Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Participantes do Sofrimento e da Consolação
“A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação.” (2 Cor 1.7)

O apóstolo Paulo está afirmando neste versículo que assim como os cristãos coríntios haviam sido participantes dos seus sofrimentos, então eles deveriam ser participantes também de seus confortos, porque isto lhes seria provido por Deus, tanto quanto era provido a ele, em suas batalhas em favor do evangelho.
Esta verdade é universal para todos os filhos de Deus, porque são participantes dos sofrimentos dos seus irmãos na fé, uma vez que têm sido tornados juntamente com eles membros do corpo de Cristo.
Todos são participantes das aflições de Cristo, por causa da comunhão entre a cabeça e os membros.
Os coríntios eram participantes dos sofrimentos de Paulo por causa da comunhão de um membro com outro.
Somente quem sofre necessita ser consolado, porque a condição precedente para o conforto é o sofrimento. Assim como o dia é precedido pela noite, e o verão pelo inverno, de igual modo, o consolo do Espírito Santo é sempre precedido por nossas aflições, especialmente aquelas que são produzidas pela nossa luta contra o pecado que habita em nossa natureza terrena decaída.
Há também uma luta externa que nos vem das investidas dos poderes das trevas, da resistência ao fascínio do mundo, e da perseverança em meio a toda forma de perseguição à verdade do evangelho que defendemos com o testemunho de nossas próprias vidas. Certamente, tudo isto gera sofrimentos dos quais somos consolados por Deus, pela manifestação da sua graça, e do seu poder e amor.  
Não temos consolo eficaz senão somente em Cristo, e por isso os sofrimentos que experimentamos contribuem para nos compelir a buscar a Cristo para achar nele conforto e paz para as nossas almas.
Com isto aprendemos a ser pacientes e a ter esperança, mediante o exercício da fé, porque estas consolações são eficazes somente quando esperamos em Deus e no seu socorro, com a paciência que é fruto do Espírito Santo.
Deste modo, não poderemos achar o favor de Deus se recuarmos na fé, se murmurarmos contra ele, e se não aguardarmos pela sua libertação.

“Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.” (Lamentações 3.25,26)

As aflições que suportamos com paciência nos levarão a um conhecimento mais profundo da pessoa de Deus, da Sua vontade, do seu amor e poder.    
É por esse método, e não há outro, que a mortificação do pecado e a nossa renovação e crescimento espiritual são operados, e daí se dizer que “...através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (At 14.22b), e que, “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Rom 8.17).
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 06/03/2014
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