Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

A Graça não Condena


 
 
Deus não está  condenando a qualquer pessoa na presente dispensação da graça, conforme afirmação de Jesus de que não veio condenar, mas salvar.
A natureza de Deus é longânima, perdoadora, misericordiosa, amorosa, e por isso uma das  características do amor destacada em I Cor 13.5 é que ele não é facilmente provocado, ou seja, ele não se exaspera.
Deus se ira contra o pecado, mas não tem qualquer prazer na morte dos ímpios, ou seja, de todos aqueles que não Lhe amam e aos Seus mandamentos.
A ira pode ser definida  como uma oposição séria e violenta de espírito contra qualquer mal, real ou suposto, ou devido a qualquer falta ou ofensa, porque isto está contra a natureza do amor.
Nós somos chamados por Cristo a desejar o bem e a orar para o bem de todos, até mesmo de nossos inimigos, e até daqueles que zombam de nós e  nos perseguem (Mat 5:44); e a regra dada pelo apóstolo é: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” (Rom 12.14), quer dizer, nós devemos desejar o bem e orar para o bem de todos, e em nenhum caso desejar o mal.
Porque como imitadores de Deus, na busca da sua imagem e semelhança, é justamente o que devemos fazer, porque isto é parte da essência divina.
Dizemos que é um dever porque o evangelho veio trazer a restauração em nós, da imagem e semelhança, não com Adão, antes da queda no pecado, mas a do próprio Cristo, conforme se afirma amplamente na Bíblia.
E o que temos em Cristo, quanto ao trato com as imperfeições que há na humanidade? Graça, amor, bondade, misericórdia, perdão, reconciliação, e justiça (a sua justiça que nos justifica).
Os próprios juízos divinos na presente dispensação, têm em vista contribuir para a continuidade da referida restauração, e são corretivos e decorrentes da rejeição obstinada da graça que nos está sendo oferecida.
As obras más ou boas de todas as pessoas serão somente passadas em revista no grande dia do Juízo Final.
Por isso toda vingança é proibida por Deus, já que Ele afirma que toda a vingança lhe pertence.
A regra é: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor.” (Lev 19.18); e o apóstolo diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.” (Rom 12.19),  de forma que toda a ira que contém um desejo de vingança, é contrária ao cristianismo e proibida por Deus.
Disto Cristo falou em Mat 5.22: “Eu, porém vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento;”.
Se uma pessoa se permitir ficar muito tempo irada com uma outra, logo esta ira se transformará em ódio.
E assim nós achamos que na verdade acontece com aqueles que retêm um rancor nos seus corações contra outros, durante semana depois de semana, e mês depois de mês, e ano depois de ano.
Eles virão no fim, a odiar verdadeiramente as pessoas contra as quais se deixaram irar assim deste modo.
E este é um pecado mais terrível à vista de Deus.
Então, não é de se admirar que esta seja a principal estratégia do diabo para nos afastar de Deus, e para nos manter sob julgamentos em nossas almas, e ainda a ficarmos à mercê de sermos oprimidos por ele.
Assim, toda vigilância e sabedoria é ainda pouco para ter um coração manso, sofredor, paciente, perdoador.  
E mais do que isto, necessitamos do derramar abundante do amor de Deus nos nossos corações que é operado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo.
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/03/2013
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