SALMO 106
Este salmo segue o mesmo arranjo do salmo anterior, no qual o povo do Senhor é convocado a Lhe render graças por Sua bondade e misericórdia, que dura para sempre, bem como por todos os Seus feitos manifestados na história de Israel, dos quais o salmista vai destacar especialmente os havidos sob Moisés, e conforme estão registrados no Pentateuco.
O salmista reconhece que Israel havia pecado tal como seus ancestrais haviam feito no passado.
Foram rebeldes tanto quanto eles, mas de igual modo também estavam sendo alvo da salvação do Senhor por amor do Seu próprio nome, para manifestar o Seu poder.
O Senhor havia aberto o Mar Vermelho e subjugado os seus inimigos, mas eles logo se esqueceram desta grande obra e não guardaram o caminho do Senhor, por terem se entregado à cobiça no deserto.
Houve inveja entre eles, especialmente no caso de Datã, Coré e Abirão, que foram tragados vivos pela terra, que abriu sob os seus pés e o grupo que lhes seguia.
A tal ponto chegou a iniquidade deles, mesmo em face de todas as maravilhas do Senhor, que fizeram um ídolo para si, um bezerro de ouro, e o adoraram.
Trocando a glória de Deus pela figura de um novilho que come erva.
Deus os teria destruído se Moisés não tivesse intercedido por eles. Porém não se emendaram e se juntaram a Baal-Peor e comeram dos sacrifícios oferecidos a este falso deus pelos midianitas, aos quais haviam se misturado.
Por isso o Senhor matou a muitos israelitas pela peste e esta teria avançado se não fosse pelo zelo de Fineias, que executou o juízo do Senhor, transpassando com sua lança a um príncipe da tribo de Simeão, juntamente com uma princesa midianita, à qual havia se juntado.
Por causa da rebeldia de Israel na contenda das águas de Meribá, Moisés foi impedido de entrar na terra de Canaã, porque eles haviam sido rebeldes ao Espírito Santo, levando Moisés a falar irrefletidamente.
Eles se misturaram aos povos pagãos de Canaã, em vez de exterminá-los, conforme mandado do Senhor, e se contaminaram com eles dando culto aos seus ídolos, e praticando os seus costumes contrários aos mandamentos de Deus.
Até a seus próprios filhos ofereceram como sacrifícios aos demônios e aos ídolos de Canaã.
Isto fez com que a ira do Senhor se acendesse contra eles e lhes entregou ao poder das nações, como se vê especialmente no período dos juízes e dos reis de Israel.
Apesar de o Senhor tê-los libertado várias vezes, quando Lhe clamavam por socorro, no entanto, voltavam à prática das mesmas más obras.
Todavia, por causa da fidelidade da aliança que havia feito com eles, sempre se compadeceu segundo a multidão das Suas misericórdias, e fez com que lograssem receber compaixão dos povos que lhes haviam levado cativos.
Então, confiado nestas misericórdias divinas, o salmista orou para que o Senhor tornasse a congregar Israel, das nações para as quais lhe havia dispersado, para que dessem graças ao Seu santo nome e se gloriassem no Seu louvor.
“Aleluia! Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.
Quem saberá contar os poderosos feitos do SENHOR ou anunciar os seus louvores?
Bem-aventurados os que guardam a retidão e o que pratica a justiça em todo tempo.
Lembra-te de mim, SENHOR, segundo a tua bondade para com o teu povo; visita-me com a tua salvação, para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, e me alegre com a alegria do teu povo, e me regozije com a tua herança.
Pecamos, como nossos pais; cometemos iniquidade, procedemos mal.
Nossos pais, no Egito, não atentaram às tuas maravilhas; não se lembraram da multidão das tuas misericórdias e foram rebeldes junto ao mar, o mar Vermelho.
Mas ele os salvou por amor do seu nome, para lhes fazer notório o seu poder.
Repreendeu o mar Vermelho, e ele secou; e fê-los passar pelos abismos, como por um deserto. Salvou-os das mãos de quem os odiava e os remiu do poder do inimigo.
As águas cobriram os seus opressores; nem um deles escapou.
Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor.
Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão.
Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma.
Tiveram inveja de Moisés, no acampamento, e de Arão, o santo do SENHOR.
Abriu-se a terra, e tragou a Datã, e cobriu o grupo de Abirão.
Ateou-se um fogo contra o seu grupo; a chama abrasou os ímpios.
Em Horebe, fizeram um bezerro e adoraram o ídolo fundido.
E, assim, trocaram a glória de Deus pelo simulacro de um novilho que come erva.
Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que, no Egito, fizera coisas portentosas, maravilhas na terra de Cam, tremendos feitos no mar Vermelho.
Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse.
Também desprezaram a terra aprazível e não deram crédito à sua palavra; antes, murmuraram em suas tendas e não acudiram à voz do SENHOR.
Então, lhes jurou, de mão erguida, que os havia de arrasar no deserto; e também derribaria entre as nações a sua descendência e os dispersaria por outras terras.
Também se juntaram a Baal-Peor e comeram os sacrifícios dos ídolos mortos.
Assim, com tais ações, o provocaram à ira; e grassou peste entre eles.
Então, se levantou Fineias e executou o juízo; e cessou a peste.
Isso lhe foi imputado por justiça, de geração em geração, para sempre.
Depois, o indignaram nas águas de Meribá, e, por causa deles, sucedeu mal a Moisés, pois foram rebeldes ao Espírito de Deus, e Moisés falou irrefletidamente.
Não exterminaram os povos, como o SENHOR lhes ordenara.
Antes, se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras; deram culto a seus ídolos, os quais se lhes converteram em laço; pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e filhas, que sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi contaminada com sangue.
Assim se contaminaram com as suas obras e se prostituíram nos seus feitos.
Acendeu-se, por isso, a ira do SENHOR contra o seu povo, e ele abominou a sua própria herança e os entregou ao poder das nações; sobre eles dominaram os que os odiavam.
Também os oprimiram os seus inimigos, sob cujo poder foram subjugados.
Muitas vezes os libertou, mas eles o provocaram com os seus conselhos e, por sua iniquidade, foram abatidos.
Olhou-os, contudo, quando estavam angustiados e lhes ouviu o clamor; lembrou-se, a favor deles, de sua aliança e se compadeceu, segundo a multidão de suas misericórdias.
Fez também que lograssem compaixão de todos os que os levaram cativos.
Salva-nos, SENHOR, nosso Deus, e congrega-nos de entre as nações, para que demos graças ao teu santo nome e nos gloriemos no teu louvor.
Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de eternidade a eternidade; e todo o povo diga: Amém! Aleluia!”
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/10/2013