Curando a Doença e Não Aliviando Somente os Sintomas
Quando a Bíblia fala sobre o pecado, apesar de definir muitos comportamentos como pecaminosos, o sentido em aplicação nunca é o de simplesmente afirmar algo do tipo: “isto é pecado, aquilo não é pecado, você pecou nisto, você não pecou naquilo”, ou seja, não estamos diante de um aferidor ou classificador de nossos pensamentos, palavras e ações, mas de uma afirmação da nossa condição interior que está disposta naturalmente para se afastar de Deus e de tudo o que se refira à sua vontade.
A Bíblia atesta que o nosso caso, a saber, de toda a humanidade, é desesperador.
E foi em razão disto que Deus nos preparou o Salvador desta nossa condição ruim e que está sujeita à condenação pela perfeita justiça celestial.
Ainda que não aceitemos o veredicto relativo à nossa situação, ele é e continuará sendo dado pelo testemunho da Palavra de Deus, que nos aponta a necessidade do arrependimento e da fé em Cristo, para que sejamos resgatados da referida situação.
O alvo em vista é de restauração total e não de remendar este ou aquele procedimento que necessite de uma reforma da nossa parte.
É a recuperação do homem total para ser conformado eficazmente à imagem e semelhança de Deus, pela resposta adequada de todo o seu querer, pensar e agir, às demandas da santidade de Deus, que está em foco.
Este objetivo, conforme definido pela Bíblia, não é algo que possa ser cumprido pelo nosso próprio poder natural. Necessitamos da graça sobrenatural de Jesus para efetuar em nós tanto o querer quando o realizar. Onde a graça não estiver operando nada poderá ser feito para o atingimento do objetivo proposto.
E como a graça não pode reinar onde o pecado estiver reinando, devemos nos submeter inteiramente ao trabalho de mortificação da raiz do pecado, pelo poder do Espírito Santo atuando em nós.
E enquanto neste mundo, o trabalho desta mortificação deve ser renovado e continuado, porque o pecado lança novas raízes, e estas devem ser sempre desarraigadas pelo Espírito.
E ai de nós, enquanto não adquirirmos o hábito da santificação, pelo qual até o nosso próprio desejo é conduzido pelo Espírito, de modo a achar prazer em sua santificação sendo operada em nós.
Dizemos ai de nós, porque enquanto não formos confirmados em toda boa obra e boa palavra pelo Pai e pelo Filho, 2 Tes 2.16,17, estaremos sujeitos a muitas dúvidas, apostasias, e a um viver inconstante e carnal.
Portanto, quando se fala em pecado, quer na Bíblia, quer na pregação, quer no ensino do evangelho, não devemos ter uma atitude dogmática do tipo que nos leve a ficar satisfeitos caso não tenhamos praticado determinadas coisas que Deus condena, porque é possível fazer isto, e ainda assim o nosso coração poderá ser achado afastado dele e não ter qualquer interesse numa verdadeira comunhão espiritual, e numa purificação real do nosso coração, que nos leve a viver de fato de modo agradável a Deus.
É somente assim que podemos achar paz e descanso para as nossas almas, e ter uma boa consciência para com Deus e para com todos os homens.
Satanás usa a palavra pecado sempre com a intenção de nos condenar e fazer com que sintamos que a vida cristã é um fardo impossível de ser carregado e insuportável, mas quão isto está distante da verdade, pois podemos ter toda a convicção na nossa própria experiência, do quanto é feliz todo aquele que se consagra inteiramente a Jesus.
Devemos sempre lembrar que há situações e comportamentos que não podem ser relacionados numa lista dogmática quanto a serem ou não pecaminosos, e por isso necessitamos em todo o tempo da ação do Espírito Santo para nos instruir e dirigir quanto a tudo o que nos convém ou não praticar ou falar, e até mesmo desejar.
Por isso se afirma na Palavra que andando no Espírito jamais satisfaremos os desejos da carne, Gál 5.16.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 12/12/2013