Deuteronômio 10 - Por Matthew Henry
Vv. 1-11. Moisés recorda aos israelitas a grande misericórdia de Deus para com eles, apesar das suas provocações.
Havia quatro características nas quais e pelas quais o Senhor se mostrava reconciliado com Israel. Deus lhes deu a sua lei. Desta maneira, Ele nos confiou a Bíblia, o dia de repouso e as ordenanças, como penhores de sua presença e favor. Deus os dirigiu até a terra de Canaã, nomeou-lhes um ministério permanente para as coisas santas e, agora, sob o Evangelho, quando o derramamento do Espírito é pleno e poderoso, a obra da terceira pessoa da Trindade no coração dos homens conserva a sucessão, a fim de capacitá-los e fazer com que alguns deles desejem realizar esta obra em cada época. Deus aceitou Moisés como advogado e intercessor deles; portanto, nomeou-o, para que fosse o seu príncipe e líder. Moisés tipifica Cristo, que sempre vive, intercede por nós, e tem todo o poder no céu e na terra.
Vv. 12-22. Aqui é ensinado o nosso dever para com Deus, em nossos princípios e na prática. Devemos temer ao Senhor, amá-lo e deleitarmo-nos em nossa comunhão com Ele. Devemos andar pelos caminhos que Ele preparou para que andássemos, servi-lo com todo o nosso coração e alma. Tudo o que fizermos em seu serviço, deveremos fazê-lo com gozo e boa vontade. Existe verdadeira honra e prazer na obediência. Devemos honrá-lo e unir-nos a Ele como alguém a quem amamos, em quem nos deleitamos e confiamos, e em quem temos uma grande esperança.
Aqui nos é ensinado o nosso dever para com o nosso próximo.
Os dons comuns de Deus para a humanidade nos obrigam a honrar a todos os homens. Os que passaram por dificuldades e encontraram a misericórdia de Deus, devem estar dispostos a mostrar bondade aos que atravessarem as mesmas dificuldades.
Aqui são ensinados os deveres que cada um de nós tem para consigo. Circuncidar o coração, desfazer todos os afetos e inclinações corruptos, e não estar detidos para temer e amar a Deus.
Por nossa natureza pecaminosa, não amamos a Deus. Este é um pecado que mostra a fonte da nossa maldade; a mente carnal é hostil em relação a Deus, pois não se sujeita à sua lei nem tampouco o pode fazer. Os que andam na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.9). Vamos sem demora e reservas unir-nos ao nosso Deus, reconciliados em Jesus Cristo, para que o amemos, sirvamos e obedeçamos de forma aceitável, e para que sejamos diariamente transformados em sua imagem, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor. Considerai a grandeza e a glória de Deus, a sua bondade e a sua graça; estas nos convencem do nosso dever.
Pela influência do bendito Espírito Santo somos chamados a sair do estado de estrangeiros, como eram os nossos pais, para ser encontrados dentre o número dos filhos de Deus. Que a nossa sorte esteja entre os santos.
Mathew Henry
Enviado por Silvio Dutra Alves em 12/05/2014