Lembremos que quando o convite do evangelho soou pela primeira vez na boca de João Batista e do próprio Jesus, a ordenança deles era “arrependei-vos e crede no evangelho”.
Este “arrependei-vos” correspondia a dizer que Deus estava ordenando aos pecadores que mudassem de direção, dirigindo-se das trevas para a luz, e que cressem em Cristo para serem transformados e santificados pela graça, mediante o poder do Espírito Santo.
Foi para tal propósito que Jesus se manifestou em carne e morreu numa cruz.
O modo de produção desta vida santa é através de provações sucessivas da fé, para que por meio delas se aprenda perseverança, experiência e esperança. Porque a planta rústica da fé cresce somente na adversidade.
O apóstolo nos esclarece então que as provações não são avisos para que recuemos na fé, mas meios que visam ao nosso amadurecimento espiritual, de forma que sejamos aperfeiçoados por Deus para a batalha da fé que temos que travar com o pecado e com o diabo, e para resistir ao fascínio do mundo, com vistas a resgatar almas que se encontram nas trevas, para que possam vir para a luz e passarem a caminhar na luz.
Isto não é um trabalho fácil, mas será acelerado tanto quanto mais nos consagrarmos a Deus.
As tentações com as quais todos os crentes terão que se deparar podem ser tanto externas quanto internas.
Elas são variadas em sua natureza, porque Deus as usará de acordo com a necessidade específica de aperfeiçoamento de cada um dos Seus filhos.
Quando estas tentações nos vêm, não há nada que possamos fazer para evitá-las, porque são permitidas por Deus para realizar os Seus propósitos, não somente em relação a nós, quanto às coisas que Ele pretende realizar através delas, tal como por exemplo o fato de muitos crentes terem sido estimulados a pregarem o evangelho com maior ousadia por causa das prisões do apóstolo Paulo.
O que poderiam fazer os crentes que estavam sendo perseguidos e martirizados pelo Império Romano, e não somente eles, como todos os que têm sido martirizados por causa da sua fé em Jesus?
Deus o tem permitido para propósitos específicos, e certamente um destes propósitos é que não vivamos para poupar as nossas vidas quando é necessário arriscá-las por amor ao evangelho.
Há um regozijo nas tribulações que é concedido por Deus àqueles que O servem fielmente.
O valor da nossa fé será revelado pelo fogo da provação.
Por meio da nossa reação diante da provação nós saberemos se temos amado de fato ao Senhor ou se apenas à nossa própria vida e conforto.
Nós devemos orar para ter uma vida quieta e mansa, que é agradável a Deus, mas se a provação vier bater à nossa porta, nós não teremos motivo para perder a nossa mansidão e tranqüilidade de mente e de espírito, porque sabemos que a graça do Senhor nos capacitará a isto.
Crentes amadurecidos não vivem portanto temerosos quanto ao que lhes possa reservar o futuro.
Esta é a vitória que vence o mundo, a saber a fé madura que eles têm no Seu Deus.
Pelo aumento da fé eles aprenderão que Ele é uma Pessoa real, um Amigo fiel e poderoso, em cujas mãos eles se encontram perfeitamente protegidos de todo mal.
Então Deus tem reservado galardões e a coroa da vida para aqueles cuja fé é aprovada no fogo da tribulação, em demonstração de um verdadeiro amor por Ele e pela Sua obra, acima do amor que eles têm por suas próprias vidas, tal como este exemplo que nos foi deixado por Jesus e pelos Seus apóstolos.