O Que é Ser Cristão - P 4
Devemos nos prevenir de julgar aos demais, para que não sejamos também julgados, e mais do que isso, para que vivamos de modo justo, porque não há quem não peque, e devemos reconhecer que todos dependemos inteiramente da graça e da misericórdia de Deus.
Não criemos expectativas falsas de termos congregações cristãs perfeitas, onde não haja problemas na membresia, porque isto sempre existirá, por conta de tudo a que temos nos referido.
Que seja portanto, praticado o exercício da disciplina, da exortação e da repreensão, ordenadas por Cristo, mas que isto seja sempre feito com paciência, segundo a Palavra de Deus, e com longanimidade e amor cristãos.
Por isso se ordena que os cristãos que contradizem o modo de viver segundo o ensino de Cristo, sejam repreendidos.
Os que são fracos, sejam amparados.
Os que estão vacilando, sejam exortados a perseverarem na fé.
Mas que se seja longânimo para com todos eles, inclusive para com os maus.
Embora se faça muito esforço para se produzir a imagem de Cristo nos convertidos, sempre se verá ainda entre eles não pouca arrogância, murmuração, palavras torpes, falta de fervor, de paciência, de longanimidade, de misericórdia, de paz, de domínio próprio, de gratidão, de perdão, de obediência, de submissão, e de todas as demais virtudes que compõem o fruto do Espírito Santo.
Não é algo para se lastimar, ou para nos desanimar, mas a realidade com a qual sempre teremos que conviver enquanto estivermos vivendo deste outro lado céu.
O conhecimento desta realidade, ao contrário, deve nos incentivar a nos santificarmos sempre mais, sabedores que somos dos efeitos danosos que um viver contra a Palavra de Deus pode produzir em nossas vidas.
Por isso há o galardão para recompensar os vencedores, os fiéis.
Todos os convertidos foram automaticamente inscritos por Deus numa corrida espiritual, onde os vencedores são aqueles que permanecem fiéis ao Senhor e à Sua Palavra, fazendo progresso em santificação.
Vencendo cada vez mais os pesos e o pecado que de tão perto e tenazmente nos assediam.
Deus decidiu nos dar o Espírito por medida, de modo que o nosso crescimento espiritual seja de fé em fé, e com graça sobre graça, para que aprendamos na prática da vida, acerca dos seus atributos e virtudes, que são em nós implantados consoante o referido crescimento.
Se no ato da conversão fôssemos feitos por Ele totalmente perfeitos, como Ele fará conosco quando chegarmos ao céu, não poderíamos aprender a ser longânimos, misericordiosos, amorosos, bondosos, e tudo o mais que somente podemos aprender num mundo imperfeito, sujeito ao pecado.
Como aprenderíamos a renunciar ao nosso ego, para poder fazer somente aquilo que é segundo a Sua vontade divina, caso fôssemos feitos perfeitos aqui na terra?
Não haveria tal necessidade, porque nossos atos. palavras e pensamentos perfeitos, nunca demandariam a necessidade de arrependimento, e por conseguinte, não poderíamos aprender o que é renunciar ao ego para podermos fazer não a nossa, mas a vontade do Senhor.
Nosso aprendizado e crescimento devem portanto, segundo o propósito eterno de Deus, serem marcados por uma consciência cada vez maior de que o pecado é consequente de não renunciarmos à nossa vontade, ao nosso eu.
Recorrendo ao Senhor em oração, pela fé, temos vitória sobre o ego, e assim o pecado é também vencido, e podemos ser revestidos do Senhor e da força do Seu poder, até atingirmos a plenitude da maturidade espiritual.