A Unção do Espírito – Parte 4
Como Deus destruirá todo jugo opressor por causa da unção de Cristo (Isaías 10.27), por isso Ele quebra toda armadilha de sedução ungindo os cristãos.
Por isso a promessa feita por Deus aos cristãos para os tempos do evangelho é a que encontramos em Isaías 33.6:
"E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; e o temor do Senhor será o seu tesouro.".
E isto tudo é garantido por causa da unção do Espírito.
Assim onde há pouca prática do evangelho, pouca firmeza de fé, pouca força para vencer as tentações que puxam para o erro, é mera consequência da falta de um andar no Espírito, e por conseguinte da falta de unção do Espírito na vida.
Por isso o apóstolo alerta os cristãos que não devem ficar satisfeitos apenas com o fato de terem agora vida no Espírito, mas que andem no Espírito para que possam vencer a cobiça da carne.
Se mortificarem a carne pelo Espírito, a promessa de Deus para eles é vida e paz.
E Paulo diz em Romanos 8.13 que os que assim procedem certamente viverão.
Mas os que se inclinam apenas pelos desejos da carne, e são dominados por tais desejos, morrerão, porque o salário do pecado é a morte.
Se o cristão não anda no Espírito, ele viverá portanto como um morto espiritual, apesar de ter encontrado a vida em Cristo.
É somente mortificando a carne pelo Espírito que se pode viver no poder e unção do mesmo Espírito, porque Ele primeiro santifica e depois consola e unge com poder.
Aquele que não quiser ser purificado dos seus pecados e que permanecer na prática deliberada do pecado, sem se importar com a necessidade de santificação da Sua vida por uma rendição contínua ao Espírito, não poderá ter um viver em vitória diante de Deus, sendo ensinado e capacitado pelo Espírito quanto à vida de poder sobrenatural que está disponível para o cristão em Cristo Jesus nas regiões celestiais (Col 3.1-5).
Que não falte portanto desta unção projetada por Deus para os Seus filhos, a nenhum deles, e que ninguém seja encontrado faltoso nesta parte essencial da vida cristã, porque é disto que depende tudo o mais.
Nenhum dever pode ser realizado sem isto.
Por isso todos os cristão são exortados a serem diligentes em busca da maturidade espiritual, porque experimentarão graus cada vez maiores de glória e de conhecimento espiritual à medida que se encham mais e mais do Espírito, para viverem obedientemente a Deus.
A indolência espiritual é o maior inimigo que o cristão deve vencer para viver na unção do Espírito, porque o reino dos céus é tomado por esforço.
É preciso ter a mente esclarecida e determinada quanto ao alvo que deve ser atingido.
Nunca chegaremos a lugar algum se não definirmos antes o ponto de destino.
E este ponto já está definido para nós na Palavra, que é a semelhança com Cristo, e então, especialmente nesta parte, devemos buscar nossa semelhança com Ele, a saber, a de estar debaixo da mesma unção do Espírito com a qual Ele cumpriu todo o Seu ministério terreno.
É preciso portanto crescer na graça e no conhecimento de Jesus (II Pe 3.18), e isto deve ser feito continuamente até que o último dia de nossas vidas, porque não há limite para tal crescimento.
Mas também é preciso estarmos conscientes de que a mente pode discernir verdades espirituais, mas se a vontade e os afetos não forem exercitados a amarem estas verdades e a se deliciarem nelas, nós nunca poderemos ser achados conformados a elas na prática que elas requerem. E sem isto nunca seremos perseverantes e constantes.
Todos os outros meios do mundo, sem o amor e a prática da verdade, serão insuficientes para a nossa permanência na nossa profissão das verdades que acompanham a nossa salvação.
E esta é a nota característica do ensino desta unção do Espírito.
Ela dá e comunica o amor à verdade em que nós somos instruídos, e nos alegramos em obedecer a verdade da maneira que é requerida por Deus.
Sem isto, por mais que estejamos instruídos em nossas mentes sobre as verdades bíblicas, não teremos proveito algum, e seremos apenas como o bronze que soa e o címbalo que retine, conforme o apóstolo afirma em I Cor 13.
Mas quando estamos de fato debaixo da unção do Espírito, e do Seu ensino, nós tomamos fôlego divino em nossos corações com um amor santo pelas coisas em que somos ensinados, e Deus e a Sua vontade se tornam para nós mais doces do que o mel, e isto passa a ser toda a nossa alegria.
E é quando isto ocorre que nós podemos saber que temos de fato recebido desta unção.
E lembremos que quanto maior for a unção maior será a santidade e a consolação recebida do Espírito.
Então ao falarmos de consolação do Espírito e de santidade de vida dos cristãos, não podemos esquecer que tudo isto é possível somente com a unção do Espírito Santo.