Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
VISÃO ESPIRITUAL – Parte 1

 
Por T. Austin Sparks
 
Nm 22:31; 24:3-4; Mc 10.46, 51-52; 8.23-25; Jo 9.1-25; Ef 1.17,18; Apo 3.17, 18; At 26.18.
 
O mundo atual está repleto da doença da cegueira espiritual. As massas são cegas; não há nenhuma dúvida sobre isso. Os líderes são líderes cegos de cegos. Mas numa medida muito grande, o mesmo é verdade quanto ao povo do Senhor. De um modo geral os cristãos de hoje são muito cegos (Apo 3.17, 18).
Há muitos que são cegos como o de nascença que Jesus curou (Jo 9.1). Outros são como o cego que depois de curado ainda via os homens como árvores (Mc 8.23,24), e que necessitam ainda de um trabalho adicional da graça em suas vidas para que possam ver as coisas espirituais.  
E há aqueles que têm uma verdadeira e clara visão da vontade de Deus, mas que continuam buscando um trabalho mais pleno do Espírito Santo.
“17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele;
18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,”  (Ef 1.17.18).
Era por cristãos assim que Paulo estava orando. Eles já possuíam uma visão do reino de Deus, mas deveriam se aprofundar no conhecimento das riquezas da glória, pela iluminação dos olhos do seu espírito pelo Espírito Santo.    
E há aqueles que perderam a visão espiritual que possuíam como está tipificado nos cristãos de Laodiceia. O pior é que eles pensam que vêem, e nisto consiste a ruína deles, porque se admitissem que são cegos poderiam ser curados pelo Senhor, mas o orgulho espiritual da grande maioria deles lhes impede de enxergarem esta verdade relativa à sua cegueira.  
No entanto não paramos por aí porque ainda há aqueles que podem ser encaixados no exemplo de Balaão cujos olhos foram  abertos por Deus para poderem receber visões das coisas celestiais, mas que permanecem endurecidos em suas cobiças e  permanecem portanto vencidos pelo pecado.
Eles vêem as operações poderosas do Espírito, mas não se convertem ao Senhor por causa da dureza de seus corações.
Outros são cegos como era Paulo, por causa do seu zelo religioso e das tradições que receberam para guardar. Enquanto não forem quebrados pelo Senhor e serem convencidos da cegueira deles tal como Jesus fizera com Paulo, eles não poderão enxergar as coisas  do Espírito. 
Nosso zelo pode ser uma coisa ofuscante em si mesma, nossa devoção pela tradição pode ser a nossa cegueira.
Há muitos que tal como Paulo precisam ter os olhos naturais cegados para que possam ver com os olhos espirituais. Não dizemos que devem ser cegados literalmente, mas que enquanto estiverem avaliando as coisas relativas a Deus e ao Seu reino com os olhos naturais, que estão encobertos religiosamente, eles não podem ter os olhos espirituais de seus corações abertos para que possam ver. 
Aqueles que vêm com sentidos naturais, faculdades naturais do intelecto e da razão, não podem ser instruídos espiritualmente.
Por isso os olhos naturais de Paulo foram cegados pelo Senhor para que ele pudesse enxergar espiritualmente. 
Então aquele que teve seus olhos abertos pôde ser enviado para ser instrumento do Senhor para que os olhos de muitos fossem também abertos, saindo do estado de trevas espirituais, para a luz de Deus:
“para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim.”  (At 26.18).
Quando os olhos espirituais são abertos isto significa sempre a realização de um grande milagre, porque os homens são espiritualmente cegos.  
 Felizes são aqueles que podem ver o Reino de Deus por terem nascido de novo do Espírito.
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/04/2013
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