Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

Luz é Luz e Trevas são Trevas
 


 

Paulo é tão repetitivo, expressivo e incisivo nas afirmações que fez quanto à necessidade de se deixar definitivamente para trás todos os maus hábitos do passado, que caracterizavam nossas vidas antes da conversão, como diz nos versos 3 e 4 de Efésios 5.

“3 Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos,
4 nem conversação torpe, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas antes ações de graças.”

Veja que ele disse, que nem sequer deveríamos falar sobre prostituição, e de toda forma de impureza ou cobiça; quanto mais nos entregarmos à sua prática.
E prosseguiu mostrando, o tipo de conversação que convém a santos, a saber, que não seja torpe, tola, com gracejos indecentes, porque nada disto convém a santos, senão ações de graças.
O modo de se conseguir viver de tal maneira, foi dito por ele nos dois primeiros versos deste quinto capitulo de Efésios:
“1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados;
2 e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”.

O modo se andar na luz é sendo imitadores de Deus, da Sua santidade, amor, justiça, bondade e todas as Suas virtudes, estando dispostos a Lhe oferecer nossa vida como sacrifício vivo e santo, que Lhe sejam agradáveis, assim como Cristo se entregou a Si mesmo à vontade do Pai, por amor a nós.

Esta imitação não é teatral, não é algo que devemos fazer por nossa própria capacidade e poder, senão por sermos instruídos, dirigidos e transformados pelo Espírito Santo, numa santificação progressiva durante toda a nossa jornada terrena.
Graus maiores desta imitação serão obtidos, conforme a medida e constância da nossa consagração ao Senhor, e determinação em Lhe sermos devotos e obedientes, em todas as circunstâncias.
Jesus disse que nós devemos ser misericordiosos assim como Deus é misericordioso, e perfeitos, assim como Ele é perfeito - o que confirma portanto, que nada disto será possível sem uma verdadeira consagração a Deus e submissão à Sua vontade.

É fácil entender, porque toda forma de impureza e pecado devem ser deixados pelos cristãos, para se revestirem de um modo santo em seu viver.
É porque será exatamente por causa destas impurezas e pecados, que Deus condenará eternamente ao inferno, aqueles que não foram justificados e purificados destas coisas pelo sangue de Jesus.
O salário do pecado é a morte em todas as suas formas: física, espiritual e eterna.
É por causa do pecado que há condenação e morte.
Como podem então, os cristãos abrigarem a ideia de que podem viver no pecado, e ao mesmo tempo agradarem a Deus?
Por isso, o apóstolo afirma em Ef 5: 5-7.

“5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 Portanto não sejais participantes com eles”;

Ele disse que nenhum devasso, impuro ou avarento tem herança no reino de Cristo e de Deus; então, como poderíamos esperar as bênçãos de Deus, enquanto vivemos seguindo a inclinação da carne, ainda que não em devassidão ou avareza, mas em impureza?

Deus nos criou para vivermos no Seu amor, e a prova de que O amamos está no fato de guardarmos os Seus mandamentos, obedecendo a Sua vontade, de forma livre, amorosa, e voluntária, no Espírito.
Onde falta isto, há rebelião e inimizade contra o Senhor - pois,  como justo Juiz que é, não poderá deixar seus praticantes na impunidade.
Ele se mostrará longânimo, e continuará manifestando Seu favor e graça àqueles que ainda que errados, ignorantes, e imperfeitos, desejam sinceramente conhecer e fazer a Sua vontade, e nunca usam sua imperfeição e fraqueza como justificativa para continuarem errando, na prática deliberada do pecado.

É necessário compromisso com Deus, com Sua obra, e com a Igreja, na determinação de fazer a Sua vontade, porque onde isto não for achado, o pecado prevalecerá e consequentemente, o desagrado e a desaprovação do Senhor.
Paulo diz ainda, em Ef 5: 6, que não nos deixemos enganar por ninguém que venha justificar a prática de tais impurezas, e pecados, usando de palavras vãs.
Deus, por acaso aprovaria o nosso mau procedimento, dando-nos um viver abençoado, e fazendo uma obra do Espírito Santo através de nós?

Ninguém se iluda querendo tornar o evangelho, diferente do único evangelho que existe, que nos foi revelado por Cristo e pelos Seus apóstolos.
Se desejarmos ter um viver de vitória em Deus, é necessário obedecer estas coisas que nos são ordenadas, e nos empenharmos para sermos achados santos e irrepreensíveis na Sua presença.
Nós não somos mais as trevas que éramos no passado, então se somos luz no Senhor, devemos andar como filhos da luz, porque a iluminação do Espírito em nossa vida, e da nossa vida para os outros, não pode se manifestar se não andarmos na verdade, nesta luz que não é da terra, mas do céu.

Paulo está dizendo o mesmo que o apóstolo João diz, no primeiro capítulo da sua primeira epístola.
Há concordância no ensino deles, porque é a mesma verdade que nos convém obedecer, conforme é da vontade de Deus, como se afirma em Ef 5: 8.
Este andar na luz tem seu próprio fruto, que é toda bondade, justiça, verdade, e tudo aquilo que é agradável ao Senhor, como se lê em Ef 5: 9,10.

Deste modo, não pode haver comunhão entre luz e trevas, e impõe aos cristãos que não podem mais viver em sociedade com as obras infrutíferas das trevas; ao contrário devem rejeitá-las e reprová-las, porque esta é a vontade de Deus para com Seus filhos, como se afirma no verso 11.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 03/06/2014
Alterado em 04/09/2021
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