VIVENDO DE MODO ÚTIL A DEUS – PARTE 6
Algumas pessoas são despertadas ou avivadas após cada culto que frequentam.
Os pregadores não ousam desafiá-las a viverem de modo verdadeiramente santo e consagrado.
Então, quando o culto termina o despertamento e avivamento delas também acaba.
Esta forma de culto é como um tipo de estimulante, cuja dosagem deve ser aumentada cada vez mais, para que possa continuar fazendo efeito.
E se este modo de cultuar a Deus é apenas de entusiasmo e de emoções externas, essas pessoas exigirão cada vez mais eloquência e incentivo para permanecerem animadas.
Isto explica porque se faz tanta inovação nos cultos para torná-los mais atraentes para as pessoas, porque não se apóiam no poder do Espírito Santo e nba genuína verdade evangélica, mas nas ações da carne que apelam para os sentidos que são faculdades, da alma, e não do espírito.
Isto conduz à mentalidade e à atitude de Laodiceia, em que as pessoas se acham ricas espiritualmente, quando, na verdade, são muito pobres, miseráveis, cegas e nuas.
Muitos estão equivocados quanto ao significado de ser tratado pela cruz. Eles pensam que são curados com uma única dose deste amargo remédio. Eles não entendem o profundo significado das palavras de Jesus, que nos são impostas cruzes em toda a nossa caminhada cristã, diariamente, porque sem o tratamento da cruz, o velho homem sempre se levanta com sua sabedoria e poder naturais e carnais.
A cruz quebra o orgulho espiritual, e este deve ser quebrado diariamente, caso contrário se levanta e se apodera de nós.
O pobre de espírito, que sabe que depende inteiramente de receber iluminação e graça do Espírito, é bem aventurado, porque será enriquecido com o poder de Deus. Mas o pobre espiritual, é miserável porque não pode enxergar as coisas do Espírito. Ele não é verdadeiramente rico da graça. E as coisas se complicam quando é tomado por este espírito de Laodiceia que o faz pensar ser rico por causa do seu grande conhecimento intelectual e habilidades, ou mesmo que se julgue sábio aos seus próprios olhos, quando na verdade é totalmente ignorante dos caminhos de Deus, e não tem experiências reais com o Espírito. Então quando alguém é pobre, não de espírito, mas espiritualmente falando, e não percebe a sua pobreza, isto faz com que a pessoa seja um laodicense.
Riqueza espiritual se manifesta em vida abundante e madura em Cristo. E a pobreza espiritual em superficialidade, infantilidade, imaturidade.
Não devemos nos iludir pensando ter o que nunca tivemos de fato. A vida com Deus consiste em experiências reais, e não em falar sobre experiências bíblicas ou de outros.
Devemos ter uma experiência real produzida pelo Espírito em nossos próprios seres, subjetivamente falando, de tudo aquilo que Cristo tem revelado objetivamente na Sua Palavra.
Se não buscarmos verdadeiras experiências com o Espírito na implantação da vida que Cristo nos prometeu, nós viveremos no mundo do idealismo sem obter qualquer favor do céu para um trabalho em que sejamos usados efetivamente por Deus.
Se por um lado devemos confiar que Cristo fez todas as coisas e tem disponibilizado para nós as riquezas da Sua graça, por outro lado devemos obedecer o Espírito completamente para que faça a Sua obra através de nós.
Quando dizemos completamente, não significa grau de perfeição absoluta, ou mesmo um grau igual para todos os cristãos (os que amam a Cristo e a Sua Palavra), porque há medidas de fé repartidas pelo próprio Espírito Santo, a cada um.
Importa contudo, que esta medida seja completada segundo a capacidade dada por Deus, respectivamente, a cada cristão.
Todas as experiências espirituais começam quando cremos no que Cristo consumou e terminam quando obedecemos ao que o Espírito Santo nos ordena fazer.
Ninguém terá uma vida espiritual se não crer em Deus, e depender dEle.
A pessoa deve crer que é Deus quem opera nela tanto o querer quanto o realizar, a fim de que consiga orar, meditar na Palavra, e testemunhar.
Crer vem em primeiro lugar, e, depois, o realizar.
O Reino do Céu deve ser alcançado pelo esforço, e os que se esforçam se apoderam dele (Mt 11.12).
Dia a dia, devemos desenvolver, com diligência, nossa própria salvação, o que não é impossível, pois Deus já operou em nós.
Uma vez que alcançamos este desenvolvimento, estaremos certamente capacitados para sermos usados pelo Senhor.