Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
 

Por que Não Descontentes com o Mal?

 

 

 

“1 Ora, falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuchita que este tomara; porquanto tinha tomado uma mulher cuchita.

2 E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.”(Nm 12.1,2).

 

“9 Acaso é pouco para vós que o Deus de Israel vos tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de fazerdes o serviço do tabernáculo do Senhor e estardes perante a congregação para ministrar-lhe,

10 e te fez chegar, e contigo todos os teus irmãos, os filhos de Levi? procurais também o sacerdócio?”(Nm 16.9,10).

 

Encontramos nestas duas passagens uma reprovação justa àqueles que estavam descontentes com a sua condição.

Esta doença é quase epidêmica. Alguns não estão contentes com a chamada que Deus determinou para eles, e estão buscando um grau mais elevado. Eles querem estar no templo da honra sem ter que passar antes pelo templo da virtude e da aflição.

Por isso Jesus disse para Tiago e João que para terem a elevada honra que eles aspiraram ter no céu, demandaria antes, beberem do mesmo cálice de aflições, que é comum a todos os cristãos.   

O descontentamento produzido pelo orgulho foi a causa do comportamento de Arão e Miriã contra Moisés, na primeira passagem bíblica por nós  destacada, e de Datã, Coré e Abirão, na segunda.

Os homens costumam reclamar que suas propriedades e posições poderiam ser melhores, mas raramente reclamam da propriedade e posição da condição em que se encontram seus próprios corações, quanto a que poderiam ser melhores.

Poucos aprendem a lição de Paulo. Ricos e pobres podem estar descontentes.

Se os homens ficam pobres, aprendem a ser invejosos; e difamam aqueles que estão acima deles.

A prosperidade dos outros é algo que incomoda muito o olho invejoso.

Quando o candelabro de Deus brilhar no tabernáculo dos seus vizinhos, esta luz lhe ofenderá.

Um olho invejoso é um olho mau.

Eles aprendem a reclamar como se Deus quase nunca tivesse tratado deles.

Os seus desejos são reveladores, porque querem este e aquele conforto, considerando que o maior desejo deles é ter um espírito contente.

Estes, no entanto, estão bem satisfeitos com os seus pecados, contudo não estão contentes com a sua condição.

E se os homens forem ricos, aprendem a ser cobiçosos; tendo uma sede insaciável pelos bens do mundo, e ficam em grande parte cauterizados quanto aos meios injustos que normalmente acompanham a aquisição deles.  Assim, nem pobres, nem ricos sabem estar contentes.

 

Por Thomas Watson (adaptado)     

 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 18/03/2013
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