Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
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Comentário da Profecia Sobre o Tempo do Fim nos Capítulos 11 e 12 de Daniel
Daniel 11

“1 Mas eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar.
2 Agora, eu te declararei a verdade: eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, tornado forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino da Grécia.
3 Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver.
4 Mas, no auge, o seu reino será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros fora de seus descendentes.
5 O rei do Sul será forte, como também um de seus príncipes; este será mais forte do que ele, e reinará, e será grande o seu domínio.
6 Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão um com o outro; a filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia; ela, porém, não conservará a força do seu braço, e ele não permanecerá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e bem assim os que a trouxeram, e seu pai, e o que a tomou por sua naqueles tempos.
7 Mas, de um renovo da linhagem dela, um se levantará em seu lugar, e avançará contra o exército do rei do Norte, e entrará na sua fortaleza, e agirá contra eles, e prevalecerá.
8 Também aos seus deuses com a multidão das suas imagens fundidas, com os seus objetos preciosos de prata e ouro levará como despojo para o Egito; por alguns anos, ele deixará em paz o rei do Norte.
9 Mas, depois, este avançará contra o reino do rei do Sul e tornará para a sua terra.
10 Os seus filhos farão guerra e reunirão numerosas forças; um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante; e, voltando à guerra, a levará até à fortaleza do rei do Sul.
11 Então, este se exasperará, sairá e pelejará contra ele, contra o rei do Norte; este porá em campo grande multidão, mas a sua multidão será entregue nas mãos daquele.
12 A multidão será levada, e o coração dele se exaltará; ele derribará miríades, porém não prevalecerá.
13 Porque o rei do Norte tornará, e porá em campo multidão maior do que a primeira, e, ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e abundantes provisões.
14 Naqueles tempos, se levantarão muitos contra o rei do Sul; também os dados à violência dentre o teu povo se levantarão para cumprirem a profecia, mas cairão.
15 O rei do Norte virá, levantará baluartes e tomará cidades fortificadas; os braços do Sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
16 O que, pois, vier contra ele fará o que bem quiser, e ninguém poderá resistir a ele; estará na terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos.
17 Resolverá vir com a força de todo o seu reino, e entrará em acordo com ele, e lhe dará uma jovem em casamento, para destruir o seu reino; isto, porém, não vingará, nem será para a sua vantagem.
18 Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar-lhe o opróbrio e ainda fará recair este opróbrio sobre aquele.
19 Então, voltará para as fortalezas da sua própria terra; mas tropeçará, e cairá, e não será achado.
20 Levantar-se-á, depois, em lugar dele, um que fará passar um exator pela terra mais gloriosa do seu reino; mas, em poucos dias, será destruído, e isto sem ira nem batalha.
21 Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino, com intrigas.
22 As forças inundantes serão arrasadas de diante dele; serão quebrantadas, como também o príncipe da aliança.
23 Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente.
24 Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais: repartirá entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.
25 Suscitará a sua força e o seu ânimo contra o rei do Sul, à frente de grande exército; o rei do Sul sairá à batalha com grande e mui poderoso exército, mas não prevalecerá, porque maquinarão projetos contra ele.
26 Os que comerem os seus manjares o destruirão, e o exército dele será arrasado, e muitos cairão traspassados.
27  Também estes dois reis se empenharão em fazer o mal e a uma só mesa falarão mentiras; porém isso não prosperará, porque o fim virá no tempo determinado.
28 Então, o homem vil tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra a santa aliança; ele fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra.
29 No tempo determinado, tornará a avançar contra o Sul; mas não será nesta última vez como foi na primeira,
30 porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; e, tendo voltado, atenderá aos que tiverem desamparado a santa aliança.
31 Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora.
32 Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.
33 Os sábios entre o povo ensinarão a muitos; todavia, cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo roubo, por algum tempo.
34 Ao caírem eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas.
35 Alguns dos sábios cairão para serem provados, purificados e embranquecidos, até ao tempo do fim, porque se dará ainda no tempo determinado.
36 Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito.
37 Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá.
38 Mas, em lugar dos deuses, honrará o deus das fortalezas; a um deus que seus pais não conheceram, honrará com ouro, com prata, com pedras preciosas e coisas agradáveis.
39 Com o auxílio de um deus estranho, agirá contra as poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem, multiplicar-lhes-á a honra, e fa-los-á reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio.
