Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Achando Paz nas Tribulações  Parte 3
 
A nossa fé, enquanto está sendo purificada através das tentações, produz um poder em nós que nos permite viver debaixo de pressões.
Isto não é uma resignação passiva a uma situação difícil, mas uma posição confiante quando se está rodeado por pressões opressivas.  
É aquela tenacidade de espírito que resiste debaixo da pressão enquanto espera o tempo de Deus para recompensa ou livramento. 
Quem tem sido aperfeiçoado por Deus sabe que tal como a águia, será renovado em força, se esperar pacientemente no Senhor no momento de fraqueza ao qual somos submetidos quando chega a hora de Deus mudar a nossa plumagem, bico e garras espirituais, para que possamos ser usados por Ele com um vigor espiritual renovado.
 Nós precisamos perceber que nós não podemos acelerar o processo que Deus usa para produzir fortaleza espiritual em cada um de nós.
O perigo é que nós comecemos a olhar para um modo de escapar da provação em vez de apreciar o que Deus está fazendo por meio dela.
  Tiago dá um mandamento então para permitir que a provação tenha o seu trabalho perfeito.
O produzir perseverança na vida não é o fim mas parte do que Deus usa para realizar o propósito dele na vida do crente.
Tiago, como irmão de Jesus, havia certamente aprendido isto diretamente do Mestre.
 Os contristamentos a que somos submetidos, se necessário for, ainda que por breve tempo, não têm como alvo final simplesmente nos ensinar a sermos perseverantes e pacientes na fé, mas que venhamos a ser amadurecidos espiritualmente, para estarmos habilitados para fazer a obra de Deus.
É a isso que Tiago se refere ao dizer que a paciência na provação deve ter a sua obra perfeita.  
E esta maturidade espiritual deve ser abrangente, atingindo todas as áreas das nossas vidas, ensinando-nos misericórdia, amor, longanimidade, ousadia de fé e tudo o mais que é necessário para que possamos fazer uma obra para Deus, de modo constante, firme, sábio, no poder do Espírito, como colunas na Sua casa; em condições de resistir aos muitos inimigos espirituais do trabalho de Deus, sem nos deixar abalar por eles, e não deixarmos de fazer por causa deles, o trabalho que nos foi designado pelo Senhor para ser feito.
São as resistências debaixo destas pressões espirituais que nos fundamentam mais e mais no nosso aperfeiçoamento espiritual para fazer o trabalho de Deus, e que trazem grande glória ao Seu grande poder e nome.
  Provações não são portanto, uma ocasião para reclamação e desânimo.
Nós devemos aprender a ficar firmes, e a sofrer, ainda que em silêncio, na presença do Senhor, aguardando pela manifestação do Seu poder e livramento.  
Não admira que é necessário sabedoria espiritual, para não somente discernir os tipos de provações que sofremos tanto quanto para sabermos o propósito delas.
Uma mente carnal jamais poderá reagir do modo esperado por Deus diante das provações.
À medida que crescermos espiritualmente aprenderemos, tal como Paulo e todos os demais apóstolos a ter por motivo de toda alegria passarmos por várias provações, e a sentirmos prazer nas injúrias, perseguições, necessidades, fraquezas e angústias, por amor de Cristo, porque o Seu poder se aperfeiçoa justamente na nossa fraqueza.
É preciso fazer o Seu trabalho na força da Sua graça e não propriamente com a  nossa própria força natural.   
 
O crente deve buscar discernir espiritualmente, o que Tiago chama de pedir sabedoria a Deus, para saber qual é o propósito das suas provações, e não propriamente uma explicação ou   justificativa para elas, para que possa cooperar com o trabalho do Senhor, e não colocar qualquer obstáculo a ele, por uma falta de sabedoria espiritual quanto a tal propósito divino.  
Ele precisará também de discernimento que lhe venha da parte do Senhor para saber qual é o modo pelo qual deverá se comportar na hora da provação.
Por exemplo, não partindo para se defender afoitamente de injustiças sofridas, quando importava permanecer calado e aguardar em Deus. Ou em outro sentido, ficar calado quando deveria aproveitar a oportunidade para dar testemunho da verdade.  
Em princípio, Deus levantará recursos especialmente através de pessoas amadas, mas o diabo também os levantará e é necessário discernir a quem recorrer, para que sejamos achados nos braços de Deus e não cooperando com os propósitos de Satanás.
Por isso um coração quieto e manso sempre será de grande ajuda na hora das nossas aflições, para que possamos distinguir os recursos que nos estão sendo enviados por Deus.   
 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/05/2014
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