O Ladrão Que Creu – Parte 2
Por Charles Haddon Spurgeon.
II. Em segundo lugar, OBSERVEM QUE ESTE HOMEM FOI O COMPANHEIRO DE NOSSO SENHOR NA PORTA DO PARAÍSO. Não vou especular quanto ao lugar para onde foi nosso Senhor quando abandonou o corpo que estava pregado na cruz. Por algumas Escrituras parece que desceu ao centro da terra, para que pudesse cumprir todas as coisas. Mas Ele atravessou rapidamente as regiões dos mortos. Recordem que Ele morreu, talvez uma hora ou duas antes do ladrão, e durante esse tempo a glória eterna brilhou através do mundo subterrâneo, e estava fulgurando através das portas do paraíso justo quando o ladrão perdoado entrava no mundo eterno. Quem é este que entra pela porta de pérolas ao mesmo tempo que o Rei da glória? Quem é este favorecido companheiro pelo Redentor? É um mártir digno de honra? É um fiel apóstolo? É um patriarca, como Abraão; ou um príncipe, como Davi? Não, nenhum deles. Vejam, e assombrem-se com a graça soberana! O que entra pela porta do paraíso, com o Rei da glória, é um ladrão, que foi salvo em um decreto de morte. Não é salvo de uma maneira inferior, nem é recebido na beatitude de um modo secundário. Verdadeiramente, há últimos que serão primeiros!
Aqui gostaria que notassem a condescendência da eleição de nosso Senhor. O camarada do Senhor da glória, por quem o querubim deixa des lado sua espada de fogo, não é uma grande pessoa, senão um malfeitor recentemente convertido. E por quê? Penso que o Salvador o tomou com Ele como um exemplo do que Ele queria realizar. Parecia dizer a todos os poderes celestiais: “Trago um pecador comigo; é uma amostra do restante”.
Vocês não ouviram daquele que sonhou que estava em frente das portas do céu e enquanto estava ali, ouviu uma música doce de um grupo de veneráveis pessoas que seguiam seu caminho até a glória? Entraram pelas portas celestiais, e houve grande regozijo e exclamações. Ao perguntar: “quem são estes?”, lhe foi dito que eles eram a boa companhia dos profetas. Suspirou e disse: “Ai! Não sou um deles”. Esperou um pouco, e outro grupo de seres brilhantes se aproximou, e adentraram ao céu com aleluias, e quando perguntou: “Quem são estes e de onde vêm?”, a resposta foi: “Este é o glorioso grupo dos apóstolos”. Outra vez suspirou e disse: “Não posso entrar com eles”. Então veio outro grupo de homens com túnicas brancas e levando palmas em suas mãos, esses homens andaram em meio de grandes aclamações dentro da cidade dourada. Soube então que era o nobre exército dos mártires; e outra vez chorou, e disse: “não posso entrar com estes”. Ao final ouviu as vozes de muita gente, e viu uma multidão maior que avançava, entre os quais percebeu a Raabe e Maria Madalena, Davi e Pedro, Manassés e Saulo de Tarso, e observou especialmente ao ladrão, o que morreu à destra de Jesus. E foram se aproximando das portas celestiais. Então ansiosamente perguntou: “quem são estes?” E lhe responderam: “esta é a hoste de pecadores salvos pela graça”. Então se pôs extremamente contente, e disse: “eu posso entrar com estes”. Ainda que pensou que não haveria aclamações quando esta multidão chegasse ante as portas e que entrariam no céu sem cânticos; contudo, pareceu que se levantava um louvor sete vezes maior com aleluias para o Senhor do amor; porque há alegria entre os anjos de Deus pelos pecadores que se arrependem. Eu convido a qualquer pobre alma que não aspira servir a Cristo, nem sofrer por Ele todavia, que no entanto, venha à companhia de Jesus com outros pecadores crentes, pois Ele nos abre uma porta diante de nós.
