Ministração Carnal e Ministração Espiritual
A verdadeira conversão que traz salvação é aquela que é do coração, que transforma o coração de pedra em coração de carne.
A mensagem do evangelho tem por objetivo central esta transformação citada.
Desta forma devemos nos acautelar daqueles que pregam um "evangelho" para satisfazer o ego e os desejos do velho homem, que barateia a graça de Cristo e esconde a ofensa e o trabalho da cruz.
A essência da verdadeira vida espiritual consiste em servir a Deus em espírito, porque é possível somente se comunicar com Deus em espírito, e não pela confiança na carne.
Assim, nenhum culto que comece na carne e termine na carne pode agradar a Deus, por mais religioso e reverente que seja, porque o que é nascido da carne é carne. A carne (velha natureza) só pode gerar o que é carnal, e não espiritual.
Deus é espírito e importa sempre que seja adorado em espírito e na verdade da Sua Palavra revelada na Bíblia.
Este culto em espírito leva o cristão a se gloriar em Cristo Jesus, porque fora de Cristo e do trabalho da cruz, não pode existir verdadeira comunhão com Deus, porque somente Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Sem Ele ninguém pode ir ao Pai.
Esta comunhão, em espírito com Deus, é promovida pelo que Cristo fez e faz por nós, e por permanecer em nós. Sem a Sua presença nada podemos fazer quanto a servir e agradar a Deus.
Paulo foi um excelente fariseu. Ele era israelita da tribo de Benjamim, e também circuncidado no prepúcio. Ele era irrepreensível segundo a lei, no entanto chegou até mesmo a ser perseguidor da Igreja, porque lhe faltava este conhecimento pessoal e íntimo de Jesus, como afirma em Fp 3.4-6.
Paulo poderia se gloriar no que fez, mas seria uma glória vã, porque seria uma glória no que fizera na carne, e não pelo espírito.
Quando conheceu a Jesus e se converteu de fato, passou a considerar como perda todas estas coisas que lhe pareceriam ser lucro, de maneira que abriu mão de tudo o que havia recebido por tradição religiosa para guardar, para que pudesse ganhar mais de Cristo.
E não somente estas coisas religiosas, mas tudo o que possa ser considerado excelente neste mundo, passou também a considerar como perda para alcançar a excelência do conhecimento de Jesus.
O que o mundo considera elevado, Paulo considerava como um refugo, como esterco, para que pudesse ganhar mais a Cristo. Ele estava desembaraçado de tudo e de todos, para poder servir livre e totalmente ao Seu Senhor.
Vemos assim que o exercício do ministério deve estar centrado em Cristo, porque é possível fazermos muitas coisas com a intenção de servir a Deus, e que não passem na verdade de meras expressões do exercício da nossa própria imaginação e vontade.
Mas onde houver a verdadeira graça atuando, ela nos conduzirá a um desejo de ter uma maior graça. Esta graça não vem de nós mesmos, mas de Jesus Cristo.
Os inimigos da cruz de Cristo negam a necessidade de todas estas coisas; inclusive aqueles que se entregam a um tipo de religião de base emocional, e que até choram para impressionar seus ouvintes.
Por maior aparência que haja de piedade na devoção deles, ela é falsa, porque não coopera para uma genuína conversão e santificação daqueles aos quais ministram na carne - coisas que não são espirituais, as quais podem ser discernidas somente espiritualmente, por aqueles que andam no Espírito Santo.
Como cuidam somente das coisas terrenas, e dos seus interesses carnais, não há verdadeira prática espiritual em sua religião, por maior que possa ser a aparência de piedade que tentem transmitir para conquistar os corações dos incautos.
Não é incomum portanto que se veja o verdadeiro evangelho da cruz sendo substituído por mensagens de mero caráter moral, social, psicológico, etc, que nada tem a ver com o que é relativo ao espírito, porque a boca fala daquilo que o coração está cheio - se da Palavra de Deus ou dos ensinos de homens e de demônios que não se baseiam no que é espiritual, celestial e divino.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 31/05/2014