Voz do que clama no deserto
“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas." (Lucas 3.4)
A voz que clama no deserto fez um caminho para o Senhor, um caminho preparado, um caminho preparado no deserto. Gostaria de atentar à proclamação do Mestre, e lhe dar uma estrada no meu coração, através das operações da graça, no deserto da minha natureza. As quatro direções no texto devem ter a minha total atenção.
“Todo vale será aterrado” (Lc 3.5a). Pensamentos pequenos e rasteiros sobre Deus devem ser abandonados; dúvida e desespero devem ser removidos e prazeres carnais egoístas devem ser abandonados. Através destes vales profundos uma gloriosa calçada da graça deve ser levantada.
“Cada monte e outeiro serão nivelados.” (Lc 3.5b). A orgulhosa suficiência da criatura, e a arrogância dos que se gloriam na sua justiça própria, devem ser niveladas para que se faça uma estrada para o Rei dos reis. A divina comunhão nunca é concedida a altivos, a pecadores ensoberbecidos. O Senhor habita com os humildes, e visita os contritos de coração, mas o altivo é uma abominação para Ele. Minha alma, peça ao Espírito Santo para te endireitar quanto a isto.
“Os caminhos tortuosos serão retificados” (Lc 3.5c). O coração vacilante deve ter um caminho direto de decisão por Deus e de santidade balizada por essa decisão. A duplicidade é estranha para o Deus da verdade. Minha alma, tome cuidado para que seja encontrada apenas nas coisas honestas e verdadeiras, segundo um exame de consciência à luz de Deus.
“Os lugares escabrosos serão aplainados.” (Lc 3.5d) . Os tropeços do pecado devem ser removidos, e os espinhos e abrolhos da rebelião precisam ser extirpados. Tão profundamente que um visitante não deve encontrar caminhos pantanosos e lugares pedregosos, quando ele vier para honrar seus favorecidos com a sua companhia. Oh, que esta noite o Senhor possa encontrar em meu coração uma estrada preparada pela Sua graça, para que Ele possa fazer uma marcha triunfal através dos limites mais extremos da minha alma, desde o início até o final de cada ano.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.
Charles Haddon Spurgeon
Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/08/2013