“Contigo está o manancial da vida". (Salmo 36.9)
Há momentos na nossa experiência espiritual, quando o conselho ou simpatia humanos, ou ordenanças religiosas, não conseguem nos confortar ou ajudar. Por que o nosso bondoso Deus permite isso? Talvez seja porque temos vivido muito sem ele, e, portanto, ele tira tudo em que temos o hábito de depender, para que ele possa nos levar para si mesmo.
É uma coisa abençoada viver no manancial. Enquanto o nosso odre está cheio de água, estamos contentes, como Agar e Ismael, indo para o deserto (Gên 21.16), mas quando este se seca, nada vai nos servir, mas “Deus tu me viste”.
Nós somos como o filho pródigo - amamos o cocho dos suínos e esquecemos a casa de nosso Pai. Lembre-se, nós podemos fazer chiqueiros e as cascas do pródigo, mesmo fora das formas de religião; elas são coisas abençoadas, mas podemos colocá-las no lugar de Deus, e então elas não têm qualquer valor. Tudo se torna um ídolo quando nos mantém longe de Deus: mesmo a serpente de bronze é para ser desprezada como "Neustã", se nós a adorarmos no lugar de Deus.
O filho pródigo nunca esteve mais seguro do que quando ele foi levado para o seio de seu pai, porque ele não poderia encontrar alimento em nenhum outro lugar. Nosso Senhor nos favorece com uma fome na terra que pode nos fazer buscá-lo ainda mais. A melhor posição para um cristão é viver integral e diretamente na graça de Deus - ainda permanecendo onde ele se levantou pela primeira vez - "Nada tendo, mas possuindo tudo."
Nunca pensemos sequer por um momento que estamos de pé por nossa santificação, nossa mortificação do pecado, nossas graças, ou por nossos sentimentos, porque sabemos que isto se deve a Cristo que ofereceu uma expiação completa, portanto, somos salvos, pois somos completos nEle. Nada tendo em nós mesmos para confiar, senão descansar nos méritos de Jesus - sua paixão e vida santa nos fornecem o único fundamento seguro de confiança. Amados, quando somos levados a uma condição sedenta, temos a certeza de voltarmos para a fonte da vida com entusiasmo.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.
Charles Haddon Spurgeon
Enviado por Silvio Dutra Alves em 05/10/2013
Alterado em 05/10/2013