O Fruto e o Dom do Espírito
Um espírito de amor é um espírito amável.
É o espírito de Jesus Cristo.
É o espírito do céu.
Apesar do grande privilégio dos dons extraordinários do Espírito Santo, que são citados no décimo segundo capítulo de I Corintios, contudo a influência do Espírito Santo, enquanto trabalhando a graça do amor no coração, é um privilégio mais excelente que qualquer deles: uma maior bênção que o espírito de profecia, ou o dom de línguas, ou de milagres, até mesmo o de fé para remover montanhas; o amor é uma maior bênção que todos os dons milagrosos de que Moisés, Elias, Eliseu e os doze apóstolos estavam dotados.
Isto será visto, se nós considerarmos que esta bênção da graça salvadora de Deus é uma qualidade inerente da sua própria natureza, e não apenas uma capacitação extraordinária que é possível de ser recebida sem que se tenha uma participação nesta natureza divina, conforme o caso dos dons extraordinários do Espírito.
Este fruto do amor do Espírito de Deus, trabalha um caráter verdadeiramente cristão na alma, e produz no coração do homem uma natureza excelente, sim, a mesma excelência da natureza de Cristo.
O Espírito de Deus se comunica muito mais com os homens lhes dando graça transformadora aos seus corações, do que dando os dons extraordinários citados por Paulo em I Coríntios 12 e 14.
E agindo desta forma o Espírito se torna um princípio vital na alma.
Por isso se requer que andemos no Espírito para que possamos ter o Seu fruto, o qual se traduz na implantação as Suas virtudes na nossa nova natureza, que recebemos pela fé em Cristo.
Não se tem portanto o fruto do Espírito, pelo mero fato de se possuir algum dom espiritual extraordinário, dentre os citados por Paulo no décimo segundo capitulo.
O fruto do Espírito decorre de se andar nEle, em obediência a Deus e à Sua Palavra, pela consagração da vida em se submeter com constância à Sua disciplina.
A graça ou santidade, que são o resultado da influência comum do Espírito de Deus nos corações, é em que a imagem espiritual de Deus consiste; e não nos dons extraordinários do Espírito.
A imagem espiritual de Deus não consiste em ter poder para operar milagres, e predizer eventos futuros, mas consiste em ser santo, como Deus é santo: tendo um princípio santo e divino no coração, nos influenciando a ter vidas santas e divinas.
Por conseguinte, o grande desígnio de Deus para nossas vidas não é meramente que profetizemos, falemos em línguas, ou que manifestemos qualquer outro dom espiritual, porque como Ele próprio nos ensina, estes dons não somente desaparecerão, como também não são propriamente eles que nos tornam à imagem e semelhança de Cristo, senão o fruto do Espírito, o qual é implantado progressiva e gradualmente em nossas naturezas, e cujo efeito está destinado a durar eternamente.
O amor é algo mais excelente do que todos os dons, porque o amor divino no coração é o que identifica os que são verdadeiramente discípulos de Cristo, conforme Ele próprio afirmou.
O objetivo do evangelho é conduzir os homens das trevas para a luz, e do poder do pecado e de Satanás para servir o Deus vivo, ou seja, fazer os homens santos.
O fim de todos os dons extraordinários do Espírito é a conversão de pecadores, e a edificação dos santos naquela santidade que é fruto das influências ordinárias do Espírito Santo.