A nossa fé, enquanto está sendo purificada através das tentações, produz um poder em nós que nos permite viver debaixo de pressões.
Isto não é uma resignação passiva a uma situação difícil, mas uma posição confiante quando se está rodeado por pressões opressivas.
É aquela tenacidade de espírito que resiste debaixo da pressão enquanto espera o tempo de Deus para recompensa ou livramento.
Quem tem sido aperfeiçoado por Deus sabe que tal como a águia, será renovado em força, se esperar pacientemente no Senhor no momento de fraqueza ao qual somos submetidos quando chega a hora de Deus mudar a nossa plumagem, bico e garras espirituais, para que possamos ser usados por Ele com um vigor espiritual renovado.
Nós precisamos perceber que nós não podemos acelerar o processo que Deus usa para produzir fortaleza espiritual em cada um de nós.
O perigo é que nós comecemos a olhar para um modo de escapar da provação em vez de apreciar o que Deus está fazendo por meio dela.
Tiago dá um mandamento então para permitir que a provação tenha o seu trabalho perfeito.
O produzir perseverança na vida não é o fim mas parte do que Deus usa para realizar o propósito dele na vida do crente.
Tiago, como irmão de Jesus, havia certamente aprendido isto diretamente do Mestre.
Os contristamentos a que somos submetidos, se necessário for, ainda que por breve tempo, não têm como alvo final simplesmente nos ensinar a sermos perseverantes e pacientes na fé, mas que venhamos a ser amadurecidos espiritualmente, para estarmos habilitados para fazer a obra de Deus.
É a isso que Tiago se refere ao dizer que a paciência na provação deve ter a sua obra perfeita.
E esta maturidade espiritual deve ser abrangente, atingindo todas as áreas das nossas vidas, ensinando-nos misericórdia, amor, longanimidade, ousadia de fé e tudo o mais que é necessário para que possamos fazer uma obra para Deus, de modo constante, firme, sábio, no poder do Espírito, como colunas na Sua casa; em condições de resistir aos muitos inimigos espirituais do trabalho de Deus, sem nos deixar abalar por eles, e não deixarmos de fazer por causa deles, o trabalho que nos foi designado pelo Senhor para ser feito.
São as resistências debaixo destas pressões espirituais que nos fundamentam mais e mais no nosso aperfeiçoamento espiritual para fazer o trabalho de Deus, e que trazem grande glória ao Seu grande poder e nome.
Provações não são portanto, uma ocasião para reclamação e desânimo.
Nós devemos aprender a ficar firmes, e a sofrer, ainda que em silêncio, na presença do Senhor, aguardando pela manifestação do Seu poder e livramento.
Não admira que é necessário sabedoria espiritual, para não somente discernir os tipos de provações que sofremos tanto quanto para sabermos o propósito delas.
Uma mente carnal jamais poderá reagir do modo esperado por Deus diante das provações.
À medida que crescermos espiritualmente aprenderemos, tal como Paulo e todos os demais apóstolos a ter por motivo de toda alegria passarmos por várias provações, e a sentirmos prazer nas injúrias, perseguições, necessidades, fraquezas e angústias, por amor de Cristo, porque o Seu poder se aperfeiçoa justamente na nossa fraqueza.
É preciso fazer o Seu trabalho na força da Sua graça e não propriamente com a nossa própria força natural.
O crente deve buscar discernir espiritualmente, o que Tiago chama de pedir sabedoria a Deus, para saber qual é o propósito das suas provações, e não propriamente uma explicação ou justificativa para elas, para que possa cooperar com o trabalho do Senhor, e não colocar qualquer obstáculo a ele, por uma falta de sabedoria espiritual quanto a tal propósito divino.
Ele precisará também de discernimento que lhe venha da parte do Senhor para saber qual é o modo pelo qual deverá se comportar na hora da provação.
Por exemplo, não partindo para se defender afoitamente de injustiças sofridas, quando importava permanecer calado e aguardar em Deus. Ou em outro sentido, ficar calado quando deveria aproveitar a oportunidade para dar testemunho da verdade.
Em princípio, Deus levantará recursos especialmente através de pessoas amadas, mas o diabo também os levantará e é necessário discernir a quem recorrer, para que sejamos achados nos braços de Deus e não cooperando com os propósitos de Satanás.
Por isso um coração quieto e manso sempre será de grande ajuda na hora das nossas aflições, para que possamos distinguir os recursos que nos estão sendo enviados por Deus.