Profeta Malaquias – cap 4
“1 Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.
3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos.
4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças.
5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;
6 e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”
Este capítulo é uma continuação do final do anterior.
Naquele nós vimos Deus proferindo que não era correta a idéia que o Seu povo tinha acerca dos soberbos e das nações ímpias que prosperavam, enquanto eles, o povo da aliança, sofriam.
O Senhor declarou deles, daqueles que O serviam, serem o seu particular tesouro que Ele pouparia no dia do Juízo.
E nada foi declarado quanto aos injustos e que não O servem no capítulo anterior, senão que se veria outra vez a grande diferença que há entre eles, e aqueles que são justos e que O servem.
Mas aqui, é declarado deles, logo no início deste capitulo, que, no dia do juízo “que vem ardendo como uma fornalha, todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (v. 1).
E mais uma vez, se declara promessas de bênçãos para os justos que temem o nome do Senhor, para os quais é proferido que “nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” (v. 2).
O sol da justiça prometido é Cristo, que cura o povo do Senhor das suas enfermidades, especialmente do pecado, e isto é para eles motivo de alegria, tal como os bezerros que saem saltando quando são livrados da estrebaria.
E aqueles ímpios que os israelitas invejam na prosperidade deles aqui neste mundo, seriam pisados pelos santos no dia do juízo, e seriam feitos como cinza debaixo das plantas dos seus pés (v. 3).
Isto significa que o mal será subjugado pelo bem no dia do grande juízo de Deus.
Então Israel foi incentivado pelo profeta à perseverança, porque há grande diferença entre o destino daqueles que servem e dos que não servem a Deus.
Como Israel foi vocacionado para ser uma nação santa, conforme a Sua eleição declarada no primeiro capítulo desta profecia, pela escolha de Jacó, em contraposição à rejeição de Esaú, deveriam portanto, lembrar-se continuamente da lei de Moisés, e de todos os seus estatutos e ordenanças (v. 4).
O grande e terrível dia do juízo do Senhor, que fora predito anteriormente, seria no entanto, precedido pela vinda do profeta Elias, a saber, João Batista, que viria no mesmo ministério de Elias, conforme está claramente explicitado no Novo Testamento.
Ele viria conforme prometido, para que houvesse conversão real em Israel, demonstrada na harmonia de coração entre pais e filhos, de modo que a terra de Israel não fosse amaldiçoada por Deus, por causa da sua permanência no pecado.
Este seria mais um sinal relativo à vinda do Messias, a saber, Ele seria precedido por um mensageiro que lhe prepararia o caminho.
Quanto à referência ao profeta Elias como sendo João, cabe uma análise mais detalhada, quanto ao que encontramos relativamente à mesma, no primeiro capítulo do evangelho de João.
João 1.19 a 28
“19 E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21 E perguntaram-lhe: Então quem? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.
28 Estas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.”
Nos versos 15 a 18 nós vemos o testemunho geral que João dava de Jesus, e aqui nestes versos 19 a 28 nós temos registrado o testemunho que ele deu em certa ocasião quando os judeus lhe enviarem sacerdotes e levitas de Jerusalém para lhe perguntarem quem ele era (v. 19).
João confessou que não era o Cristo. Que ele não era o grande profeta prometido desde Moisés (Dt 18.18). E também disse que não era o profeta Elias, que eles pensavam que voltaria à terra por causa da profecia de Malaquias 4.5, que era de fato uma referência a João Batista sob o codinome de Elias (Mt 17.10-13), mas isto não significava que João fosse de fato Elias.
Ele viria no mesmo tipo de espírito e poder do profeta Elias, conforme o anjo preanunciou o nascimento de João a seu pai Zacarias (Lc 1.17).
João disse aos sacerdotes e levitas que ele era aquele do qual havia falado o profeta Isaías. A voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor. Ele mostrou a eles que o seu ministério estava apoiado nas Escrituras.
Aqueles sacerdotes e levitas que eram fariseus não retrucaram a resposta que João lhes dera, mas questionaram ainda por que ele batizava, já que não era o Cristo, nem Elias e nem o profeta.
João lhes respondeu que ele batizava com água, mas já se encontrava entre os judeus Alguém que eles não conheciam, e que viria após ele, apesar de ser antes dele (até mesmo de Abraão e de tudo e de todos) do qual ele disse humildemente não ser digno sequer de lhe desatar a correia da sua sandália, serviço este que era prestado pelos escravos de mais baixa categoria aos seus senhores. Deste modo João testificou a respeito da dignidade dAquele que veio anunciando, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 21/10/2013