Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Porque Necessitamos de Abnegação
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16.24)

Nosso Senhor proferiu estas palavras logo após de o apóstolo Pedro ter tentado dissuadi-lo de morrer na cruz, e de ter sido repreendido da seguinte maneira: “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.”, Mat 16.23.
A natureza espiritual do Reino de Deus pode ser discernida somente em espírito, I Cor 2.13,14. Desta forma, não podem ser entendidas pelo homem natural, e de modo natural. É requerido para tanto que a mente seja renovada pela sua não conformidade com o modo de ser e pensar deste mundo, Rom 12.1,2.
Daí decorre a necessidade de nossa abnegação, ou seja de admitirmos que devemos negar a nós mesmos quanto à nossa compreensão natural, para que possamos receber revelação e instrução espiritual da parte de Deus, pela operação do Espírito Santo.
Por exemplo, a nossa compreensão da justiça natural e legal deste mundo, pouco ou nada tem a ver com a justiça do evangelho revelada por Deus nas Escrituras.
Assim, por este e muitos outros motivos, o modo de comportamento da vida cristã, orientado pelo trabalho da crucificação do nosso ego para que se tenha a mente de Cristo, é considerado como loucura pelo mundo.  
A abnegação acompanha a humildade. Uma pessoa humilde é uma pessoa abnegada. Soberbos, presunçosos, são amantes de si mesmos, e não podem, por qualquer meio negar a si mesmos, mas os mansos e humildes, os seguidores do humilde Jesus, negam-se, e o seguem.
Vemos assim que nenhum homem pode ser discípulo de Cristo sem isto.
Deve ser considerado também que devemos, na abnegação, renunciar ao modo pecaminoso de vida, que é inerente à nossa natureza caída; porque não somos naturalmente dispostos e inclinados a amar a Deus, senão a transgredir os seus mandamentos.
Eis o quadro apresentado pelo apóstolo, que é o resultado de falta de abnegação:

“2Tm 3:2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
2Tm 3:3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,
2Tm 3:4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,”
Ninguém pode portanto, amar a Deus em espírito e em verdade, sem renunciar ao pecado e a si mesmo, quanto a se permitir ser dirigido pela vontade de Deus.    
A abnegação é tão necessária e demandada de nós por Deus, que nosso Senhor exemplificou até que ponto extremo ela deve chegar, a saber, a abrirmos mão de nossa própria vida por causa do nosso amor a Cristo e ao evangelho, que deve ser maior que o amor que temos pela nossa vida, Mat 16.24,25.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 24/01/2014
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