Não é o trabalho externo que fazemos, ou o sofrimento suportado, em si mesmos, que têm qualquer valor à vista de Deus.
Os trabalhos e exercícios do corpo, ou qualquer coisa que possa ser feita por meio dele, se considerados separadamente do coração - a parte interior do homem – não têm qualquer valor à vista de Deus, tal como os movimentos de qualquer outra coisa sem vida.
Se qualquer coisa for oferecida ou dada, seja prata, ouro, ou gado, milhares de carneiros, ou dez mil ribeiros de azeite, como se lê em Mq 6.7, não haverá qualquer valor nisto.
Se Deus tivesse falta destas coisas, elas poderiam ser de algum valor para ele, independentemente dos motivos do coração que conduziu a pessoa a ofertá-las.
Nós nos levantamos frequentemente pela falta de bens externos, e então tais coisas, oferecidas a nós, possam ter um grande valor porque necessitamos delas.
Mas Deus não tem falta de cousa alguma, e além disso tudo lhe pertence.
Ele é todo-suficiente em Si mesmo.
Ele não é alimentado pelos sacrifícios de animais, nem enriquecido por presentes de prata, ou ouro, ou pérolas, como ele afirma no Salmo 50-1—13.
Assim Deus não tem nenhum prazer em qualquer sofrimento que nós possamos suportar.
Ele não é ganho pelos homens pelos tormentos que possam sofrer, nem se alegra por vê-los se pondo a sofrer, a menos que isto seja por amor a Cristo e ao evangelho.
Retiros, jejuns, martírios, práticas ascéticas e coisas como estas serão de nenhum valor se não forem acompanhadas por um verdadeiro amor no coração.
Não importa o que possa ser feito ou sofrido, nem ações, nem sofrimentos compensarão a falta de amor para com Deus na alma.
Lembremos que Deus ama ao que dá com alegria.
Isto é um princípio permanente em tudo que consagramos a Ele.