40 No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará.
41 Entrará também na terra gloriosa, e muitos sucumbirão, mas do seu poder escaparão estes: Edom, e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom.
42 Estenderá a mão também contra as terras, e a terra do Egito não escapará.
43 Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes o seguirão.
44 Mas, pelos rumores do Oriente e do Norte, será perturbado e sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos.
45 Armará as suas tendas palacianas entre os mares contra o glorioso monte santo; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra.”

A visão do Senhor que Daniel tivera no capitulo anterior foi no terceiro ano de Ciro, que correspondia também ao terceiro ano de Dario da Média, e foi dito naquele capitulo que havia poderes celestiais lutando contra a Pérsia, e que ela estava resistindo.
Agora é dito pelo próprio Senhor, neste capitulo, que Ele havia fortalecido e animado Dario no seu primeiro ano de reinado (v. 1), porque importava que reconduzisse os judeus de Babilônia para a Palestina, mas agora, o Senhor passou a declarar qual seria o futuro da Pérsia, e que ainda três reis se levantariam nela e que o quarto seria cumulado de grandes riquezas e as usaria para entrar em Guerra contra a Grécia, e isto seria a sua ruína (v. 2).  
O rei poderoso que se levantaria depois dele e com grande domínio não seria um rei persa, mas a referência é a Alexandre, o Grande (v. 3), que teria seus domínios repartidos em quatro partes, e nenhum de seus descendentes assumiria o trono no seu lugar, e isto de fato ocorreu porque os quatro generais de Alexandre não permitiram que seu filho se tornasse seu sucessor (v. 4).
O rei do Sul destes reinos repartidos do de Alexandre, é Ptolomeu, que governou sobre o Egito, e do qual sairiam príncipes fortes, entre os quais é contada a própria Cleópatra (v. 5).
A aliança do rei do Sul (Ptolomeu) com a o rei  do Norte, seria promovida pelo casamento da filha do rei do Sul com o rei do Norte, em vez de fortalecer os reinos, lhes enfraqueceria (v. 6). No entanto, um descendente deste casamento avançaria contra o Norte (selêucidas – um dos reinos remanescentes de Alexandre que governava a Síria) e prevaleceria (v. 7).  
Este foi Ptolomeu Euergetes, que foi o filho e sucessor de Ptolomeu Fifadelfo, que lutou contra Seleuco Callinicus, rei da Síria, para vingar a sua irmã.
Este saqueou a Síria e trouxe um grande despojo para o Egito (v. 8). E permaneceu regendo a Síria por 46 anos, mas teve que voltar para o Egito (Sul) para guerrear contra a conspiração que havia sido levantada em sua própria terra contra ele (v. 9).
Veja que estas conspirações dos reinos, por prolongados anos são um tipo das coisas que sucederiam na terra depois destes dias até a manifestação do Anticristo, com reinos sendo estabelecidos pela guerra, conspiração, intriga e ambição pelo poder.
Seleuco Callinicus que tinha sido o rei do Norte (Síria) que havia sido vencido (v. 7) e morreu em miséria, deixou dois filhos, Seleuco e Antíoco, e estes incitaram uma multidão e grandes forças para recuperar o que o pai deles havia perdido (v. 10). Mas sendo Seleuco já velho e fraco, foi incapaz de comandar o seu exército, e foi envenenado pelos seus amigos, e reinou somente dois anos, e o seu irmão Antíoco lhe sucedeu e reinou por 37 anos e foi chamado de Magno. Foi com um grande exército que ele se colocou em batalha contra Ptolomeu Philopater, o rei do Sul. Foi-lhe dado vencer esta batalha (v. 10, 11), e isto fez com que ele se tornasse insolente e orgulhoso, o que o levou a entrar no templo do Senhor em Jerusalém, desafiando a lei e o lugar santo, derrubando miríades, mas não prevaleceria segundo o conselho de Deus contra ele (v. 12).  
Porque Ptolomeu reuniria um exército muito grande e marcharia contra Antíoco Magno (v. 13, 14).
Muitos estavam contra Ptolomeu, o rei do Sul, inclusive Filipe da Macedônia, pai de Alexandre o Grande. Por isso os judeus se renderam a Antíoco e se uniram a ele para sitiarem as guarnições de Ptolomeu (exatamente o que os judeus farão no final dos tempos se aliando no início do governo de sete anos do Anticristo para serem livrados da ameaça de invasão dos árabes, só que o Anticristo se voltará depois contra eles tal como fizera Antíoco com os judeus).
