O Maior Dominador é o Que Domina a Si Mesmo
“Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade.” (Pv 16.32)
Longânimo, na Bíblia, é o mesmo que tardio em se irar.
Parte do fruto do Espírito Santo é a longanimidade, porque a natureza divina é longânima, e é isto que o leva a ter uma paciência ilimitada para com as nossas faltas, não nos sujeitando imediatamente aos seus juízos corretivos ou punitivos.
E “o que domina o seu espírito” é aquele que tem domínio próprio, virtude esta que é também parte do fruto do Espírito.
Agora, somos informados que é melhor ser longânimo e ter domínio próprio do que ser herói de guerra ou quem domina uma cidade.
E não é difícil de entender a razão disto, uma vez que é muito mais difícil dominarmos a nós mesmos do que manter pessoas sob sujeição quando se está investido de autoridade para tanto. De igual modo, é possível ser um herói de guerra, e livrar a muitos de uma dominação estrangeira e opressora, ao mesmo tempo que não se esteja provido de misericórdia e paciência para suportar ofensas recebidas.
Estes conquistadores de poderes externos não podem conquistar a si mesmos; e por conseguinte, estão propensos a viverem sem a verdadeira paz e aprovação de Deus, que somente experimentam os que são longânimos, misericordiosos e pacientes.
Felizes são aqueles que são senhores da própria ira e de todas as paixões que tentem incendiar as suas almas.
São bem-aventurados porque receberão graça sobre graça da parte de Deus para serem aperfeiçoados nestas e em outras virtudes que são inerentes à natureza divina de Jesus Cristo, e da qual somos tornados coparticipantes por meio da fé nele.
A conquista de nós mesmos e de nossas próprias paixões incontroláveis, requer mais sabedoria verdadeira, e um controle mais firme e constante, do que a obtenção de uma vitória temporária sobre as forças do inimigo.
A conquista racional é muito mais honrosa do que aquela que é realizada pela força bruta; pois é uma vitória que não produz qualquer dano, ao contrário, edifica o vencedor e aqueles que têm a graça de compartilharem da sua vida.