O SIGNIFICADO E PROPÓSITO DO EVANGELHO
Quando escreveu a epístola aos Romanos, inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo Paulo tinha o propósito de discorrer sobre o significado e a forma de aplicação do evangelho, uma vez que não podemos esquecer que logo ao iniciar seu ministério terreno, nosso Senhor Jesus Cristo proclamava: “arrependei-vos e crede no evangelho!”. Ora como podemos crer naquilo que não conhecemos? Então é necessário aprender o que é o verdadeiro evangelho de Cristo para que possamos recepcioná-lo, vivenciá-lo, e experimentá-lo, em outras palavras, crer nele.
Paulo está então abrindo para nós na epístola aos Romanos, como se vê em todos os demais documentos do NT, o que é o evangelho, e como é que se relaciona com a humanidade, segundo o propósito fixado para ele por Deus.
O principal alvo do evangelho é o de nos remir do pecado, de nos transportar das trevas para a luz, da potestade de Satanás para a de Deus, enfim, é a de nos apresentar santificados, inculpáveis perante Deus, para sermos úteis ao Seu serviço.
Então o apóstolo descreve no segundo capítulo de Romanos, a terrível condição de miséria a que está sujeita a natureza humana em razão de se encontrar decaída no pecado. E nisto não há qualquer exceção, porque todos são pecadores, por possuírem tal natureza pecaminosa.
Ele vai demonstrar o quão está o ser humano afastado daquela condição santa exigida pela Lei de Deus. O quanto a sua vida é oposta à mesma. E sem a graça do evangelho operando em sua vida o homem está irremediavelmente perdido na citada condição.
A propósito, Jesus definiu como sendo seus amigos, somente aqueles que guardam os Seus mandamentos. E a Bíblia nos ensina que amando o mundo, os prazeres carnais, o dinheiro e as riquezas terrenas, nos constituímos a nós mesmos inimigos de Deus.
Vemos portanto, a quantas condições de provocação da justiça, da santidade, da longanimidade e da comunhão com Deus estão sujeitos até mesmo os cristãos que não vivem segundo a norma bíblica, por não mortificarem a carne e andarem em novidade de vida no Espírito.
Já não são inimigos declarados por causa da cruz, mas vivem como se fossem inimigos da verdade da Palavra que é o único meio pelo qual podem ser santificados pela operação do Espírito Santo, quando deixam de amar ao Senhor guardando os Seus mandamentos, porque amam o mundo.
Lembro-me neste momento da vida santificada de Dona Tabita Kraule Pinto, reitora do Seminário Teológico Betel, com quem tive o privilégio de conviver por alguns anos. Confesso que nunca vi testemunho de vida cristã nestes dias como o desta querida serva do Senhor. Nunca murmurava, nunca deixava de ser simpática àqueles que sofriam, ou que estavam enfraquecidos, ou até mesmo perdidos no pecado. Quanto havia nela da presença de Cristo que era sentida por todos aqueles que dela se aproximavam. Sempre abundante em boas palavras e obras. Um exemplo vivo que marcou e ainda tem marcado a vida de muitos, mesmo depois de sua partida para a glória celestial.
Por que Dona Tabita havia alcançado tal testemunho de ter agradado a Deus e de ter sido tão útil em Suas mãos?
Não há qualquer dúvida que isto se deveu à sua determinação em pagar o preço da santificação pela sua completa consagração à vontade do Senhor, mormente no que diz respeito a praticar a Sua Palavra.
Ela seguiu a exortação do apóstolo Pedro em sua segunda epístola que nos ordena a crescer na graça e no conhecimento de Jesus, progressivamente, acrescentando com diligência contínua, virtude sobre virtude ao nosso viver, de modo que com isto não nos tornamos ociosos e nem infrutíferos para Deus e para o nosso próximo.
Afinal, a quem Deus enviará para abençoar a outros, ou quem será enviado a nós para ser abençoado, quando nós mesmos somos necessitados de sermos corrigidos e aperfeiçoados naquelas coisas mínimas que nos purificariam dos pesos que nos fascinam e dos pecados que nos assediam tão de perto?
Primeiro removemos a trave do nosso olho e depois estamos habilitados a tirar o cisco do olho do nosso irmão.
Deste modo, a vida de Dona Tabita poderia ser colocada por Paulo como um vivo contraste de todo o tipo de comportamento condenável que ele citou no segundo capitulo de Romanos.
Ali estão contemplados aqueles que sequer foram lavados pela graça de Jesus, e que portanto, permanecem nas trevas do pecado que os escraviza, e os leva a serem e a se comportarem de maneira contrária à Lei de Deus.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/05/2014