Não é de Nós Mesmos
Aquele que requer a santidade de nós sabe que não temos isto em nós mesmos.
Não está em nosso próprio poder restaurar a imagem de Deus em nossas almas, e de uma maneira ainda mais eminente do que a que havia sido criada no princípio por Deus e que estava em Adão.
E Deus tem requerido de nós algo que por natureza nós não somos, e não somente isto, para o qual não temos o poder de atingir. Tal é a natureza da santidade evangélica.
Por isso o próprio Deus prometeu fazer Ele próprio o trabalho nos nossos corações quanto a esta santificação que Ele exige de nós:
“Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (Jer 31.33).
“e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jer 32.40).
E este trabalho é feito em graus, no homem interior, que é reconstruído dia a dia:
“Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. “ (II Cor 4.16).
“e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;” (Col 3.10).
Especialmente em Ezequiel 36.25-27, está indicado este trabalho de santificação pelo Espírito, como consistindo basicamente na transformação e na purificação do nosso coração.
O coração de pedra transformado em coração de carne indica a regeneração.
E a purificação do coração indica o trabalho progressivo da santificação em graus.
“25 Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei.
26 Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.” (Ez 36.25-27).
Era com fé nestas promessas que o apóstolo Paulo orava pelos Tessalonicenses para que o Deus de paz os santificasse completamente, de modo que eles fossem conservados plenamente irrepreensíveis em seu espírito, alma e corpo (I Tes 5.23), e no verso seguinte ele declara a sua plena confiança que Deus realizaria neles este trabalho de santificação:
“Fiel é o que vos chama, e ele também o fará.” (I Tes 5.24).