Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Condenados Até Por Causa Animais

 
“O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel.” (Provérbios 12.10)
 
As pessoas de coração perverso demonstram desprezo até mesmo pelos animais, criaturas maravilhosas criadas por Deus, para o nosso aprazimento.
Meu cachorrinho, tão dócil e fofo, tem sofrido uma agravante quanto a isto, porque tem o pelo negro como a noite, e quantos na rua o olham com desprezo, sem poderem esconder o seu racismo até mesmo contra um ser tão doce e indefeso, e quanto mais não o terão pelos homens, seus semelhantes, criados à imagem de Deus?
Mas no que condenam os próprios bichos que nos foram dados pela graça do Deus bendito, condenam a si mesmos perante Ele, para um juízo que há de se manifestar no tempo devido, porque não viveram para amar e manifestarem misericórdia, segundo o propósito eterno de Deus na criação do homem.
Um homem justo será misericordioso, ele não terá apenas misericórdia dos seus semelhantes, mas até mesmo dos seus animais, porque sabe que Deus em sua providência preserva tanto aos homens quanto aos animais.
E o bom tesouro do coração do homem justo o dispõe naturalmente a isto, porque está cheio de terno afeto, tanto espiritual quanto natural. Assim tudo fará para preservar a vida na terra, não apenas para que tenha continuidade, mas para que haja qualidade de vida feliz, calma e sossegada, no cuidado em que se esmera para fazer o bem a todo o ser que tem vida.
Não se achará no coração do justo a mesma crueldade que é manifestada pelo perverso, ainda que não haja causa para ser cruel.
Agirá sempre segundo a sua natureza perversa porque não se pode esperar que de uma fonte má flua água pura e doce.
Até as próprias manifestações de misericórdia do ímpio são cruéis, porque se valem desta aparência misericordiosa para se aproximarem daqueles aos quais intentam fazer o mal.
Por isso está condenado em si mesmo, pelo seu próprio comportamento, que sempre o dispõe a desejar e a praticar o mal, e não seria surpreendente que não o despejasse primeiro nas pobres criaturas indefesas que são os animais.
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 07/01/2014
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