Este Antíoco Magno não entraria num confronto direto com Ptolomeu, o rei do Sul (Egito), mas usaria de estratagemas tomando as fortalezas daquele reino em Samaria e Israel, com isto se fez mestre da terra da Judéia (v. 16)
A terra de Israel estava entre as disputas destes dois reinos poderosos, a saber, da Síria e do Egito. Daí ter sido disputada por ambos.
O verso 18 faz referência às guerras contra os romanos.
O verso 20 ser refere a Seleuco Philopater, filho mais velho de Antíoco Magno, que foi um grande opressor do seu próprio povo, e lhes extorquiu muito dinheiro, e quando lhe disseram que perderia muitos amigos agindo daquela forma, disse que não conhecia melhor amigo do que o dinheiro.
Tal era sua ganância que tentou saquear o templo de Jerusalém, mas foi destruído, segundo a profecia do Senhor, sem ira e nem batalha (v. 20), porque foi envenenado por um dos seus servos chamado Heliodoro, depois de ter reinado por 12 anos, sem ter feito nada notável, a não ser suas pilhagens.
A partir do verso 21 até o final deste capitulo, tudo se refere a Antíoco Epifânio, o pequeno chifre insolente citado em Dn 8.9. Um grande inimigo da religião judaica, e um grande perseguidor de todos que se declarassem judeus.
Grande parte das revelações do Senhor a Daniel foram destinadas neste capítulo a Antíoco Epifânio, porque tudo o que ele fez, será exatamente o que o Anticristo fará em seus dias, especialmente o que é referido nos versos 36 e 37.  
Todavia, nos ocuparemos em comentar em detalhes a respeito da relação existente entre as ações de Antíoco Epifânio e o Anticristo, na parte final do décimo segundo capítulo, no comentário geral relativo ao período da Grande Tribulação, que abrange a grande maioria das profecias escatológicas contidas em toda a Escritura.


Daniel 12

“1 Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.
2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.
3 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.
4 Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará.
5 Então, eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro lado.
6 Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas?
7 Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão.
8 Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas?
9 Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim.
10 Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão.
11 Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.
12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.
13 Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.”

O início deste capítulo confirma que a intenção da revelação de nosso Senhor a Daniel, no capítulo anterior era a de apontar para o tempo do fim, nos dias do Anticristo, e não particular e exclusivamente a Antíoco Epifânio, que em muitos pontos foi um tipo do Anticristo, e das coisas que ocorrerão no tempo do fim.
Ao introduzir este capítulo com a citação “Nesse tempo”, e logo em seguida, ao falar das coisas que se referem aos últimos dias, usando a citação “naquele tempo” nosso Senhor, vinculou tal tempo aos dias em que se dará a ressurreição tanto de crentes (no arrebatamento) quanto de ímpios (juízo final), não padece portanto, qualquer dúvida que a profecia se refere à consumação de todas as coisas, e não particularmente aos dias de Antíoco Epifânio.
Chegou o momento, conforme prometemos anteriormente, de fazer uma conexão das profecias de Daniel 9 a 12 com outras profecias escatológicas das Escrituras, relativas ao período da Grande Tribulação, ao qual se refere profeticamente esta porção do livro de Daniel, mesmo quando usa as revelações relativas às intrigas e guerras, por meio das quais os reinos se sucederam no período babilônico, persa, grego, e romano, especialmente, quanto ao dois grandes braços resultantes do reino de Alexandre, o Grande, na Síria (rei do Norte na profecia de Daniel) e Egito (rei do Sul).  
Então, há o propósito de revelar como estes reinos se estabelecem pelo engano, e como pelo próprio engano, eles caem.
O engano citado em Mt 24.4,5: “4 Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. 5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.”, culminará com o maior engano de todos na pessoa do Anticristo que agirá pela eficácia de Satanás, enganando a muitos, que depositarão nele inteira confiança para a resolução dos problemas mundiais. Ele será o último falso salvador que o mundo verá. O último falso messias. Por isso é chamado de Anticristo, porque é um cristo falso.
O abominável da desolação citado em Mt 24.15 é uma referência à profanação, pelo Anticristo, do templo que ainda será reconstruído em Jerusalém. Esta é citada em Daniel 9.27.  
