Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Arrependimento para a Vida
I. O arrependimento para a vida é uma graça evangélica, cuja doutrina deve ser tão pregada por todo o ministro do Evangelho como a da fé em Cristo. Ref. At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.
II. Movido pelo reconhecimento e sentimento, não só do perigo, mas também da impureza e odiosidade do pecado como contrários à santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador pelo arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos. Ref. Ezeq. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat. 21:28-29.
III. Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça de Deus em Cristo, contudo, ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém poderá esperar o perdão,
Ref. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.
IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente. Ref. Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,
V. Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados. Ref. Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.
VI. Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados, assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-lo em amor.
Ref. Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8.
Mesmo nos dias do Velho Testamento vemos a eficácia do arrependimento para que o pecador possa se aproximar e estar de pé na presença de Deus. O que tornou Abel, por exemplo, aceitável a Deus? A Bíblia não afirma precisamente que foi a sua oferta, como alguns costumam dizer, pois, ambos, tanto ele quanto a sua oferta foram agradáveis  a  Deus  (Gên 4.4), mas não foi por seus méritos e oferta que Abel foi aceito, mas pela sua fé em Deus (Hb 11.4), porque era pecador como todos os demais homens. A sua oferta e ele foram aceitáveis a Deus somente por causa de Cristo, que torna o nosso arrependimento aceitável. Abel arrependeu-se, pela fé, de seus pecados, e por isso podia aproximar-se de Deus. Seu irmão Caim exemplifica aqueles que se recusam a arrepender-se quando chamados por Deus para deixarem o mal e a obedecerem a Sua vontade (Gên 4..5-9).  O que se aprende disto tudo? Que não é a condição de ser  pecador propriamente dita que impossibilita a aproximação e comunhão do pecador com Deus, mas falta de fé e arrependimento. Todos os que são aceitos por Deus, são aceitos porque se arrependeram, e são justificados pelo sangue de Cristo. Abraão, Moisés, Samuel e tantos quantos foram justificados e salvos no Antigo Testamento, foram porque se arrependeram de seus pecados. E é por igual meio que todos são salvos ainda em nossos próprios dias (At 2.37-39).
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 19/12/2013
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