Amós 8 - Por Matthew Henry
Versículos 1- 3: A aproximação da ruína de Israel; 4-10: A opressão é reprovada; 11-14: A fome da Palavra de Deus.
Vv. 1-3. Amós viu um cesto de frutas, que florescem no estio, recolhidas e preparadas para serem comidas, significando que o povo estava pronto para ser destruído, e que o tempo da paciência de Deus estava chegando ao seu fim. As frutas de verão não duram até o inverno; devem ser consumidas imediatamente. Estes juízos não tirarão deles nenhum conhecimento, seja da justiça de Deus, seja da própria justiça deles. Os pecadores postergam o arrependimento a cada dia, porque, enganados, pensam que o Senhor é tardio em seus juízos.
Vv. 4-10. Os ricos e poderosos da terra eram os mais culpados pela opressão, e eram os principais em relação à idolatria. Estavam cansados das restrições impostas pelos dias de repouso e pelas luas novas, e desejavam que estas ordenanças tivessem fim, pois nestas ocasiões não se podia fazer nenhum trabalho. Este é o caráter de muitos que se intitulam cristãos. As ordenanças tais como as que se referem aos dias de repouso e às suas obras, são um peso para os corações carnais. Estes serão profanados ou considerados como dias pesados, porém, é possível gastarmos o nosso tempo em algo melhor do que em nossa comunhão com Deus? Quando estavam ocupados em seus serviços religiosos, estavam pensando em seus negócios. Estavam cansados dos deveres santos porque os seus negócios no mundo ainda tinham para eles um valor maior. Aqueles que amavam mais os dias em que trabalhavam em seu comércio e nos mercados, e aqueles que preferiam estar vendendo trigo ao invés de estar adorando a Deus, eram estranhos para Ele e inimigos de si mesmos.
Não têm consideração alguma para com o homem: aqueles que perderam o gosto pela piedade, não reterão por muito tempo o sentido da honestidade comum. Enganam aqueles com quem tratam. Aproveitam-se da ignorância ou da necessidade do próximo, em um comércio em que quase comprometem ao pobre que trabalha. Poderíamos testemunhar de fraudes e cobiças que, de formas tão numerosas, transformam o seu comércio em uma abominação para o Senhor, sem termos que nos assombrar ao vermos tantos comerciantes decadentes no serviço a Deus. Porém, aquele que despreza o pobre rejeita ao seu Criador; quanto a Ele, o rico e o pobre se encontram. As riquezas que são alcançadas por meio da ruína do pobre, trarão a ruína àqueles que as obtêm. Deus recordará o pecado que cometeram contra eles. Isto nos fala dos homens sem misericórdia e injustos, que são sem dúvida miseráveis, e miseráveis para sempre.
Haverá terror e desolação por todas as partes. Virá a eles quando menos esperarem. Assim, pois, todos os nossos consolos e gozos nas criaturas são incertos, e até mesmo a própria vida; em meio à vida, estamos sujeitos à morte. Como será o lamento no dia amargo, que vem logo depois dos prazeres pecaminosos e dos pecados sensuais!
Vv. 11-14. Aqui está um sinal do tremendo descontentamento de Deus. A qualquer momento, e mormente em tempos de problemas, ter fome da Palavra de Deus é o juízo mais pesado. Para muitos, isto não é aflição, porém alguns o sentirão muito, e viajarão para muito longe para ouvir um bom sermão; sentem a perda de misericórdias que outros nesciamente afastam de si, pecando. Porém, quando o Senhor Deus visita uma igreja desviada, os próprios planos e esforços de seus membros para encontrar um caminho de salvação não lhes servirão de nada. E o mais amigável e zeloso dentre eles perecerá por falta da água da vida, que somente o Senhor Jesus Cristo é capaz de dar. valorizemos as nossas vantagens, procuremos nos beneficiar delas e temamos afastá-las de nossa vida por causa de nossos pecados.
Mathew Henry
Enviado por Silvio Dutra Alves em 13/05/2014