Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
CASOS REAIS DE CONVERSÃO – Parte 4
Baseado no Capítulo V do livro Conversão de autoria de Stanley Jones

Falando a uma reunião de senhoras, observei uma, elegantemente vestida, sentada junto à nave. No encerramento, enquanto os ouvintes saíam, ela disse: "Se eu tivesse o que o senhor tem, não estaria na confusão em que me encontro agora". Pedi-lhe que ficasse uns momentos para uma conversa. Sua vida estava numa embrulhada - seu lar, para ser desfeito depois do Natal; ela e o marido ficariam juntos até a data querida, de modo a não quebrantar o coração das crianças. Não tinha força interior para enfrentar a tragédia iminente.
Estava esgotada, vazia. Pedi-lhe que orasse - Cristo tinha a resposta. Prometeu-me que faria, porém mais tarde escreveu-me dizendo que não sabia como orar. Então escreveu a Deus uma carta na única linguagem que conhecia, a do Clube de Campo: "Deus amado, a vida me deu uma mão muito má, e eu não sei que carta jogar. Por favor, mostra-me que carta jogar e eu jogarei." Assinou. Uma oração muito apagada, mas profundamente significativa, e Deus ouviu sua prece. Seu lar não se desmoronou depois do Natal - ela o conservou unido pelo seu espírito transformado. Em breve tinha duas classes sobre o lar, em seu próprio lar. Vai pelo país fazendo palestras sobre a família - a melhor preletora sobre o assunto que eu conheço. A denominação a que pertence elegeu-a vice-presidente da convenção internacional, o mais elevado cargo que pode ser assumido por uma mulher. Interessados têm vindo aos nossos Ashrams dizendo: "Viemos para descobrir o que é que a torna tão viva." Há alguns anos atrás era um trapo, hoje é uma mensagem. Observem que eu disse: "ela é uma mensagem", pois é isso mesmo - transmite-a e vive-a - a palavra da conversão feita carne.
Daquela respeitável cena num respeitável lar, voltamos para a história de "Do Banditismo ao Ministério". Apollo Maweja era um hábil eletricista, numa grande mineração central em Kolowezi, no Congo Belga, África. Diz ele: "Durante os anos que ali trabalhei, assistia aos serviços católicos, ocasionalmente, mas minha religião nada significa para mim. A verdade nua é que eu era um verdadeiro canalha, um ébrio inveterado e um dissoluto frequentador de ambientes noturnos da pior espécie. Certa noite envolvi-me numa briga por causa da esposa de outro homem. Fui preso. Mas um "camarada" foi meu guarda e fez-me favores. Um dia, porém, por ordem de um branco encarregado da prisão, o guarda meu "camarada" esbofeteou-me. Fiquei cego de ódio pela traição de meu amigo e, como um doido, agarrei um pau e desferilhe um golpe com tamanha força que o matei instantaneamente.
Imediatamente fui algemado, com as mãos atrás das costas. As algemas feriam-me a carne e eu sangrava internamente dos muitos açoites que, com justiça, merecia e recebia. Condenaram-me à prisão perpétua e fui algemado a outro preso, também culpado de assassinato.
A noite, ele me falava de seu Salvador. Não tinha Bíblia, mas conhecia muitos versículos de cor e os repetia para mim. (Pois este assassino recebeu a mensagem de Cristo de um outro assassino). Transferiram-no depois de dez meses. Adquiri uma Bíblia que, descoberta, foi queimada. Em segredo, adquiri outra e, a fim de ocultar este precioso tesouro dividi-o cuidadosamente em três secções. Dois outros prisioneiros que estavam interessados em saber sobre Cristo, ajudavam-me guardando uma porção das escrituras sob seus uniformes da prisão, bem abaixo da cinta. Todas as noites, à luz de uma pequena lâmpada, eu lia e lia, até que terminei a leitura toda da Bíblia. Quando cheguei à história de Saulo, vi a mim mesmo. Tinha vivido a dar murros em ponta de faca.
Não fugiria mais. Entreguei-me a Ele. Paulo tornou-se meu modelo. Como ele fez, assim eu também pregava aos meus companheiros de prisão. A transformação que se operou em mim foi notada pelos prisioneiros e fizeram de mim o "papita", o chefe prisioneiro da prisão, responsável pelos outros prisioneiros. Finalmente, devido ao bom comportamento, fui libertado. Enquanto estava na prisão, deu-se-me um versículo: "o Senhor liberta os encarcerados" (Salmo 146.7). Tornou-se real. Fui duplamente liberto - interiormente do pecado e degradação vergonhosa e, exteriormente, das grades de uma prisão. Em resposta às minhas orações, Deus me deu uma esposa - uma jovem corajosa e de semblante meigo, da minha tribo, que se casou comigo, apesar de conhecer meu passado - e comigo compartilha o ideal de proclamar a Palavra de Deus. Ao ser posto em liberdade, fui batizado e, desde que conhecia a Bíblia tão bem, levaram-me à Escola Evangelista onde hoje estou, janeiro de 1954. O resto da minha vida nada mais posso fazer, senão servir e louvar Aquele de quem sou prisioneiro voluntário para sempre ."
Sem aquela conversão interior, que lava a culpa e a degradação, ele seria um eterno prisioneiro, mesmo depois de ter cumprido a sentença. Mas, liberto interiormente, tornou-se livre exteriormente, e agora está pronto para qualquer coisa, em qualquer lugar. "O Senhor liberta os encarcerados".
Stanley Jones
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/05/2013
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras