Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
SALMO 74 – Salmo de Asafe
Este salmo de Asafe bem poderia ser unido ao livro das Lamentações de Jeremias, porque trata não somente do  mesmo assunto das assolações feitas contra os judeus bem como contra o templo do Senhor.
Assim, este lamento pode ser aplicado à destruição de Jerusalém nos dias de Nabucodonosor, como a qualquer outra assolação sofrida pelos judeus e o seu culto ao Senhor, em qualquer época da história de Israel. O salmista pergunta por que Deus estava rejeitando o Seu povo, no entanto, ele sabia qual era o motivo de tal rejeição, ainda que não de todos os judeus, mas da grande maioria que lhe era infiel. É o sentimento nacionalista que fala neste salmo. Todavia, Deus não age com base nos nossos sentimentos nacionalistas, ou nos de qualquer outra natureza, senão somente baseado na justiça e na verdade. Israel lhe havia virado as costas por séculos, e na Sua bondade sempre chamou o povo ao arrependimento, e lhes advertiu de que suas cidades seriam assoladas e seriam levados em cativeiro caso não se arrependessem, e foi de fato o que Ele fez, e que agora levava Asafe a lamentar pela condição de ruína a que fora deixada a nação de Israel. Asafe argumentou com o Senhor para que se lembrasse da aliança que havia feito com o Seu povo, no entanto, não foi Ele quem fora infiel à aliança, mas Israel. Eles haviam anulado a aliança que havia sido feita através de Moisés, e então já estava em andamento, para ser inaugurada, uma Nova Aliança, conforme havia sido prometida desde Abraão e aos profetas. Deus tornaria a restaurar os judeus que se arrependessem e tornaria a fazer-lhes bem em sua própria terra, tal como tem feito tantas vezes na história daquela nação, todavia, eles experimentariam antes, todo o Seu desagrado para com as suas apostasias.          

“Por que nos rejeitas, ó Deus, para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto?  Lembra-te da tua congregação, que adquiriste desde a antiguidade, que remiste para ser a tribo da tua herança; lembra-te do monte Sião, no qual tens habitado.  Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, tudo quanto de mal tem feito o inimigo no santuário. Os teus adversários bramam no lugar das assembleias e alteiam os seus próprios símbolos. Parecem-se com os que brandem machado no espesso da floresta,  e agora a todos esses lavores de entalhe quebram também, com machados e martelos.  Deitam fogo ao teu santuário; profanam, arrasando-a até ao chão, a morada do teu nome. Disseram no seu coração: Acabemos com eles de uma vez. Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra. Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando. Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome? Por que retrais a mão, sim, a tua destra, e a conservas no teu seio? Ora, Deus, meu Rei, é desde a antiguidade; ele é quem opera feitos salvadores no meio da terra. Tu, com o teu poder, dividiste o mar; esmagaste sobre as águas a cabeça dos monstros marinhos. Tu espedaçaste as cabeças do crocodilo e o deste por alimento às alimárias do deserto. Tu abriste fontes e ribeiros; secaste rios caudalosos. Teu é o dia; tua, também, a noite; a luz e o sol, tu os formaste.  Fixaste os confins da terra; verão e inverno, tu os fizeste. Lembra-te disto: o inimigo tem ultrajado ao SENHOR, e um povo insensato tem blasfemado o teu nome. Não entregues à rapina a vida de tua rola, nem te esqueças perpetuamente da vida dos teus aflitos.  Considera a tua aliança, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de violência. Não fique envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.  Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te de como o ímpio te afronta todos os dias.  Não te esqueças da gritaria dos teus inimigos, do sempre crescente tumulto dos teus adversários.”  

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 18/10/2013
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