Enquanto analisamos este texto, observem bem o bendito lugar ao qual o Senhor chamou a este penitente. Jesus disse: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Paraíso significa jardim, um jardim cheio de deleites. O jardim do Éden é o tipo do céu. Sabemos que paraíso significa céu, pois o apóstolo nos fala de um homem que foi arrebatado ao paraíso, e em seguida lhe chama o terceiro céu. Nosso Salvador levou este ladrão agonizante ao paraíso de deleite infinito, e é para ai onde levará a todos nós, pecadores que cremos nele. Se confiarmos nele, ao final estaremos com Ele no paraíso.
A seguinte palavra é ainda melhor. Notem a glória da sociedade na qual é introduzido este pecador: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Sim o Senhor disse, “Hoje estarás comigo,” não necessitamos que se agregue outra palavra; porque onde Ele está, é o céu para nós. Agregou a palavra “paraíso” para que ninguém se perguntasse para onde iria. Pensa nele, alma desprovida de graça; vais a habitar com o Todo Desejável para sempre. Vocês, pobres e necessitados, estarão com Ele em sua glória, em sua felicidade, em sua perfeição. Onde Ele está, e como Ele é, ai estarão e serão vocês. O Senhor olha esta manhã para os seus olhos chorosos, e diz: “Pobre pecador, tu estarás comigo um dia”. Penso ouvi-los dizer: “Senhor, essa é uma felicidade demasiadamente grande para um pecador como eu”; porém responde: “Te amei com um amor eterno, por conseguinte com misericórdia vou te atrair a mim, até que estejas onde eu estou”. A ênfase do texto está na rapidez de tudo isto. “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. “Hoje”. Não permanecerás no purgatório por gerações, nem dormirás no limbo por tantos anos; senão que estarás pronto de imediato para a alegria, e de imediato irá desfrutá-la. O pecador já estava quase ante às portas do inferno, mas a misericórdia todo poderosa o levantou, e o Senhor disse, “Hoje estarás comigo no paraíso”. Que mudança da cruz à coroa, da angústia do Calvário à glória da Nova Jerusalém! Nessas poucas horas o mendigo foi levado do esterco e foi posto entre príncipes. “Hoje estarás comigo no paraíso”. Podem medir a mudança desse pecador, abominável em sua iniquidade quando o sol estava no alto do meio-dia, a esse mesmo pecador, vestido de branco puro, e aceito no Amado, no paraíso de Deus, ao pôr-do-sol? Oh, Salvador glorioso, que maravilhas podes fazer! Quão rapidamente podes realizá-las!
Por favor, estejam advertidos também, sobre a majestade da graça do Senhor neste texto. O Salvador lhe disse? “em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Nosso Senhor dá sua própria vontade como razão para salvar este homem. “Te digo”. O disse quem reclama o direito de falar assim. É Ele quem terá misericórdia de quem Ele quiser ter misericórdia, e terá compaixão de quem Ele quiser ter compaixão. Fala com majestade, “Em verdade te digo”. Acaso não são palavras imperiais? O Senhor é um Rei em cuja palavra há poder. O que Ele diz ninguém pode contradizer. Ele, que tem as chaves do inferno e da morte te diz, “Te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Quem impedirá o cumprimento de Sua Palavra?
Vejam a certeza disto. Diz: “em verdade”. Nosso bendito Senhor na cruz retomou sua antiga maneira majestosa, quando dolorosamente volveu sua cabeça, e viu ao seu ladrão convertido. Ele sempre inicia sua prédica com, “Em verdade, em verdade”; e agora que está agonizando utiliza sua maneira favorita, e diz, “Em verdade”. Nosso Senhor não jurava; sua mais forte asseveração era, “Em verdade, em verdade”. Para dar ao penitente a mais simples segurança, disse, “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Nisto tinha uma segurança absolutamente indisputável que ainda que tivesse que morrer, contudo viveria e se encontraria no paraíso com seu Senhor.
