Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
As Cidades de Refúgio – Deuteronômio 19
São citadas no 19º capitulo de Deuteronômio as cidades de refúgio, que foram designadas apenas para abrigarem os assassinos de crime culposo, isto é, não intencional, e de modo nenhum poderia se abrigar nelas os praticantes de crimes dolosos, isto é, intencionais.
Desta forma, não há nenhum refúgio em Cristo para quem deseja permanecer deliberadamente na prática do pecado.
A Igreja não é uma cidade de refúgio para criminosos serem abrigados da justiça comum.
O criminoso deve responder pelos seus crimes perante a sociedade, ainda que tenha sido perdoado por Deus e se convertido pela fé no Senhor.
Deste modo, aqueles que fogem de seus pecados, para abandoná-los, poderão se abrigar em Cristo e estarão seguros nEle, mas não aqueles que esperam ser abrigados por Ele permanecendo em seus pecados.
O cuidado que se deve ter ao se dar um testemunho em juízo contra alguém, que não corresponda à verdade, ainda que escape ao julgamento dos juízes, certamente não escapará dos olhos de Deus porque Ele abomina o falso testemunho.
O crime de perjúrio deveria ser punido infligindo-se na pessoa que acusou falsamente o mesmo castigo que deveria ser aplicado na pessoa que ela falsamente acusou (v. 18, 19).      
Quando lemos palavras como estas, proferidas pelo apóstolo Paulo em relação aos cristãos de Creta, devemos refletir melhor sobre a verdade que estar sob a graça não significa ter liberdade para viver de modo desordenado diante de Deus, a pretexto de que Cristo já nos libertou do castigo por todos os nossos pecados, pois se isto é uma verdade em relação ao livramento da condenação futura, não é, no entanto, quanto a uma possível desconsideração da parte de Deus quanto aos nossos atos pecaminosos presentes, que nos impedem de ter um viver vitorioso nEle:
“Um dentre eles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, glutões preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé,” (Tt 1.12,13).


“1 Quando o Senhor teu Deus desarraigar as nações cuja terra ele te dá, e tu as desapossares, e morares nas suas cidades e nas suas casas,
2 designarás para ti no meio da terra que o Senhor teu Deus te dá para a possuíres, três cidades;
3 preparar-lhe-ás caminhos, e partirás em três os termos da tua terra, que o Senhor teu Deus te dará em herança; isto será para que todo homicida se acolha nessas cidades.
4 Este, pois é o caso no tocante ao homicida que se acolher ali para que viva: aquele que involuntariamente matar o seu próximo, a quem dantes não odiava;
5 como, por exemplo, aquele que entrar com o seu próximo no bosque para cortar lenha e, pondo força na sua mão com o machado para cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu próximo de sorte que venha a morrer; o tal se acolherá a uma dessas cidades, e viverá;
6 para que o vingador do sangue não persiga o homicida, enquanto estiver abrasado o seu coração, e o alcance, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida, não havendo nele culpa de morte, pois que dantes não odiava o seu próximo.
7 Pelo que eu te deu esta ordem: Três cidades designarás para ti.
8 E, se o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a terra que prometeu dar a teus pais
9 (quando guardares, para o cumprires, todo este mandamento que eu hoje te ordeno, de amar o Senhor teu Deus e de andar sempre nos seus caminhos), então acrescentarás a estas três, mais três cidades;
10 para que não se derrame sangue inocente no meio da tua terra, que o Senhor teu Deus te dá por herança, e não haja sangue sobre ti.
11 Mas se alguém, odiando a seu próximo e lhe armando ciladas, se levantar contra ele e o ferir de modo que venha a morrer, e se acolher a alguma destas cidades,
12 então os anciãos da sua cidade, mandando tirá-lo dali, o entregarão nas mãos do vingador do sangue, para que morra.
13 O teu olho não terá piedade dele; antes tirarás de Israel o sangue inocente, para que te vá bem.
14 Não removerás os marcos do teu próximo, colocados pelos teus antecessores na tua herança que receberás, na terra que o Senhor teu Deus te dá para a possuíres.
15 uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado cometido; pela boca de duas ou de três testemunhas se estabelecerá o fato.
16 Se uma testemunha iníqua se levantar contra alguém, para o acusar de transgressão,
17 então aqueles dois homens que tiverem a demanda se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver nesses dias.
18 E os juízes inquirirão cuidadosamente; e eis que, sendo a testemunha falsa, e falso o testemunho que deu contra seu irmão,
19 far-lhe-ás como ele cuidava fazer a seu irmão; e assim exterminarás o mal do meio de ti.
20 Os restantes, ouvindo isso, temerão e nunca mais cometerão semelhante mal no meio de ti.
21 O teu olho não terá piedade dele; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.“ (Dt 19.1-21).

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 29/03/2014
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras