Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Uma Vida Nova que Temos em um Outro
Temos que nos lembrar, que a graça é muitas vezes, pouco discernível a nós. O Espírito Santo por vezes opera em nós sem que percebamos a Sua ação, mas Cristo sabe.
Às vezes, na amargura da tentação, pensamos que Deus está se opondo a nós. Tal como a sunamita estava cheia de amargura em seu espírito, quando procurou Eliseu, e assim, deixamos de ver que Deus está conosco em nossas aflições. E uma alma preocupada é tal qual águas agitadas que não podem estar em repouso.
Mas se é a alma de um verdadeiro crente verá alguma faísca no meio de toda esta fumaça, e por esta pequena fagulha de graça será renovado na sua esperança e permanecerá firme na sua fé e confiança, que pertence a Deus, e que é a Ele que cabe o pleno governo sobre a sua vida.      
Uma pequena luz santa nos permitirá manter a Palavra de Cristo, e não negar o Seu nome, como sucede com a Igreja de Filadélfia (Apo 3.8).  
Onde este fogo da graça divina estiver, por menor que seja, sempre mostrará a diferença que há entre o ouro e a escória. Fará separação entre carne e espírito, e nos levará a desejar a santidade de Deus.
Deus dispôs todas as coisas de modo que Jesus receba toda a glória, e todo homem reconheça que sem Ele nada pode fazer, e nada será quanto ao propósito de Deus traçado para os eleitos.
Toda a virtude que houver em qualquer eleito terá procedido de Deus, de forma que se algum deles vem a apostatar da fé, deixando de andar no Espírito, logo verá que as obras da carne prevalecerão completamente, porque todo o bem que houver nEle, no que tange a pensar e a agir, segundo Deus, não procede de sua própria natureza, senão do Senhor Jesus.  
Por isto, todos os crentes são ordenados a não se gloriarem em si mesmos quando Deus está fazendo algo bom neles, ou através deles, porque todos, sem exceção, são servos inúteis, pessoas que nada poderiam fazer de si mesmas, se não tivessem sido renovadas e capacitadas pela graça de Deus.
Nossos desânimos não vêm da parte de Deus, porque Ele entrou em aliança conosco, assim como um pai, que se compadece dos seus filhos (Sl 103.13), e deste modo, nunca agiria no sentido de desanimá-los.
Nem vem de Cristo nossos desânimos porque Ele não apagará o pavio que fumega.
Nem tampouco vêm do Espírito Santo, porque ele nos ajuda nas nossas fraquezas, e é o Consolador.
Não são portanto nossos desânimos e fraquezas que podem quebrar nossa aliança com Deus, assim como está bem tipificado no caso da nação de Israel que se encontrava assolada e em opróbrio em Judá nos dias de Neemias.  
A aliança que temos com o Senhor é de caráter matrimonial, e por isso Ele nos assiste com Sua misericórdia em nossas fraquezas e não nos desamparará por causa delas.  
Agora, consideremos o perigo que há naqueles que lançam, eles próprios, água para apagar o pavio fumegante de suas vidas que o próprio Cristo não apagaria.
Não é sem razão que o apóstolo nos alerta quanto ao perigo de apagarmos o Espírito, com os nossos pecados deliberados.    
A Igreja de Laodicéia está sempre pronta a ser vomitada da boca do Senhor porque é morna. Ela tipifica bem, aqueles crentes que vivem perigosamente provocando sempre a ira de Deus, por um viver deliberado no pecado.  
Se a graça é fortalecida no seu exercício, como poderão estar fortalecidos com graça aqueles que a rejeitam e confiam nos seus próprios méritos e obras?
Como poderemos permanecer nesta graça se não nos santificarmos?
Jesus nos convida a ter bom ânimo na aflição porque, como Ele próprio afirmou, jamais apagará o pavio fumegante, mas lembremos que vivendo deliberadamente no pecado, será impossível ter este bom ânimo, que Ele próprio nos concederia pela Sua graça.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/01/2014
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