Desta maneira lhes mostrei que nosso Senhor passou pela porta de pérolas em companhia de um a quem Ele mesmo havia garantido a entrada. Por que você e eu não haveríamos de passar através dessa porta de pérolas a seu devido tempo, vestidos com Seu mérito, lavados em Seu sangue, descansando em Seu poder? Em um destes dias os anjos dirão de ti e de mim, “Quem é este que vem do deserto apoiando-se no Amado?” Os luminosos se assombrarão ao ver a alguns de nós indo. Se viveste uma vida de pecado até agora, e contudo te arrependes e entras no céu, que assombro haverá em cada rua dourada ao pensar que chegaste ali! Nos primeiros anos da Igreja Cristã, Caio Mário Vitorino[1] se converteu; porém havia alcançado uma idade tão avançada, e havia sido um tão grande pecador, que o pastor e a igreja duvidaram dele. Deu contudo uma clara prova de haver experimentado a transformação divina, e então houve grandes aclamações e muitos gritos de “Vitorino se converteu em cristão!” Oh, que alguns de vocês grandes pecadores possam ser salvos! Com quanto gosto me regozijaria por vocês! Por que não? Não seria para a glória de Deus? A salvação deste convicto assaltante de caminhos fez nosso Senhor ilustre por Sua misericórdia ainda neste dia; Não faria o mesmo caso de vocês? Não exclamariam os santos: “Aleluia! Aleluia!”, se ouvissem que alguns de vocês saíram da escuridão para a luz admirável? Por que não seria assim? Creiam em Jesus e assim será.
III. Agora chego a meu terceiro e mais prático ponto: NOTEM DE TUDO ISTO, O SERMÃO DO SENHOR PARA NÓS.
O demônio quer pregar um pouco nesta manhã. Sim, Satanás pede para passar à frente e pregar-lhes; mas não se pode permitir-lhe. Vai-te enganador! Contudo não me assombraria se ele se aproximasse de alguns de vós quando termine o sermão, e lhes diga em voz baixa: “Vejam que podem ser salvos no último momento. Adiem o arrependimento e a fé; podem ser perdoados em seu leito de morte”. Senhores, vocês sabem quem é o que quer arruinar-vos com esta sugestão. Aborreçam seu ensino enganador. Não sejam ingratos porque Deus é bondoso. Não provoquem ao Senhor porque é paciente. Uma conduta assim seria indigna e ingrata. Não corram um risco terrível simplesmente porque alguém escapou ao perigo tremendo. O Senhor aceitará a todos os que se arrependam; mas como sabem vocês que vão se arrepender? É verdade que um ladrão foi salvo, mas o outro se perdeu. Um é salvo, e portanto não podemos nos desesperar; o outro está perdido, e portanto não podemos nos vangloriar. Queridos amigos, confio que vocês não estão feitos de tão diabólica substância como para tirar da misericórdia de Deus um argumento para continuar no pecado. Se vocês o fazem, somente lhes posso dizer que a vossa perdição será justa; a haverão atraído sobre vocês mesmos.
Considerem agora o ensino de nosso Senhor; vejam a glória de Cristo na salvação. Está pronto para salvar no último momento. Já estava morrendo; seu pé estava no umbral da casa do Pai. Então chega este pobre pecador, ao final da noite, na undécima hora, e o Salvador sorri e manifesta que não entrará se não for com este tardio vagabundo. Aí mesmo na porta declara que esta alma que o busca entrará com Ele. Houve muito tempo para que Ele tivesse vindo antes: vocês sabem como podemos dizer: “Esperaste até o último momento. Já me vou, e não posso atender-te agora”. Nosso Senhor tinha as angústias da morte sobre Ele, e contudo atende ao criminoso que perece, e lhe permite passar através do portal celestial em Sua companhia. Jesus salva com muita facilidade aos pecadores pelos quais Ele morreu com tanta dor. Jesus ama resgatar aos pecadores de sua queda no poço. Estarás muito feliz se fores salvo, mas não estarás nem na metade de felicidade como Ele estará quando te salvar. Vejam quão terno Ele é!
“Sua mão nos leva ao trono,
Nenhum terror vistes à sua frente;
Nem raios para lançar nossas almas culpadas
Às ferozes chamas do inferno”.
