Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Ilustrações do Juízo Final – Deuteronômio 3
Em Sua presciência, Deus havia declarado, há mais de quatrocentos anos, antes de Moisés, a Abraão, que a medida da iniquidade dos amorreus seria completada, isto é, nos dias de Abraão  não tinham ainda atingido o nível de iniquidade que viriam a atingir nos dias de Moisés, e Deus estabeleceria um juízo sobre aquele povo usando os israelitas como a Sua espada vingadora.
Tanto Siom, rei de Hesbom, quanto Ogue, rei de Basã, que ficava ao norte de Hesbom, eram reis dos amorreus.
Desta forma, o Senhor sabe também quando se completará a medida da iniquidade do mundo, e que a propósito, vem se multiplicando rapidamente em nossos dias, conforme Jesus havia profetizado, e quando esta medida estiver completa Ele voltará para julgar a todos os que vivem na prática da iniquidade.
Isto é tão certo de ter cumprimento assim como o Senhor o cumpriu depois de o haver prometido a Abraão em relação aos amorreus.
Na verdade, aqueles povos tiveram a oportunidade, pela longanimidade divina, de mudarem o seu procedimento, durante quatro séculos, mas em vez disso, só progrediram na maldade e na perversidade.
E desde então, há vários séculos que Deus vem dando oportunidade aos homens para se arrependerem e crerem em Cristo, para serem justificados, para viverem na prática da justiça.
Mas parece que se dá com o homem moderno, o mesmo que sucedeu aos amorreus.
Aqueles juízos foram apenas uma ilustração, uma pequena amostra, do grande juízo que virá sobre todos os homens, que não se arrependerem dos seus pecados.  
Tudo sucedeu e foi registrado na Bíblia, para a nossa advertência.
Deus ordenou a Moisés a por tudo por escrito, para testemunho a todas as gerações. E o fizera por amor e misericórdia, na expectativa de que nos arrependamos, porque não tem prazer na morte espiritual de ninguém.
Aqui em Deuteronômio é citado o número das cidades dos amorreus de Basã, que foram destruídas pelos israelitas, e que eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos: 60 cidades.
Além destas  conquistaram outras cidades dos amorreus que não tinham muros (v. 4,5). Deste modo, Israel estendeu os seus domínios na Transjordânia até os limites do monte Hermon (v. 8,9).
Ogue, rei de Basã, era o último descendente dos refains, os gigantes, e a sua cama tinha cerca de quatro metros e meio de comprimento (nove côvados) e dois metros de largura (v. 11).
Mas, como falamos antes, nenhum dos inimigos daqueles que amam e servem a Deus, será páreo para eles, se confiarem tão somente no Seu Senhor, porque Ele mesmo pelejará por Eles, e quem é mais forte do que Deus? Quem poderá vencê-lo? Pois somente Ele é Criador e tudo o mais é criatura.
Dos versos 12 a 20 é citada a partilha das terras conquistadas na Transjordânia pelas tribos de Ruben, Gade e à meia tribo de Manasses, conforme se detalha no livro de Números.
Os limites de demarcação daquelas terras estão claramente definidos aqui neste terceiro capítulo de Deuteronômio.
Moisés disse aos israelitas, mais uma vez, que foi pela proibição expressa do Senhor que ele não poderia entrar em Canaã e que Josué fora designado como seu sucessor para liderá-los na sua conquista.
Com isto não ficariam desanimados porque saberiam que a morte de Moisés não  significava que estavam perdendo o favor de Deus.
Na Igreja, o interesse individual deve ser absorvido pelo coletivo, e este, pelo do Senhor.
Eis a grande lição que deve ser retirada da negação do pedido de Moisés para entrar na terra pelo Senhor.
O povo deveria aprender a confiar no Seu Deus.
Os líderes terrenos vêm e vão, mas o Senhor permanece para sempre na companhia do Seu povo, conforme a Sua promessa de estar com eles todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
Nossos líderes devem ser amados e estimados mas, se por alguma circunstância  já não seguem conosco, sendo levantados em seu lugar outros líderes pelo Senhor, assim do modo que O servimos debaixo da liderança dos que se foram, devemos mostrar a mesma diligência e fidelidade aos novos, e não agirmos em bases sentimentais e emocionais, mas segundo a verdade, em cumprimento aos elevados interesses do reino de Deus.    
Moisés lembra o povo que a proibição dele entrar na terra fora em decorrência de um juízo de Deus por causa do pecado de rebelião deles nas águas de Meribá de Cades, isto é, cerca de apenas um ano antes, quando chegaram naquela localidade, quando foram ordenados por Deus a retomarem a conquista da terra prometida, depois de haverem peregrinado no deserto.
Ele disse o seguinte:
“Mas o Senhor indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me ouviu; antes me disse: Basta; não me fales mais nisto.” (v. 26).
Isto é, queria que entendessem que caso não houvessem murmurado e se rebelado contra ele e contra o Senhor, não teria sido induzido à tentação de não crer que Deus lhes daria de beber mesmo em face de toda aquela rebeldia, e consequentemente não teria se exaltado contra eles como havia feito.
