A Unção do Espírito – Parte 2
Em II Cor 1.21,22 nós vemos que a confirmação do ministério de Paulo junto aos coríntios foi feita pela unção do Espírito Santo, e é sempre por este processo de confirmação que há o reconhecimento daqueles que são levantados por Deus para liderarem a Igreja, a saber, pela unção do Espírito que é dada por Deus a eles:
"21 Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, 22 O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações.".
É o Espírito Santo que confirma a pregação do evangelho, no testemunho da verdade, através das suas operações miraculosas.
No Antigo Testamento todas as coisas e pessoas que foram separadas e consagradas para o serviço de Deus no tabernáculo foram ungidas com óleo material.
E os reis, sacerdotes e profetas do povo de Deus eram ungidos da mesma forma.
E esta unção era uma figura daquela unção do Espírito que estava por ser derramada em todas as nações no Novo Testamento.
Como os reis, sacerdotes e profetas do Antigo Testamento, bem como os utensílios do tabernáculo apontavam para Jesus, Ele é designado como Messias no Velho Testamento, e Cristo no Novo, palavras que significam o Ungido, porque tudo aquilo no Velho Testamento apontava em figura para Ele próprio.
Por isso nós lemos em Isaías 61.1 a afirmação relativa a Jesus de que o Espírito do Senhor estava sobre Ele e que Lhe havia ungido.
Isto nos dá uma regra geral de que a unção com óleo material no Velho Testamento prefigurava o derramar do Espírito no Novo.
Por isso o evangelho, é posto em comparação com aquelas tipologias exteriores, visíveis e materiais, sendo chamado de ministério do Espírito (II Cor 3.6,8).
E a unção de Cristo é expressada em Isaías 11.2 como sendo o Espírito que repousaria sobre Ele, com descrições de atributos espirituais que seriam concedidos a Ele pelo próprio Espírito.
Considerando que a unção de Cristo consistiu na comunicação plena do Espírito a Ele, não por medida, em todas as suas graças e dons, necessários à Sua natureza humana e seu trabalho.
Ele foi ungido pelo Espírito para a sua encarnação no útero de Maria (Lc 1.35); e foi enchido do Espírito para o cumprimento do Seu ministério público para pregar o evangelho; e foi ungido até a Sua morte na cruz, naquele ato divino por meio do qual Ele se santificou por nós (João 17.19), isto é, consagrando-se inteiramente à vontade do Pai, vivendo em perfeita obediência a Ele através da instrução e poder do Espírito.
Por que Jesus foi batizado por João Batista? No momento do seu batismo nas águas Ele foi batizado com poder pelo Espírito Santo, que veio sobre Ele na forma de uma pomba, para que iniciasse o Seu ministério terreno. E Deus havia revelado antes a João que aquele sobre o qual ele visse o Espírito vindo sob tal forma, era o que batizaria com o Espírito Santo e com fogo.
E nisto Jesus revelou a nós o modo pelo qual obedecemos de fato a Deus sendo instruídos e dirigidos com poder pelo Espírito, porque tudo o que Jesus fez foi debaixo de tal poder, em plena obediência ao Pai conforme a unção do Espírito que nEle estava.
Afinal este foi o propósito de Deus na nossa nova criação, adotando-nos como Seus filhos pelo derramar do Espírito em nossos corações, a saber, sermos filhos obedientes a Ele, tal como Jesus, e Ele nos demonstrou que não há verdadeira obediência à vontade sobrenatural de Deus onde não haja submissão ao governo do Espírito Santo na alma.
Fomos criados para sermos obedientes a Deus, e não há nenhuma obediência onde não exista este governo do Espírito sobre a nossa vontade e alma.
Assim, embora haja um grande diferença e distância entre a unção de Cristo pelo Espírito e a dos cristãos em geral, a unção dEle é a única regra de interpretação para o que é a verdadeira unção, e todos os cristãos têm a unção deles recebida imediatamente de Cristo, porque é Ele quem batiza com o Espírito Santo.
Por isso se diz no texto de I João 2.20 que os cristãos têm a unção do Santo, porque é assim que Jesus é chamado em Atos 3.14; Apo 3.7, e porque Ele foi ungido como o mais Santo (Dn 9.24).
Portanto, o Pai é a causa suprema da nossa unção, mas nosso Senhor Jesus Cristo, o Santo, é a causa eficiente imediata desta unção.
Ele expressou isto quando disse que enviaria o Espírito do Pai.
A doação suprema é do Pai, o envio imediato é do Filho.
Então concluímos que a unção dos cristãos consiste na comunicação dos Espírito Santo a eles por Jesus Cristo.
Não é o Espírito Santo que determina a nossa unção, mas nós somos ungidos com o Espírito pelo Santo, a saber Jesus Cristo.
Assim os cristãos são ungidos com o mesmo tipo de unção de Cristo, entretanto num grau inferior à dEle, porque nEle reside toda a plenitude do Espírito (Ef 4.7).