Se achega a nós cheio de ternura, com lágrimas em seus olhos, misericórdia em suas mãos, e amor em seu coração. Creiam que é um grande Salvador de grandes pecadores. Ouvi de alguém que havia recebido grande misericórdia que dizia: “Ele é um grande perdoador;” e gostaria que vocês dissessem o mesmo. Vocês verão suas transgressões apagadas, e os vossos pecados perdoados de uma vez para sempre, se vocês confiam nele.
A seguinte doutrina que Cristo prega desta maravilhosa história é a fé que se apropria da promessa. Este homem creu que Jesus era o Cristo. O que fez a seguir foi apropriar-se desse Cristo. O ladrão lhe disse: “Senhor, lembra-te de mim”. Jesus poderia ter dito: “O que tenho eu que ver contigo, e o que tens tu a ver comigo? O que tem que ver um ladrão com o Ser perfeito?” Muitos de vocês, boas pessoas, tratam de afastarem-se tanto quanto possam dos que erram e dos caídos. Poderiam contaminar sua inocência! A sociedade nos exige que não estejamos em términos de familiaridade com as pessoas que ofenderam suas leis.
Não devemos ser vistos associados com eles, porque cairíamos no descrédito. Bobagens infames! O que nos pode desacreditar, pecadores como somos, tanto por natureza como pela prática? Se nos conhecemos diante de Deus, não estamos suficientemente degradados em nós mesmos e por causa de nós mesmos? Depois de tudo, há alguém no mundo que seja pior do que nós quando nos vemos no espelho fiel da Palavra?
Tão pronto como um homem crê que Jesus é o Cristo, que se firme Nele. No momento que creias que Jesus é o Salvador, agarra-te a Ele como teu Salvador. Se me lembro bem, Agostinho chamou a este ladrão “Latro Laudabilis et Mirabilis,” um ladrão para ser louvado e admirado, que se atreveu, por assim dizer, a tomar para si ao Salvador como seu. Nisto deve ser imitado. Toma ao Senhor para que seja teu, e o terás. Jesus é propriedade comum de todos os pecadores que se atrevem a tomá-lo. Todo pecador que tem o desejo de fazê-lo pode levar para sua casa ao Senhor. Ele veio ao mundo para salvar aos pecadores. Tomem-no pela força, como os que roubam tomam seu despojo;porque o reino do céu sofre a violência da fé que se atreve. Agarre-o, e Ele nunca se separará de ti. Se confias Nele, deve te salvar. Estejam advertidos sobre a doutrina da fé em seu poder imediato.
“No momento que um pecador crê,
E confia em seu Deus crucificado,
Recebe de imediato seu perdão,
Redenção completa por Seu sangue”.
“Hoje estarás comigo no paraíso”. Assim que crê, Cristo sela sua fé com a segurança completa de que estará com Ele para sempre em sua glória. Oh, queridos corações, se vocês creem nesta manhã, serão salvos nesta manhã! Que Deus lhes conceda, por sua rica graça, que venha a salvação aqui, neste lugar, e de imediato!
O seguinte é, a proximidade das coisas eternas. Pensem nisto por um minuto. O céu e o inferno não são lugares distantes. Podem estar no céu antes de outro “tic” do relógio, está tão perto. Que possamos rasgar esse véu que nos separa do desconhecido! Tudo está ali, e tudo perto. “Hoje,” disse o Senhor; no máximo de três ou quatro horas, “estarás comigo no paraíso;” está tão perto. Um estadista nos deu a expressão de estar “em uma distância medível”. Todos estamos dentro de uma distância medível do céu e do inferno; se há alguma dificuldade em medir a distância, descanse em sua brevidade mais que em sua longitude.
“Um suave suspiro rompe as cadeias,
Apenas podemos dizer, se foi,
Antes que o espírito redimido,
Tome sua mansão próximo ao trono”.
Oh, que nós, no lugar de aceitar com leviandade estas coisas, porque parecem tão distantes, as tomassemos solenemente em conta, pois estão tão próximas! Este mesmo dia, antes que se ponha o sol, algum ouvinte, sentado neste lugar, pode ver em seu próprio espírito as realidades do céu e do inferno. Tem ocorrido frequentemente nesta congregação tão grande, que alguém de nossa audiência tenha morrido antes que chegasse o seguinte Domingo; pode ocorrer esta semana. Pensem nisto, e que as coisas eternas lhes impressionem ainda mais devido a sua proximidade.