Agora o que é o lugar santo? Algumas pessoas dizem que é a terra. Algumas pessoas dizem que é a  cidade de Jerusalém. O que é o lugar santo? Há somente um outro uso dessa frase em todo o Novo Testamento e encontra-se em Atos 21:28. E o Lugar Santo era um dos ambientes do tabernáculo e do templo de Jerusalém.  
A profecia de Daniel 11.31 teve um primeiro cumprimento na pessoa de Antíoco Epifânio, e terá um último cumprimento na pessoa do Anticristo: “Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício costumado, estabelecendo a abominação desoladora.”. A primeira parte de Daniel 11 descreve fatos que já tiveram cumprimento na história, e a parte posterior se refere a coisas que ainda terão cumprimento no tempo do fim. E o verso 31 trata de um duplo cumprimento, e historicamente já se cumpriu entre 175 e 165 a.C. correspondente ao governo do rei sírio Antíoco.
Ele se chamava Epifânio que quer dizer "o grande.". Ele foi um grande perseguidor do povo de Israel, sendo assim um tipo perfeito do Anticristo.
Ele tentou acabar com a religião judaica e matou milhares e milhares de judeus, inclusive mulheres e crianças.
Ele profanou o templo entrando nele e matando um porco no altar e obrigando os sacerdotes a comerem a sua carne.
Além disso ele colocou a imagem de um deus grego no templo, provavelmente Zeus. E com o templo assim profanado os judeus deixaram de apresentar seus sacrifícios no mesmo. E o sacrifício diário determinado pela lei foi completamente parado.
E foi exatamente isso que Daniel profetizou cerca de 400 antes, que ele faria (11:31). E assim o templo ficou desolado, por causa daquela abominação, isto é, daquele ato detestável aos olhos de Deus e do seu povo.
O Anticristo também profanará o templo que será reconstruído, para afrontar os judeus e o Deus de Israel, e pelo mesmo efeito de rejeição que isto produzirá tal como no passado, nos dias de Antioco Epifânio, diz-se que será uma abominação desoladora. E é por isso que ao se referir à profecia exclusiva ao Anticristo em 9.26,27, Daniel usa as palavras desolação e abominação para se referir aos atos do Anticristo.
Em Daniel 9.24-27 temos a conhecida profecia das setenta semanas. São setenta semanas de anos. Referem-se portanto a 490 anos, sendo que a profecia estabelece dois períodos distintos, um que vai desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe” são sessenta e nove semanas, isto é 483 anos. E depois da morte do Ungido se levantaria um príncipe que governaria por uma semana (a septuagésima semana) e que faria cessar o sacrifício e a oferta de manjares no meio da semana (versos 26,27).
A profecia determina então um período “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos.” (9.24). Isto está vinculado de fato a duas fases: ao primeiro advento de Cristo trazendo a graça e a redenção para os habitantes da terra, e ao seu segundo advento para estabelecer o seu reino de justiça na terra.
Por isso, determinou-se para Daniel o prazo para a primeira vinda de Jesus, e também o prazo que determinaria a sua segunda vinda, que está relacionada ao período da Grande Tribulação, que será precipitada no governo de sete anos do Anticristo, e que corresponde à septuagésima semana da profecia de Daniel. Esta semana é isolada das demais 69 que se cumpriram no primeiro advento de Cristo, porque Israel tem permanecido endurecido até hoje à recepção de Jesus como o Salvador e Messias.
E será exatamente no tempo do fim que se voltarão para o Senhor como nação para a sua redenção.
Daniel queria saber de Deus quando acabaria o cativeiro de Israel, e quando este seria firmado como nação e reino sacerdotal, conforme havia sido prometido por Deus desde Moisés.
E a resposta de Deus foi dada com a profecia das setenta semanas, porque Daniel pensava que uma vez findo os setenta anos de cativeiro babilônico, conforme havia sido profetizado por Jeremias, Israel seria estabelecido como reino de Deus na terra.    
Desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe” temos 69 semanas, isto é, 483 anos. O decreto para a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém foi baixado em cerca de 450 a.C. A contagem vai portanto até a morte de Jesus, e não até o seu nascimento, porque somando-se 33 a 450 temos os 483 anos referidos na profecia.
E de fato, “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna” conforme se encontra registrado na profecia, isto somente seria possível com a morte de Jesus. Por isso a profecia de Daniel faz referência à morte do Senhor.
Mas “para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos”, conforme está também na profecia de Daniel, haverá necessidade de que o Senhor volte e estabeleça o seu reino na terra, de maneira que o veremos assim como Ele é, e o que é em parte será aniquilado.
