Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
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O Corpo, o Café da Manhã e o Leito Conjugal
O Corpo, o Café da Manhã e o Leito Conjugal
Meditação sobre a adoração diária

Por John Piper

Adoração é um termo que usamos para nos referirmos a todos os atos do coração, da mente e do corpo que expressam intencionalmente a infinita dignidade de Deus. Fomos criados para isso, como Deus o afirma: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz” (Isaías 43.7). Isso significa que todos fomos criados para expressar a infinita dignidade da glória de Deus. Fomos criados para adorar.
Mas, quando você pensa em adoração, não pense apenas nos cultos nas igrejas. Essa é uma grave limitação que não se encontra na Bíblia. Toda a vida deve ser adoração, como Paulo o disse: “Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12.1). Toda a nossa vida se realiza por meio do corpo. Este deve ser apresentado a Deus como nosso “culto racional”. Isso inclui todas as ações. Pense em alguns exemplos.
Considere, por exemplo, tomar o café da manhã ou comer uma pizza ou um lanche no meio da manhã. 1 Coríntios 10.31 diz: “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Ora, comer e beber são atitudes bem elementares. O que poderia ser mais humano do que essas atitudes? Comemos e bebemos todos os dias. Nós o fazemos em casa, no trabalho, no carro e onde quer que haja uma fonte de água. Paulo disse que essas atitudes estão relacionadas a Deus. Devemos comer e beber de um modo que expressa a infinita dignidade de Deus. Podemos fazer isso por preferir a Deus à comida, quando jejuamos. Podemos fazê-lo por comer menos e compartilhar mais. Também podemos fazê-lo por preferir a Deus sem rejeitar o alimento, quando nos banqueteamos, se o fazemos com “ações de graças”, como pessoas que crêem e “conhecem plenamente a verdade” (1 Timóteo 4.3).
Ou considere, por exemplo, o sexo. Paulo disse que o alternativo da fornicação é adoração. “Fugi da impureza [fornicação]. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Coríntios 6.18-20).
Não pratique a fornicação com o seu corpo. Adore com o seu corpo. Ele diz que o corpo é um templo, ou seja, um lugar de adoração. O corpo é um lugar para nos encontrarmos com Deus, e não com prostitutas. Isso não significa que o sexo é pecaminoso. Significa que o sexo é precioso. O sexo é muito precioso e não deve ser barateado. Deus tenciona que o coloquemos em um lugar bastante seguro e sagrado — o casamento. Neste lugar, o sexo se torna a expressão do amor entre Cristo e a igreja. Revela a glória da intensidade do amor de Deus por seu povo. Torna-se adoração. “Glorificai a Deus no vosso corpo.”
E não fazer sexo fora do casamento demonstra a preciosidade daquilo que ele representa. Portanto, a castidade é adoração. A continência magnifica a Cristo acima do sexo. E praticar a sexualidade amorosa no casamento exalta a Cristo como o grande amado de sua noiva, a igreja (Efésios 5.25-30).
Ou considere a morte, como nosso último exemplo. Faremos isso em nosso corpo. De fato, será o último ato de nosso corpo nesta vida. Nosso corpo se despede. Como adoraremos nesse último ato de nosso corpo? Sabemos que o podemos, visto que Jesus disse a Pedro como ele morreria, e João explicou: “Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus” (João 21.19). O último ato do corpo é dizer adeus à alma. E devemos ter um intenso desejo de que nosso corpo se despeça da alma de um modo que expresse a infinita dignidade de Cristo. O último ato deve ser adoração.
Como? A resposta é dada com clareza em Filipenses 1.20-21. Paulo disse que sua esperança era a de que Cristo fosse exaltado em seu corpo, por meio da morte. E acrescentou: “Para mim... o morrer é lucro”. Expressamos a infinita dignidade de Cristo por considerarmos a morte como lucro. Por que lucro? O versículo 23 afirma que a morte significa “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”.
Você tem um corpo. Mas esse corpo não é seu. “Fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Coríntios 6.20). Você está sempre em um templo. Adore sempre.
John Piper
Enviado por Silvio Dutra Alves em 02/01/2014
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