Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Evangelho 13
“5 E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” (Mt 6.5-8)

Um erro que é muito comum na oração é concentrar a atenção em si mesmo, ou nas petições que são feitas, e não no Senhor Deus, a quem é dirigida a oração.
A oração é antes de tudo o veículo que nos liga espiritualmente a Deus e ao reino espiritual e celestial.
Por isso se ordena ao que ora, que tenha uma boa consciência, que não o acuse de pecados (por se estar santificado, ou por confessá-los e deixá-los), e um coração puro, ou seja, que esteja concentrado na Palavra e na vontade de Deus, e não dominado pelas obras da carne (ira, vício, fornicação, vaidade, ciúme etc), e uma fé sincera, que confia inteiramente no Senhor, e que espera com toda a certeza que Ele atenda à oração feita.  
É o que nosso Senhor chama de “crendo no coração que já recebeu a resposta”.
Há pessoas que oram para serem vistas e ouvidas. Afinam a voz, escolhem o tema, ou então pregam em vez de falarem com Deus. Com isto, não estão orando, conforme nosso Senhor o declara.
Outro erro muito comum, é orar confiando na própria justiça ou santidade, e não na justiça, santidade e méritos de Cristo, que são sempre o motivo de podermos nos aproximar de Deus e sermos por Ele ouvidos.
Todavia, o essencial na oração é ter a convicção de que se está falando com Deus, na expectativa de também ouvi-lo falar no silêncio do nosso coração.
Estar desligado de tudo o mais em volta, e até mesmo do vaguear dos nossos pensamentos que se distraem em imaginações.
A oração é uma comunicação concreta com Alguém que é puro espírito, e que portanto, importa ser feita também em espírito.
Daí nosso Senhor ter recomendado o princípio de orar a portas fechadas e em oculto. Ou seja, não necessariamente num cômodo específico, mas, fazer de todo lugar onde orarmos um recinto fechado e sagrado para o nosso espírito, para que somente Deus seja o alvo de nossa atenção.  
A oração não é uma peça escrita decorada, declamada, mas o abrir da boca com aquilo que nos vem do profundo do nosso coração.
É o despejar diante do Senhor, toda a nossa realidade na mais sincera confissão de tudo o que somos e o que temos feito, e o que esperamos alcançar do Senhor, para agradá-lo e servi-lo.  
Por isso é equivocada toda oração que é baseada em meras repetições de frases, ainda que baseadas em assuntos religiosos e espirituais.
Contra este erro nosso Senhor nos adverte e previne:
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.”
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 09/06/2014
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