Deus se Agrada do Nosso Sofrimento?
Os males são melhor suportados se os sofremos quando nos encontramos em comunhão com o Senhor, ou seja, quando eles nos atingem sem que tenhamos dado causa aos mesmos, por algum pecado específico que tenhamos praticado ou que esteja ligado à nossa natureza, estando oculto aos nossos olhos espirituais.
Perdemos o conforto nos nossos sofrimentos, somente quando há culpa neles. E não seria adequado, neste caso, esperarmos consolações da parte de Deus enquanto não confessarmos a nossa culpa e não nos arrependermos com uma fé não fingida.
Em todo caso, as aflições dos santos não são juízos de destruição, mas correções ou disciplina provindas ou permitidas por Deus para mortificar o pecado, para implantação das virtudes de Cristo em nós, como o amor, a paciência, a constância etc.
Os sofrimentos provam a nossa fé e o grau da nossa confirmação na graça de Jesus.
Nunca devemos esquecer a diferença que há entre punição e provação. O fruto da punição é desespero e murmuração; e o da provação é paciência, experiência e esperança cristã, ou seja, o fruto que é segundo a capacitação da graça de Jesus.
Por isto se vê que ausência de aflições na vida não é necessariamente um sinal de se estar sendo abençoado por Deus, assim como por outro lado, estar atribulado não é uma evidência do Seu desagrado.
Como se lê em Isaías 53 foi do agrado de Deus que Jesus sofresse em nosso lugar na cruz. Isto não significa que o sofrimento em si mesmo de seu amado Filho Unigênito, que ele receberia da sua própria mão paterna fosse algo que lhe tivesse dado prazer e alegria, mas que, por aquele meio a Sua justiça seria satisfeita, sua santidade vindicada e o Seu eterno propósito de ter muitos filhos semelhantes a Cristo poderia enfim, ser cumprido. Foi isto que foi do seu agrado.
De igual modo, quando sofremos, Deus se agrada pelos bons resultados que daí advirão, especialmente aqueles que se relacionam à sua vontade, mas ele se compadece de nós e nos consola, fortifica, fundamenta e confirma, para a nossa própria alegria e a dele, quando o fruto precioso da santidade for achado em nós.