Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
SALMO 88 – Salmo dos filhos de Core
Neste salmo, o salmista chora na presença do Senhor pela condição de abatimento extremo da sua alma. Ele sofre pela ausência da comunhão com o Senhor, e pelo sentir da repreensão da Sua ira. Ele sofre porque em vez de se achar em tal condição como se estivesse morto, o seu desejo era o de louvar e exaltar o nome do Senhor. Por isso orou para que os ouvidos do Senhor atendessem ao Seu clamor e que a sua oração chegasse à Sua presença. O salmista encontrava-se solitário, porque até mesmo do consolo da presença dos seus amigos Ele havia sido privado, e considerava que isto havia sido feito pelo próprio Deus. Assim, orava para que fosse libertado de tais sentimentos e para que sua alma voltasse a achar paz e descanso no Senhor.      

“Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.  Sou contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força,  atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos. Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos.  Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas. Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair.  Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.  Mostrarás tu prodígios aos mortos ou os finados se levantarão para te louvar?  Será referida a tua bondade na sepultura? A tua fidelidade, nos abismos?  Acaso, nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça, na terra do esquecimento? Mas eu, SENHOR, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração.  Por que rejeitas, SENHOR, a minha alma e ocultas de mim o rosto? Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o peso dos teus terrores, estou desorientado. Por sobre mim passaram as tuas iras, os teus terrores deram cabo de mim. Eles me rodeiam como água, de contínuo; a um tempo me circundam.  Para longe de mim afastaste amigo e companheiro; os meus conhecidos são trevas.”
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/10/2013
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