CASOS REAIS DE CONVERSÃO – Parte 6
Baseado no Capítulo V do livro Conversão de autoria de Stanley Jones
Aquele mesmo pastor contou-me esta história. O sobrinho da esposa de um médico era um bêbado (no Ocidente nós o chamaríamos "alcoólatra", mas é a mesma ignomínia), um ladrão e tinha estado na prisão treze vezes. Pediu dinheiro à esposa do médico e ela respondeu: "Eu lhe darei o dinheiro, contanto que você ouça este pastor, preste atenção ao que ele tem que lhe falar". O jovem pastor, recém-formado, saído há pouco do seminário, explicou ao homem toda a teologia que conhecia, a partir da existência de Deus. O homem sentou-se ali, desinteressado, esperando que ele terminasse, a fim de que pudesse receber o dinheiro para o saké (bebida japonesa). Quando o pastor esgotou toda sua teologia e nada mais sabia que dizer, o homem ergueu os olhos e vendo um quadro de Cristo com um cordeirinho em seus braços, perguntou: "Quem é?". Respondeu-lhe o pastor: "Alguém que está interessado em você, que o ama". "Me ama? Eu sou um João ninguém; ninguém se importa comigo. É homem ou mulher? Não, minha mãe não se importa, ninguém se importa". O pastor replicou: É Jesus. Ele se importa". "Bem, como posso encontrá-lo?”. Ele está aqui", disse o pastor. "Feche os olhos e Ele virá". O moço tentou repetir o nome de Jesus, mas era tão estranho, que parou e disse: "Diga-me o nome outra vez". E orou: "Ó Jesus, ajuda-me a sair de minha dificuldade. Eu sou um joão-ninguém". Lágrimas rolaram pela sua face, que se inundou de luz. A tia, observando tudo por trás de um biombo, correu e, enlaçando-o com os braços, chorou com ele. "Aqui está o dinheiro para o saké. Vamos celebrar o acontecimento", disse-lhe ela. "Não", respondeu-lhe o sobrinho. "Não quero aquilo nunca mais". No dia seguinte voltou ao pastor e disse: "Quero fazer algo em gratidão. Deixe-me zelar pela igreja todos os dias". E assim fez. O condutor do jinriquixá do médico, o qual tinha sido um bêbado também e que se convertera, falou-lhe e encorajou-o dizendo-lhe: "Vai visitar sua mãe e peça-lhe perdão". "Mas eu não tenho roupas e não tenho dinheiro". O condutor replicou: "Leva as minhas, e toma aqui o dinheiro. Parta". Assim ele fez. Quando saiu da embarcação que o levara, viu, na rua, uma pregação ao ar livre, e um homem importunava o pregador com perguntas tolas estorvando a reunião. Agora que sou um cristão, eis como posso ajudar", pensou o recém-convertido consigo mesmo. Dirigiu-se ao perturbador, disse-lhe umas verdades bem duras e arremessou-o ao chão. A polícia veio e o pôs na prisão. Informou-se ao pastor do ocorrido, o qual foi explicar tudo à policia, e o soltaram. Tornou-se um empregado de uma Companhia de eletricidade, vivendo e morrendo como bom cristão. Duas ou três coisas se depreendem desta história: 1) O pastor não chegava a destino algum, falando em teologia; chegou aonde queria ao pregar a Cristo Jesus. 2) A tia queria celebrar a conversão com saké. Era uma destas criaturas superficiais, bem intencionadas, que celebram tudo com bebida, até mesmo o Natal e o Ano Novo! O bêbado a corrigiu. 3) O condutor de jinriquixá foi justamente o amigo de que ele necessitava nestes dias cruciais. 4) Seu modo de manifestar a nova vida - arremessando o perturbador ao chão - foi errado, mas sincero. Os anjos sorriram e disseram: "Ele vai vencer isto”. E venceu mesmo.
Juntamente com aquela história podemos alinhar a de um outro bêbedo, de Harrodsburg, Kentucky. Em meus dias de estudante preguei em praça pública, junto ao Palácio da Justiça, tendo por plataforma uma caixa de sabão. Bem em frente a mim, estava um bêbedo que se apoiava, em parte, a um bastão que tinha consigo. Seguia comentando o que eu dizia: "Este jovem me faz chorar". Continuei a falar, tendo uma das minhas mãos em seus ombros, para conservá-lo quieto. Ao terminar minha prédica, convidei os que quisessem se converter a vir à missão.
Entre outros, veio este homem. "Você quer ser salvo?" perguntei. "Sim, mas eu sou bêbedo". "Eu sei disto", repliquei, "mas Ele pode salvá-lo". "Se o senhor fala assim, deve ser mesmo", respondeu ele, e nos ajoelhamos. Orei, e ele orou, e no meio da oração, abriu seus olhos, olhou ao redor surpreso: "Ora, ué! Ele me salvou! E eu sou bêbedo!" Levantou-se, tomou uma garrafa de whisky de seu bolso e ma deu: "Não preciso mais disto". Deu-me o bastão também e disse: "Não vou precisar disto nunca mais, também". Caminhou pela nave não somente como um ser salvo, mas sóbrio também. A conversão salvou e o tornou sóbrio no mesmo instante. Um milagre? Sim, por certo.
Esse milagre ocorre em toda parte onde for tentado. Um alcoólatra disse que tinha salvado dezoito alcoólatras, ajudando-lhes a se recuperarem, mas ele mesmo, volta e meia tornava a cair em períodos de bebedeira. No meio de seu próprio fracasso, nunca desistiu de ajudar os outros. Então, um dia, deitado em seu leito, lia "Vida Abundante", quando, repentinamente, a luz raiou. Sentiu que era um homem transformado. Foi ao telefone, chamou um amigo, e disse: "Aconteceu! Estou livrei!" E estava realmente. Desde então, nunca mais tocou bebidas alcoólicas. Trabalha agora com um coração tranquilo.
Stanley Jones
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/05/2013