantada pelo trabalho progressivo do Espírito Santo, no qual há também o concurso das nossas obras de justiça, sem as quais não haverá nenhum trabalho da graça em santificação, porque esta graça será derramada por Deus conforme a nossa disposição em obedecer a Sua vontade, e que o apóstolo define pela expressão de apresentar nossos membros a Deus para serem usados por Ele para o fim da nossa santificação.
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 14/02/2013
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