Deus Se Alegra com a Justiça – Deuteronômio 16
No 16º capítulo de Deuteronômio temos uma repetição das leis relativas às três festas anuais: a da páscoa (v. 1-8); a do pentecoste (v. 9-12) e a dos tabernáculos (v. 13-15).
Nos versos 16 e 17 é ordenado que nenhum israelita do sexo masculino (v. 16) se dirigisse ao local onde estaria o tabernáculo, e ao redor do qual seriam realizadas as festas, sem que trouxesse consigo as ofertas exigidas pela lei.
Isto não deveria ser feito como uma obrigação legal, mas como um motivo de gratidão e alegria, pelas bênçãos recebidas do Senhor.
É da vontade de Deus que o seu povo seja alegre. Daí o mandamento da Nova Aliança: “Alegrai-vos sempre no Senhor”, porque se aqueles que estavam debaixo da Lei tinham que se alegrar diante de Deus, muito mais aqueles que O servem debaixo da graça do evangelho, têm o dever de se alegrarem não somente em seus cultos de adoração, como em todo o tempo e eternamente, por estarem no Senhor, que os livrou da ira vindoura e lhes tornou coparticipantes da Sua própria natureza divina.
Nós devemos nos alegrar no Senhor, não somente por causa do que recebemos e temos recebido diariamente dEle, mas por causa do que prometeu, e que esperamos ainda receber dEle mais adiante; porque tem prometido cuidar do Seu povo e abençoá-lo.
Desta forma, o cristão deve se regozijar na esperança (Rm 12.12), porque Aquele que prometeu é fiel.
Nos versos 18-20 é designada uma magistratura inferior para funcionar em todas as cidades de Israel, quando estivessem em Canaã, e é relembrado o dever de os juízes julgarem com justiça, sem fazerem acepção de pessoas e sem aceitarem suborno.
No verso 20 se destaca que a manutenção da posse da terra de Canaã dependeria também da prática da justiça.
O costume pagão de plantar árvores como poste-ídolos, e até mesmo arvoredos com o fim de serem consagrados como locais para a prática da idolatria, e especialmente para o sacrifício de animais, é expressamente condenado, assim como a elevação de colunas para o mesmo fim, por serem uma abominação ao Senhor (v. 21, 22).
Ainda hoje, é comum se ver muitas colunas erigidas (obeliscos), inclusive em praças e diante de edifícios públicos, geralmente em forma piramidal, com um círculo em sua base, que remontam às antigas colunas que simbolizavam o pênis do falso deus Baal, em coito, para celebrar a fertilidade.
“1 Guarda o mês de abibe, e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mês de abibe, de noite, o Senhor teu Deus tirou-te do Egito.
2 Então, das ovelhas e das vacas, sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome.
3 Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida.
4 O fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã.
5 Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá,
6 mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito.
7 Então a cozerás, e comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às tuas tendas.
8 Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá assembleia solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás.
9 Sete semanas contarás; desde o dia em que começares a meter a foice na seara, começarás a contar as sete semanas.
10 Depois celebrarás a festa das semanas ao Senhor teu Deus segundo a medida da oferta voluntária da tua mão, que darás conforme o Senhor teu Deus te houver abençoado.
11 E te regozijarás perante o Senhor teu Deus, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, o levita que está dentro das tuas portas, o peregrino, o órfão e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome.
12 Também te lembrarás de que foste servo no Egito, e guardarás estes estatutos, e os cumpriras.
13 A festa dos tabernáculos celebrarás por sete dias, quando tiveres colhido da tua eira e do teu lagar.
14 E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas.
15 sete dias celebrarás a festa ao Senhor teu Deus, no lugar que o senhor escolher; porque o Senhor teu Deus te há de abençoar em toda a tua colheita, e em todo trabalho das tuas mãos; pelo que estarás de todo alegre.
16 Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor;
17 cada qual oferecerá conforme puder, conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado.
18 Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com justiça.
19 Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos.
20 A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em herança a terra que o Senhor teu Deus te dá.
21 Não plantarás nenhuma árvore como asera, ao pé do altar do Senhor teu Deus, que fizeres,
22 nem levantarás para ti coluna, coisas que o Senhor teu Deus detesta.“ (Dt 16.1-22).
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 26/03/2014