Mais ainda, saibam que se creram em Jesus estão preparados para o céu. Pode ser que tenham que viver na terra por vinte, ou trinta, ou quarenta anos para glorificar a Cristo; e, se assim é, agradeçam o privilégio; mas se não vivem uma hora a mais, essa morte instantânea não alteraria o fato de que quem crê no Filho de Deus está pronto para o céu. Seguramente se algo fosse necessário além da fé para nos tornarmos dignos do paraíso, o ladrão teria sido retido um pouco mais de tempo aqui; mas não, ele está na manhã em sua natureza, ao meio-dia entra no estado de graça, e ao anoitecer está no estado de glória. A pergunta nunca é, se um arrependimento no leito de morte é aceito se é sincero. A pergunta é: É sincero? Se assim é, se o homem morre cinco minutos depois de seu primeiro ato de fé, está tão seguro como se houvesse servido ao Senhor por cinquenta anos. Se tua fé é verdadeira, se morres um momento depois que creste em Cristo, serás admitido no paraíso, ainda que não tenha desfrutado de tempo para produzir boas obras e outras evidências da graça. Ele que lê o coração lerá tua fé escrita nas tábuas de carne, e te aceitará por meio de Jesus Cristo, ainda que nenhum ato de graça se tenha feito visível aos olhos dos homens.
Concluo dizendo outra vez que este não é um caso excepcional. Comecei com isso, e com isso quero terminar, por haver tantos falsos pregadores do evangelho, terrivelmente temerosos de pregar a graça imerecida com plenitude. Li em algum lugar, e creio que é verdadeiro, que alguns ministros pregam o evangelho da mesma maneira que os asnos comem espinhos, ou seja, muito, mas muito cuidadosamente. Pelo contrário, eu pregarei atrevidamente. Não tenho a menor apreensão acerca deste assunto. Se alguém de vocês faz mau uso do ensino da graça gratuita, não o posso impedir. Aquele que será condenado pode arruinar-se por perverter o evangelho como por outra coisa qualquer. Não posso impedir o que os corações baixos possam inventar; mas o meu intuito é pregar o evangelho em toda a sua plenitude de graça, e assim o farei.
Se o ladrão foi um caso excepcional, e nosso Senhor não atua usualmente desta maneira, haveria uma indicação de um fato tão importante. Teria sido posto um cerco de proteção para esta exceção a todas as regras. Não teria dito o Salvador tranquilamente ao moribundo: “És o único a quem tratarei desta maneira”? “Não o menciones, pois senão terei muitos me assediando”. Se o Salvador quisesse que fosse um caso solitário, lhe teria dito em baixa voz: “Não deixes que ninguém saiba; mas hoje estarás no reino comigo”. Não, nosso Senhor falou abertamente, e os que estavam ao redor ouviram o que disse. Ademais, o inspirado escritor o assentou assim. Se fosse um caso excepcional, não teria sido escrito na Palavra de Deus. Os homens não publicam suas ações nos periódicos se sentem que ao registrá-las podem conduzir outros a esperar o que não podem dar. O Salvador fez que esta maravilha da graça se reportasse nas notícias diárias do evangelho, porque Ele quer repetir essa maravilha a cada dia. O todo será igual a amostra, e por isto lhes põe frente à amostra a cada um de vocês. Ele é capaz de salvar por completo, pois salvou ao ladrão que agonizava. O caso não teria sido exposto para alentar esperanças que Ele não poderia cumprir. Todas as coisas escritas então, foram escritas para que aprendêssemos e não para que nos desalentássemos. Por isso, lhes rogo, se alguns de vós todavia não estão confirmados no meu Senhor Jesus, venham e confiem Nele agora. E então cantarão comigo:
“O ladrão agonizante se regozijou ao ver,
Essa fonte em seu dia,
E ali eu também, tão vil como ele,
Lavei todos os meus pecados.
Charles Haddon Spurgeon
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/11/2013