As visões e as profecias terão tido o seu cumprimento, e já não andaremos somente por fé, mas também pelo que veremos.
Hoje não há um único ser humano perfeito vivendo na terra, porque mesmo o maior dos santos é pecador e ainda está sujeito ao pecado em razão da natureza terrena.
Mas, quando o Senhor voltar e nós com Ele em glória, todos seremos perfeitos, assim como Ele é perfeito.
E o plano de Deus de restaurar a criação original, terá cumprimento na volta de Jesus e no estabelecimento do seu reino milenal com os salvos na terra.
Deus criou a terra para este propósito, para que fosse herdada pelos justos, pelos que são puros de coração, e sem pecado.
E Ele cumprirá cabalmente aquilo que planejou desde antes da fundação do mundo.          
Em Daniel 12.11 lemos: “Depois do tempo em que o costumado sacrifício for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.”. Isto é, decorrerão três anos e meio para o retorno de Cristo e a conseqüente destruição do governo do Anticristo, a contar do momento em que for posta a abominação desoladora no Lugar Santo.
Observe que Daniel acrescenta mais 30 dias aos 1260 referidos em Apocalipse 12.6, como tempo da perseguição do diabo aos judeus através do Anticristo durante o período da Grande Tribulação. Isto pode ser explicado pelo fato, de que a profecia de Daniel está enfocando o tempo para o estabelecimento do Reino, e não para o término do governo do Anticristo.
Isto demandará o estabelecimento da separação entre os cabritos e as ovelhas, e temos assim uma primeira contagem de um prazo já determinado para o início do estabelecimento do reino.
E em Daniel 12.12 lemos: “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.”. Isto é, 45 depois dos 1290 já referidos.
Muitas providências deverão ser tomadas para que a terra seja restaurada a uma condição adequada para o governo dos santos juntamente com Cristo. Para a separação das ovelhas dos cabritos e tudo o mais que for necessário. Haveria assim, provavelmente, um período de transição de 75 dias desde o retorno do Senhor até o estabelecimento do seu reino milenal.
Jesus começou a remover a maldição do pecado da terra.
A terra foi restaurada.
Em Ezequiel 36.36 lemos: “Então as nações que tiverem restado ao redor de vós saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas, e plantei o que estava desolado. Eu, o Senhor, o disse, e o farei.”.
A palavra de Romanos 8.19-21 terá cabal cumprimento quando da volta do Senhor: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
Daniel chama o Anticristo de pequeno chifre, o rei com a face feroz, o rei voluntarioso. E João o chama de a besta. E Paulo o chama de filho da perdição e homem do pecado. E ele é a culminação de todos os falsos cristos. E ele é tão convincente nisto que Daniel 9:27 diz que Israel fará um pacto com ele, crendo que ele seja o seu libertador e protetor. E todas as nações do mundo, em razão das suas perseguições, vêm a ficar debaixo do seu poder, e ele engana a muitos.  
Ele tem comunhão com os demônios do inferno. Ele é poderoso, mas não pelo seu próprio poder. Ele causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver, e destruirá os poderosos e o povo santo (Dn 8.24).
Não é o próprio poder dele, é o poder do inferno. Pela astúcia dos seus empreendimentos políticos fará prosperar o engano (Dn 8.25). Ele usa a paz, ele usa a negociação para seduzir o mundo e trazê-lo sob o seu poder.  
No capítulo 11 de Daniel nós descobrimos mais cousas sobre ele nos versos 36-45: “Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis, e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito. Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em lugar dos deuses honrará o deus das fortalezas; a um deus que seus pais não conheceram honrará com ouro, com prata, com pedras preciosas e cousas agradáveis. Com auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem multiplicar-lhe-á a honra, fá-los-á reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio. No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros, e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará. Entrará também na terra gloriosa e muitos sucumbirão, mas do seu poder escaparão estes: Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom. Estenderá a sua mão também contra as terras, e a terra do Egito não escapará. Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as cousas preciosas do Egito, os líbios e os etíopes o seguirão. Mas pelos rumores do oriente e do norte será perturbado, e sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos. Armará as suas tendas palacianas entre os mares contra o glorioso monte santo; mas chegará aos seu fim, e não haverá quem o socorra.”.
