UNIDADE DE FÉ, DE AMOR E DE DOUTRINA
Os cristãos devem ser de um mesmo sentir e pensamento, especialmente na obra de Deus, porque é um só e o mesmo Espírito que opera em todos, e que tudo faz.
A Igreja é por isso um só corpo, e a esperança dos cristãos quanto à chamada deles é a mesma.
O Senhor é um, a fé é a mesma, e o mesmo batismo e um só Deus, que é o Pai comum de todos os cristãos, e que tem a primazia sobre todos os cristãos, e que age por meio de todos eles, porque está em todos os Seus filhos, em espírito, como lemos em Efésios 4.4 a 6.
Então como podem os cristãos, diante disto, estarem divididos?
Como podem professar uma fé diferente da única que existe?
Como podem manifestar uma vida diferente se todos foram batizados na mesma morte e ressurreição de Cristo?
De maneira que a vida ressurrecta que opera neles é a mesma vida que receberam do alto pelo poder e habitação do Espírito Santo.
A chamada deles por Deus para viverem em unidade implicará portanto em muitas renúncias para que possam viver de fato de modo digno da vocação deles.
Terão portanto que serem humildes e se amoldarem às coisas humildes, conforme o exemplo que lhes foi dado por Cristo, e pelos cristãos da Igreja Primitiva de Jerusalém, os quais viviam como uma só alma, tendo tudo em comum união.
A preservação desta unidade no Espírito pelo vínculo da paz, demandará portanto a tomada de atitudes, ou seja, aquelas atitudes fundamentais cristãs que adornam a fé, como por exemplo, o amor ágape, a humildade, mansidão, longanimidade, bondade e o perdão.
O cristão não foi chamado a falar bem disto, mas para viver isto, de maneira que se exige muito mais dele do que simples aprovação das virtudes de Deus.
Eles são chamados por Deus a se esforçarem, diligentemente, para viverem em unidade em amor, humildade, longanimidade, mansidão, e na paz de Cristo.
Veja que se diz esforço diligente. Isto significa muito empenho, muita dedicação, especialmente em oração e serviço consagrado a Deus.
Se é necessário esforço diligente, então se conclui que não é fácil viver de tal maneira, e que é muito fácil perder tais coisas, caso não sejamos diligentes.
Em resumo, os cristãos devem se esforçar pela unidade da fé, de maneira prática em suas vidas.
Em sentido prático, o amor mútuo dos cristãos deve se expressar em auxílio e socorro de uns pelos outros, especialmente para que sejam edificados na verdade.
O primeiro passo para a unidade é a humildade; sem isto não haverá nenhuma mansidão, nenhuma paciência, longanimidade; e sem estas não há nenhuma unidade.
O orgulho quebra a paz, e produz toda sorte de dano.
A humildade e a mansidão restabelecem a paz, e a preservam.
Pelo orgulho vem a dissensão e a contenda; mas pela humildade vem o amor.
Agora, como dissemos antes, isto deve provir do Espírito. Estas virtudes são celestiais e não se encontram na nossa natureza.
Nós a recebemos do alto pelo Espírito, quando andamos no Espírito. É assim que se tem o fruto do Espírito, que é composto por estas virtudes divinas.
Logo, se os cristãos não estiverem andando no Espírito eles não podem ter esta unidade e paz. Eles não estarão num só querer e sentir quando se reunirem para adorar a Deus, porque isto é possível somente quando se está debaixo da influência e poder do Espírito.
Por isso somos chamados a nos esforçar para manter a unidade do Espírito no vínculo da paz.
Isto significa que teremos que renunciar à nossa própria vontade, ao nosso ego, de maneira que sejamos dirigidos pelo Espírito.
Daí se entende a razão de Jesus ter dito que deveríamos tomar a nossa cruz, negar-nos a nós mesmos para poder segui-lO.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 24/06/2013