Que isto, pois lhes servisse de advertência para não prejudicarem dali por diante o trabalho de seus novos líderes, especialmente de Josué, com os seus pecados.
O juízo contra ele era de certo modo também um juízo contra eles, pois por aquele juízo ficariam privados da sua companhia.
Se prejudicamos o trabalho da liderança, em vez de cooperar com ele, de certo modo somos indiretamente também prejudicados porque ficaremos privados das bênçãos que fluiriam da parte de Deus para nós através deles.  
Mas os juízos de Deus sobre o Seu povo vêm acompanhados da Sua misericórdia, pois não apenas permitiu a Moisés ver a terra de Canaã do topo do monte de Pisga (v. 27), antes de morrer, como preparou Josué para ser seu sucessor na liderança dos israelitas.

“1 Depois nos viramos e subimos pelo caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Edrei.
2 Então o Senhor me disse: Não o temas, porque to entreguei nas mãos, a ele e a todo o seu povo, e a sua terra; e farás a ele como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.
3 Assim o Senhor nosso Deus nos entregou nas mãos também a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu povo; de modo que o ferimos, até que não lhe ficou sobrevivente algum.
4 E naquele tempo tomamos todas as suas cidades; nenhuma cidade houve que não lhes tomássemos: sessenta cidades, toda a região de Argobe, o reino de Ogue em Basã,
5 cidades estas todas fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos, além de muitas cidades sem muros.
6 E destruímo-las totalmente, como fizéramos a Siom, rei de Hesbom, fazendo perecer a todos, homens, mulheres e pequeninos.
7 Mas todo o gado e o despojo das cidades, tomamo-los por presa para nós.
8 Assim naquele tempo tomamos a terra da mão daqueles dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, desde o rio Arnom até o monte Hermom
9 (ao Hermom os sidônios chamam Siriom, e os amorreus chamam-lhe Senir) ,
10 todas as cidades do planalto, e todo o Gileade, e todo o Basã, até Salca e Edrei, cidades do reino de Ogue em Basã.
11 Porque só Ogue, rei de Basã, ficou de resto dos refains; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá dos amonitas? o seu comprimento é de nove côvados, e de quatro côvados a sua largura, segundo o côvado em uso.
12 Naquele tempo, pois, tomamos essa terra por possessão. Desde Aroer, que está junto do vale do Arnom, e a metade da região montanhosa de Gileade, com as suas cidades, dei aos nibenitas e gaditas;
13 e dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. (O mesmo se chamava a terra dos refains.
14 Jair, filho de Manassés, tomou toda a região de Argobe, até a fronteira dos resuritas e dos maacatitas, e lhes chamou, inclusive o Basã, pelo seu nome, Havote-Jair, até hoje).
15 E a Maquir dei Gileade.
16 Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até o vale do Arnom, tanto o meio do vale como a sua borda, e até o ribeiro de Jaboque, o termo dos amonitas;
17 como também a Arabá, com o Jordão por termo, desde Quinerete até o mar da Arabá, o Mar Salgado, pelas faldas de Pisga para o oriente.
18 No mesmo tempo também vos ordenei, dizendo: O Senhor vosso Deus vos deu esta terra, para a possuirdes; vós, todos os homens valentes, passareis armados adiante de vossos irmãos, os filhos de Israel.
19 Tão-somente vossas mulheres, e vossos pequeninos, e vosso gado (porque eu sei que tendes muito gado) ficarão nas cidades que já vos dei;
20 até que o Senhor dê descanso a vossos irmãos como a vós, e eles também possuam a terra que o Senhor vosso Deus lhes dá além do Jordão: Então voltareis cada qual à sua herança que já vos tenho dado.
21 Também dei ordem a Josué no mesmo tempo, dizendo: Os teus olhos viram tudo o que o Senhor vosso Deus tem feito a esses dois reis; assim fará o Senhor a todos os reinos a que tu estás passando.
22 Não tenhais medo deles, porque o Senhor vosso Deus é o que peleja por nós.
23 Também roguei ao Senhor nesse tempo, dizendo:
24 Ó Senhor Jeová, tu já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua forte mão; pois, que Deus há no céu ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, e segundo os teus grandes feitos?
25 Rogo-te que me deixes passar, para que veja essa boa terra que está além do Jordão, essa boa região montanhosa, e o Líbano!
26 Mas o Senhor indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me ouviu; antes me disse: Basta; não me fales mais nisto.
27 sobe ao cume do Pisga, e levanta os olhos para o ocidente, para o norte, para o sul e para o oriente, e contempla com os teus olhos; porque não passarás este Jordão.
28 Mas dá ordens a Josué, anima-o, e fortalece-o, porque ele passará adiante deste povo, e o levará a possuir a terra que tu verás.
29 Assim ficamos no vale defronte de Bete-Peor.“ (Dt 3.1-29).


Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/03/2014
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