E assim, o engano dele é incrível. Na realidade, o engano dele é descrito em maior detalhe em Apocalipse 13. E lá João não o vê com uma face feroz e não como um rei voluntarioso, mas em outra perspectiva, como uma besta. Ele é uma besta que governa sobre  as nações e o simbolismo é muito vívido.
Ele é uma besta poderosa. Ele é uma besta devastadora. O verso 5 diz que lhe foi dado 42 meses para agir com autoridade. Isto equivale a três anos e meio, correspondentes à metade final do sete anos referidos em Daniel 9.27 como o tempo total do seu governo. Assim, ele passará a empreender suas perseguições contra Israel desde a colocação da abominação desoladora no lugar santo, neste período de três anos e meio, correspondente à Grande Tribulação.
Em II Tes 2.3,4, Paulo cita o Anticristo nestes termos: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.”. E sobre esta sua arrogância e blasfêmia João também registrou em Apo 13.5,6: “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias, e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus; para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.”.
E também lemos em Daniel 7.8,25 e 11.36: “Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres, foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” (7.8). “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo” que é também uma linguagem profética para designar os três anos e meio a que nos temos referido (7.25).
“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis,” (11.36).  
Esta exaltação do Anticristo se dará por conta do fato de ter vencido as nações e exercido domínio sobre elas, e de ao subjugar o povo de Israel matando milhares deles, ter se considerado superior ao Deus de Israel, a ponto de se assentar no templo, proferindo palavras contra o Altíssimo. Ele incorrerá no mesmo erro do rei Assírio Senaqueribe que se exaltou contra Deus e lhe dirigiu palavras de afrontas em desafio através de Rabsaqué, seu porta-voz (Is 36 e 37).
Aliado ao poder obtido sobre as nações e sobre Israel, o Anticristo também terá por motivo de exaltação o fato de ser enganado pelo próprio Satanás e demônios aos quais estava servindo, porque o falso sistema religioso que estará a seu serviço, personificado na pessoa do chamado falso profeta (Apo 13.11-15), fará uma imagem do Anticristo e a imagem falará, e será determinado que todos adorem a imagem, instituindo-se assim um culto idolátrico, e todo aquele que se recusar a adorar a imagem da besta será morto.
Será tal o sentimento de grandeza e de posse do Anticristo sobre toda a humanidade, que será determinado que todos recebam certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o nome da besta ou o número relativo ao seu nome que é 666 (Apo 13.16-18).
Muitos poderão estar perguntando como poderia Israel se aliançar com a besta. No entanto, antes que ele assuma o controle sobre as nações, e revelando o seu caráter maligno, ele deve, pela sua aliança com os israelitas, ter livrado os mesmos da ameaça do mundo árabe.
O ódio incurável e histórico do mundo islâmico contra Israel não cessará por qualquer tratado de paz.
Daí, possivelmente a razão de Israel ter buscado apoio no poder político que estará em evidência na ocasião sob o governo do Anticristo, tal como os israelitas dependem da sua aliança histórica com os Estados Unidos para a sua segurança no Oriente Médio.
É possível mesmo que nos três primeiros anos e meio de seu governo, que ele seja tido como o próprio messias pelos israelitas, sem que saibam que ele é um falso libertador.  
Em Mt 24.29 o Senhor disse que “logo em seguida à tribulação daqueles dias”, isto é, imediatamente após o período da Grande Tribulação, ocorrerá a sua segunda vinda, e quando isto ocorrer, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes do céu serão abalados.
Isto indica que eventos cataclísmicos antecederão a Sua manifestação vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória.” (verso 30).
Assim, o Senhor virá imediatamente após a Grande Tribulação.
E como mais um sinal da sua vinda, o Senhor disse na parábola da figueira que deveríamos aprender da lição que ela nos dá, porque quando os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, é um sinal de que o verão está próximo.
E assim a geração que testemunhasse estas coisas não passaria sem que tudo aconteça, pois ao virem todas estas coisas, saberão que Ele está próximo às portas (Mt 24.32-34).
A figueira dá frutos no verão, e antes que isto ocorra, ela renova a suas folhas. Assim, quando a geração que presenciar a Grande Tribulação referida pelo Senhor, precipitada pela profanação pelo Anticristo, do templo que será reconstruído em Jerusalém, ela pode estar certa de que presenciará a volta do Senhor, assim como sabemos que o verão se aproxima quando a figueira renova os seus ramos e as folhas brotam.
Assim os sinais estão  reservados para as pessoas que estiverem vivendo no tempo do fim.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 15/03/2014
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