Juízos Localizados por Misericórdia para nos Alertar que o Pecado Gera a Morte
Assim como a entrada em vigor da Nova Aliança foi marcada pela morte de Ananias e Safira, como um juízo da parte do Senhor, que veio sobre eles, e trouxe grande temor à igreja, de igual modo, a Antiga Aliança entrou em vigor com a morte de cerca de três mil israelitas, pela adoração do bezerro de ouro, e com a morte de Nadabe e Abiú, filhos de Arão, logo depois de que o tabernáculo foi erigido, e os sacerdotes foram consagrados e começaram a oficiar no mesmo.
Deste modo, tanto numa aliança quanto noutra, Deus marcou com estes exemplos, que estes pactos eram pactos para um viver em santidade, em obediência à Sua vontade.
Certamente, a visitação da iniquidade de Nadabe e Abiú (Levítico 10), que ofereceram incenso de modo diferente do designado por Deus, desprezando as instruções que foram dadas por Ele, tinha em vista impedir que o ofício sacerdotal fosse cumprido sem o temor e o respeito devidos a todas as prescrições, que foram transmitidas a Moisés, para serem cumpridas pelos sacerdotes.
A citação bíblica “fogo estranho” é uma referência, portanto a um modo diferente de queimar incenso, do que fora designado por Deus.
O Senhor declarou a Moisés o motivo daquele juízo de morte sobre os filhos de Arão:
“Serei santificado naqueles que se chegarem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo.”
Isto porque foi manifestado que o Senhor exige de fato santidade e obediência daqueles que se aproximam dEle, e nisto o Seu nome é glorificado diante do Seu povo, pelo temor que lhe sobrevém, por observarem o modo como Deus trata com aqueles que Lhe servem, especialmente com os líderes do Seu povo, quando estes se desviam do temor que Lhe é devido.
A ocasião em que eles ofereceram o fogo estranho (início dos serviços no tabernáculo) e o ofício elevado de que estavam investidos (sacerdotes) contribuiu para o juízo que lhes sobreveio.
Este viera nem tanto pela enormidade do pecado deles, pois o Senhor tem suportado maiores e continuadas ofensas com Sua longanimidade, mas exatamente porque se não tivesse intervindo de forma drástica, quando eles se predispuseram a não cumprir rigorosamente o que prescrevera na Lei para ser cumprido, isto se tornaria a norma nos procedimentos deles, e a exigência de Deus relativa a que Seus mandamentos fossem cumpridos, seria grandemente desacreditada.
Por isso foi ordenado a Arão e seus dois outros filhos, Eleazar e Itamar que permanecessem no tabernáculo, e que não chorassem e lamentassem a morte de Nadabe e Abiú, pois isto seria permitido somente aos seus demais familiares, que não tinham parte no sacerdócio.
Desta forma, dariam testemunho a toda a congregação de Israel, que a vontade de Deus, a obra do Senhor, era mais importante do que a perda de filhos e irmãos.
As coisas ordenadas pelo Senhor relativas ao modo de ser servido e adorado são santíssimas, e não devem ser consideradas coisas comuns, e muito menos se deve dar a elas um uso profano e imundo, conforme estava ilustrado na lei em variadas figuras, como comidas, animais, situações etc, com o propósito de ensinar a reverência, que é devida especialmente, às coisas que são pertencentes ao culto de adoração a Deus.
É um grande perigo, mesmo na dispensação da graça, quando os líderes em vez de submeterem o serviço de louvor e adoração à Palavra de Deus, usam a sua imaginação ou permitem serem dirigidos pela imaginação de outros, para contrariar frontalmente aquilo que está revelado pelo Senhor na Sua Palavra.
A bondade e misericórdia de Deus são infinitas, assim como Ele é infinito, e é exatamente em razão desta bondade e misericórdia, que Ele usa uns pouquíssimos exemplos para nos advertir que viver deliberadamente no pecado nos priva de experimentar as Suas melhores e maiores bênçãos, e no caso de falta de cobertura do sacrifício de Jesus, o pecado produz a pior de todas as mortes, que é a morte espiritual, e que por fim virá a ser morte eterna.
Assim, com Seus juízos, o Senhor nos alerta em Sua bondade, graça e misericórdia que não devemos viver na prática deliberada do pecado, mas que devemos nos arrepender dos nossos pecados e buscar andar em retidão na Sua presença, pois foi para este propósito que fomos criados por Ele.
É por isso que tanto Jesus quanto os profetas e os apóstolos advertem seriamente a todos os pecadores, para que se arrependam e se convertam a Deus, por meio da fé nEle, e vivam em santidade de vida, para que lhes vá bem. Pois, do contrário correm o risco de enfrentarem o justo juízo de Deus, tal como ocorrera com Nadabe e Abiú, para a nossa advertência.
Os ministros de Deus devem saber distinguir não somente o que é santo do que é profano, como também, discernir nas próprias coisas santas, aquilo que é mais santo, como exemplificado em figura no caso dos sacerdotes em relação às partes dos sacrifícios que lhes foram dadas por Deus, e de que tipos de sacrifícios deveriam comê-las; pois era vedado ao sacerdote comer da carne do sacrifício pelo pecado, cujo sangue fosse levado para o interior do tabernáculo, para fazer expiação no interior do Lugar Santo.
Mas estava obrigado a comer as porções de carne relativas às partes dos animais, que fossem ofertados pelo pecado e cujo sangue não fosse usado na referida expiação no interior do Lugar Santo.
Deste modo, eles não poderiam frustrar o ensino em figura que aqueles que são feitos sacerdotes para Deus, por meio da fé em Cristo, vivem diante dEle porque se alimentam da Sua carne.
Por isso Jesus disse que a Sua carne é verdadeira comida, e que todo aquele que dele se alimenta tem a vida eterna.
Tal como os apóstolos com Jesus no Getsêmani, o espírito de Arão estava pronto para toda obediência, mas a carne era fraca, e assim como os apóstolos, dormiram, em vez de vigiarem com o seu Senhor, em razão da tristeza pela morte de seus dois filhos, se sentia totalmente indisposto a comer da carne do bode, que foi oferecido como oferta pelo pecado e assim ordenou a seus filhos, que a sua carne fosse queimada totalmente.
Com isso houve uma quebra de um mandamento, mas, neste caso, a misericórdia do Senhor o alcançou, pois havia agido daquela forma juntamente com seus filhos Eleazar e Itamar, não por desconsiderarem ou desrespeitarem as ordens de Deus relativas aos sacrifícios, e nem pelo desejo de descumpri-las em ocasiões futuras.
Então ele argumenta com Moisés como poderia Deus aceitar que ele comesse da carne do sacrifício por simples obrigação, e com o espírito entristecido?
Moisés entendeu a justificativa de Arão e se deu por satisfeito.
É bastante instrutivo que no mesmo capítulo que registra a morte de Nadabe e Abiu, por terem oferecido fogo estranho, com irreverência e desrespeito ao Senhor e à Sau Lei, também está registrada a misericórdia de Deus para com Arão e seus filhos, quando deixaram de seguir estritamente o que era determinado pela Lei, em razão de ter sido compassivo para com o luto e tristeza deles.
Isto é muito importante de ser considerado, para que não se pense de Deus como sendo um Juiz inflexível nos dias do Antigo Testamento, que punia sem qualquer apelação a qualquer transgressão cometida contra os Seus mandamentos, sem pesar os espíritos e a sinceridade e o desejo daqueles que se aproximavam dEle para servi-lO.
O que pesa para Ele não é o tanto quanto poderemos falhar, porque já sabe que todos somos pecadores, mas qual é a forma como encaramos o pecado: se com tristeza e arrependimento, ou considerando a transgressão da Sua vontade como sendo algo sem importância.
NOTA: O Presidente dos EUA, Barack Obama que recentemente ridicularizou o livro de Levítico e outras passagens da Bíblia, bem poderia se instruir melhor sobre o caráter de Deus revelado neste livro e em todas as demais Escrituras, antes de emitir suas opiniões facciosas desprovidas de verdade, sobre algo que não é da sua competência.
Veja no link:
https://www.youtube.com/watch?v=05RBcpAzz3Q
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 21/05/2014