Um Só Evangelho para Todos os Tipos de Pecadores
Não é por mérito de raça, de capacidade humana ou de qualquer outra qualificação ou capacitação que há salvação de pecadores, mas pela exclusiva graça que opera de fé em fé no evangelho, como Paulo afirma em Rom 1.17.
A ação do pecado no mundo é evidente de várias maneiras, e o apóstolo enumera algumas a título de ilustração, até o versículo 32 de Rom 1.
Todas as pessoas são portanto indesculpáveis perante o justo juízo de Deus que exige perfeita santidade a todos, sem exceção.
Ora, ainda que a nossa salvação seja efetuada exclusivamente segundo a misericórdia e graça de Deus, mediante o nosso arrependimento e fé, está claro, que é por estes pecados relacionados até o verso 32 que a ira de Deus permanece sobre aqueles que não se arrependem e não creem em Cristo. Disto se infere que na vida cristã, há uma absoluta necessidade para a nossa santificação para o uso por Deus; de um real abandono de todas as práticas pecaminosas ali relacionadas e todas as demais que se refiram à nossa velha natureza decaída – o que faremos recorrendo ao auxílio da graça e do poder de Deus, por meio da vigilância e da oração.
O pecado relativo a impureza sexual ou a qualquer outra, por exemplo, deve ser devidamente mortificado e abandonado. Enquanto os vícios nos dominarem não podemos ser instrumentos úteis e idôneos para o Senhor, porque se requer de nós uma posição firme contra todo e qualquer tipo de pecado, para cuja prática ou pensamento de atração estivermos naturalmente inclinados.
Sem esta atitude de vigilância e combate contra os pensamentos e práticas pecaminosas não poderemos ser ajudados na hora da tentação, porque Deus dará graça ao que se esforça para agradá-Lo, porque os Seus olhos repousam sobre os justos para abençoá-los mas Ele é contra aqueles que praticam males.
Jesus morreu em nosso lugar para que não vivêssemos mais em pecado. Há nesses dias de apostasia da Igreja uma visão muito errada e concessiva quanto a isto, por se julgar que por se estar na graça não há mais necessidade de se preocupar com nossos pecados presentes ou futuros, porque Deus não estaria levando em conta estes pecados por termos sido perdoados por Cristo.
Todavia, não é este o ensino das Escrituras. É certo que toda a dívida de pecados foi paga para o que crê em Cristo, por nosso Senhor na cruz, tanto de pecados passados, presentes ou futuros, todavia, isto se refere à salvação, e não a um viver santo e vitorioso no presente, que demanda uma verdadeira santificação. Além disso não podemos ter certeza da segurança da nossa salvação, a não ser pelo meio de confirmar a nossa real eleição, pelo frutificação espiritual progressiva que é vista em nossas vidas. E isto, tanto no que se refere ao aspecto moral, quanto ao espiritual, uma vez que não basta ser virtuoso, é necessário também ser paciente e grato a Deus em todas as tribulações e sofrimentos que experimentamos neste mundo, por causa do nosso amor ao evangelho, uma vez que é assim que comprovamos que somos de fato eleitos de Deus.
Mas, nada desta vida vitoriosa pode ser alcançado sem que haja comunhão com Jesus e recepção diária da Sua própria vida e poder pelo Espírito Santo, uma vez que tudo o que somos e seremos, tudo o que fazemos para Deus e viermos a fazer, é sempre pela graça mediante a fé em Jesus.
Então é somente pela graça e justiça do evangelho que está sendo oferecida gratuitamente na dispensação da graça divina, que se pode escapar do Juízo condenatório em razão do pecado, e se obter um viver vitorioso espiritual em nossa jornada terrena.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/05/2014