Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Consoladores São Preparados na Fornalha da Aflição
Como vemos no segundo capítulo da epístola de Paulo aos Coríntios, ele bendisse o nome de Deus Pai porque é o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que demonstra o Seu grande amor para conosco nas tribulações e aflições que sofremos, porque por elas somos também aperfeiçoados no mesmo amor do Senhor, para que possamos nos tornar sensíveis, atenciosos, afetuosos e consoladores para com aqueles que estiverem passando por alguma tribulação, por termos aprendido por experiência  própria, que podemos contar com o amor, a misericórdia, e a consolação do Senhor em nossas tribulações, lhes encorajando portanto a também esperarem em Deus, de quem vem o nosso socorro e auxílio na tribulação (v. 3).  
Aqueles que tiverem sido provados em muitas aflições por causa do seu amor a Cristo, também terão muitas consolações por meio do próprio Cristo (v. 4), de forma que sejam habilitados a serem seus instrumentos na consolação dos que estão atribulados; de modo que não somos atribulados e consolados somente por nossa própria causa e interesse, mas por causa e para o interesse de muitos, para que também sejam consolados e salvos através da nossa instrumentalidade nas mãos do Senhor.
De sorte que é necessário suportar com paciência as aflições para que a consolação seja eficaz; porque é certo que Deus não consolará murmuradores que se queixam dEle.
A principal razão de Paulo ter iniciado o seu discurso com estas palavras, possivelmente se deveu ao fato de terem os coríntios sido consolados por Deus depois da muita tristeza que tiveram que suportar por causa das repreensões que receberam tanto da parte de Deus quanto do apóstolo, em face do seu arrependimento.
A tristeza que haviam experimentado havia afinal sido transformada em óleo de alegria, porque foi uma tristeza segundo Deus, pelo constrangimento do Seu Espírito, para que deixassem o modo errado pelo qual vinham caminhando até então.
Eles estavam sofrendo agora e teriam ainda muito que sofrer por causa do evangelho, e por isso Paulo lhes encorajou com o seu próprio exemplo de paciência nas aflições por amor de Cristo e da obra do evangelho, citando a tribulação que havia experimentado na Ásia, tanto na região da Galácia, quanto em Éfeso, a ponto de ter sido afligido além da sua própria capacidade de suportar, tendo chegado mesmo a perder a esperança de continuar vivo (v. 8).
Mas como tinha aprendido a não estar apegado à sua própria vida, senão ao Senhor, pela total confiança nEle, sabendo que ainda que viesse a morrer seria ressuscitado, foi livrado pela graça de Deus de tão grande morte, como ainda vinha sendo livrado dela em muitas ocasiões, sabendo portanto que continuaria sendo livrado até que completasse o ministério que lhe fora dado para ser cumprido (v. 9, 10).    
Nestes livramentos, estava plenamente convicto de que haviam contribuído as orações das Igrejas em seu favor, para que pela misericórdia que lhe fora feita pelas intercessões de muitas pessoas, também fossem dadas graças a Deus por ele, por muitos, e não somente por ele próprio (v. 11).
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 06/05/2014
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras